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Escuro

Por Dan Cilva

Mais uma Vez Ele foi conjurado...
O mundo não é bonito e
as pessoas são falsas.
Tudo isso reflete no detalhe de
existir a noite Sem Fim do espaço.

Frio, como aquele silencio
onde engolimos as palavras.
Dói os dentes serrados na boca voraz
que anseia pela verdade.

O cru fato irrevogável de que
preciso que saia novamente,
que ande entre os vivos e
busque suas mentiras assim
como foi com Jó.

Sémen tira das veias da terra e
dos olhos da criança perdida aqui dentro.
Derruba minha veste de carne ao chão e
recobra um novo homem,
mais um jovem que deve perseguir o velho definhando
com o agora entre as pernas da musa.

Retalhadas as memórias,
juntas em uma colcha fina de lembranças frágeis,
feito aqui em algum canto sem fim.
Gira a roda da vida e ele vem, o Escuro.

Pregando a dor dos homens, o escuro.
Deitado suas cabeças cheias de culpa, no escuro.
Mergulhados em suas fúteis fantasias,
arrebatados pela infame ideia de realidade limítrofe, do escuro.

Ele grita, quer surgir, dizer a todos que não há escapatória,
que mesmo à porta do fim tudo começa outra vez...

Ele vem, sussurrando em multidão de vozes
que tudo está perdido, que não há esperança.
Meus olhos já inchados de chorar
pela verdade inconcebível, inaceitável,
vislumbram o negro sem fim, o frio, o profano...

Ao escuro.


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Escuro

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