Com ajuda do pó de pirlimpimpim e do navio Beija-flor das Ondas, a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo tem uma grande aventura a ser vivida. Dessa vez precisará atravessar um oceano e séculos e mais séculos antes de Cristo para resgatar a tia Nastácia, que fora sequestrada por uma criatura horrenda da Grécia antiga durante o casamento da Branca de Neve com o príncipe de Codadade.

Dona Benta fica encantada com a civilização tão pacífica daquela época, que prefere ficar com os saraus e reuniões de Péricles e sua esposa Aspásia, se impressionando com cada construção e obras artísticas criadas pelo tão famoso Fídias.  A afirmação de ter vindo do futuro a princípio assusta os anfitriões, mas depois eles vão se acostumando e se admirando com tamanha modernidade dos dias atuais.

Dona Benta fica doida de felicidade quando conhece Sócrates pessoalmente, e até troca ideias com ele, mesmo o filósofo ainda não sendo famosos por suas ideias na época da visita dos pica-paus.

Enquanto isso, Pedrinho, Emília e Visconde seguem em busca do paradeiro da tia Nastácia. Vão até o Olimpo para provar o néctar e o manjar dos deuses, assistem a alguns dos doze trabalhos de Hércules, precisam acertar os enigmas da esfinge para entrar no oráculo de Delfos... E muitas outras aventuras divertidas dos tempos heroicos da Grécia.

Ah, como é bom reviver a infância!

Lembro-me como se fosse ontem de certa garotinha assistindo episódios aleatórios da turma do Sítio na TV Cultura, e ficando eufórica quando soube que iriam readaptar para uma versão na Globo.

Porém, apesar de viver assistindo, tive pouco contado com os livros do Monteiro Lobato, mesmo com eles enchendo a biblioteca da escola, porque na época eu não era tão leitora assim (infelizmente). Então, como nunca é tarde para ler os clássicos da nossa literatura infanto-juvenil, acabei me reencontrando com minha infância quando comprei O Minotauro, pois é uma das minhas histórias favoritas. Fiquei imensamente feliz quando consegui adquiri-lo.

Em minha opinião, Lobato escreve não apenas para as crianças, mas para os adolescentes e adultos também. Achei a linguagem bem acessível, porém, nem toda criança nos dias de hoje conseguirá interpretar algumas palavras, algumas delas eu diria que são meio antigas (mas nada que atrapalhe a leitura inteira da obra).

Outra coisa que achei interessante foram as referências à mitologia grega. O autor era fascinado, tanto que podemos ver releituras não apenas nesse livro, mas em muitas outras histórias do pessoal do Sítio.

Tudo isso e muito mais com lindas ilustrações de Odilon Moraes. Ficou um trabalho gráfico impecável de encher os olhos.

Simplesmente adorei poder reviver essa aventura, e recomendo imensamente a leitura do livro. É muito amor *-*