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Arrastado entre ideias

Por Dan Cilva


Peguei-me esmagando as pedras contra a face de meu algoz com tamanha violência que profanava a visão de qualquer mortal ou deus. O sangue esguichava quente e espeço contra as Paredes e minhas roupas torando tudo aquilo uma cena retirada do mais sórdido dos pesadelos. 

Anoir escancarava a boca gritando suplicas de que não o mate. 

Senti um sorriso largo me tomar o rosto e a satisfação já contentada e foi que algo sussurrou em meu ouvido. Não creio que qualquer outro o tivesse escutado mas estava lá. 

Seu toque áspero percorreu meus ombros e na escuridão de minha ignorância recorrente, a sombra regozijava minha queda para a mais vil forma de vida que este mundo já viu, um assassino. 

Sim, eu matei Anoir por prazer, foram as peças que juntei que me obrigaram a isso. 

Por favor não entenda que estou tentando me eximir da culpa de ter esmigalhado Seus ossos até a exaustão, com tamanha satisfação devo dizer, explico apenas para que observe bem o ser e o que me tirou o norte da razão. 

Neste mundo residem pessoas tal qual casas de uma rua, segredos guardados por portas trancadas e finas paredes de onde seus habitantes por entre janelas mandam sinais de bom dia, boa tarde e boa noite. Uma falsa tentativa de comunicação, de coexistência que nos leva a mentir cada dia mais e mais. 

As notícias não tardam entre moradores ávidos por saber dos outros e sem deixar a pergunta esfrie na noção desleixada da popule de falsos confidentes era onde foram parar a maioria das crianças do bairro?

Uma peça de roupa surrada, alguns sons estranhos através das paredes e outra criança sumia.

Não foi difícil imaginar.

Ele merecia o que fiz... Era tão quieto, tão aprazível seu silencio que por esta e tantas razões o estigmatizaram como estranho e pouco se sabia ou falava sobre ele. 

Era um idoso nos seus 65 já para completar aniversário.

Pouco se notava quando falava a alguém mas sua voz rouca era destoante de sua aparência pacífica. 

Havia uma marca de nascença no punho esquerdo no formato de uma meia lua e mancava meio centímetro da perna esquerda por uma ligeira deformidade também de nascença que resultou em um diminuto encurtamento de sua perna.

Ninguém prestava atenção em Anoir...

Mês passado havia ido ao hospital se consultar sobre seus pesadelos com o oceano. Era algo que o deixava angustiado. Logo em seguida a consulta, foi tomar seu café pingado no bar próximo a estação de ônibus que tomava para voltar para casa sempre as 16 horas.

Anoir era completamente inacusável...

Quando a policia chegou e encontrou as provas em seu apartamento, em seu lixo, não havia dúvidas periciais. Até fui a julgamento por te-lo matado mas mas tudo estava a meu favor, principalmente o juri.

Agora posso esconder os corpos debaixo da roseira de meu jardim...




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