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Sozinho

Por Dan Cilva

A pressão se mantinha estável no entanto meus ouvidos já haviam tampado um Pouco depois dos cinquenta metros abaixo da superfície do mar pacífico. 

A visibilidade neste ponto permitia observar alguns cardumes a aproximadamente uns quinze metros da minha posição. Um pouco mais a baixo com menos luz fui escoltado por um tubarão. Mesmo tal fera a poucos centrimetros da janela frontal do submarino a sensação de estar seguro mais que em qualquer lugar do planeta era uma constante.  

Neste nível do oceano as águas são cada vez mais frias e a pressão já se fazia mediana no painel do computador de bordo. Se por ventura a escotilha destrancasse ou o vidro temperado de 5 centimetros das janelas viessem a trincar, minha morte seria um destino sem alternativa. 

Estava descendo gradativamente seguindo o Sinal da rocha que caiu do céu, este trabalho me renderia tantos outros e respeito no meio acadêmico sem contar a gorda fortuna que me espera no cargueiro que me trouxe aqui.

Estou em um ponto onde o sinal de rádio já não alcança.  Posso dizer que estou de fato sozinho, que nem Deus está aqui.

O meu espaço de locomoção dentro deste módulo é de pouco menos de um metro e o desenho do submarino lembra um robô daquelas animações japonesas mas sem toda aquela velocidade ou beleza. O suficiente para aguentar a pressão e o peso sozinho.  
Em meio a mais profunda ausência de luz uma cor fantasmagórica de um verde fez presença, era o local onde repousava a pedra do firmamento.
O sonar equipado no módulo dava um desenho geral a cada pulsar e mostrava o objetivo de minha busca.  

Parte de sua estrutura deve ter se partido ao passar rapidamente do calor da entrada em nossa atmosfera e em seguida o frio das profundezas. Meu equipamento calcula dimensões do objeto na casa de cento e vinte metros cúbicos e o formato de algo interno a crosta sendo olvide. 

Aproximei-me e senti do meu corpo algo como uma febre mas o sinais vitais registrados estavam normais.
Com o braço mecânico toquei a superfície da pedra.

Após instalados os balões nas bordas do meteorito começamos o retorno ao mundo. 

Não percebi até ter novamente o sinal de rádio, um sorriso mal acostumado despontava no meu rosto o que me surpreendeu, costumo dizer que não sei sorrir. 

Horas mais tarde revisando os dados da incursão nas profundezas do oceano, deitado na larga cama do suntuoso hotel uma lembrança ou uma impressão que não contei ao meu contratante.

Uma pequena rachadura na superfície perfeita do meteoro dava indícios de que aumentava e que havia alguma coisa dentro tentando sair...



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