Autor: Michelle Obama
Editor: Objectiva (Novembro, 2018)
Género: Memórias
Páginas: 400
Original: Becoming
Goodreads Choice Award Nominee for Memoir & Autobiography (2018)
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opinião
★★★★☆
★★★★☆
Com uma escrita honesta, direta e despretensiosa que combina muito bem com a imagem que temos de Michelle Obama, a ex-Primeira Dama dos Estados Unidos conta-nos o percurso da sua vida desde a infância até à atualidade; como se tornou na mulher que hoje conhecemos.
Com simplicidade, Michelle desmistifica a presidência e o dia-a-dia na Casa Branca na sua posição delicada de Primeira Dama que não chega a ser um cargo, não é um emprego e não tem funções definidas mas que Michelle usou como plataforma para uma influência positiva, recusando-se a ser um mero acessório na presidência. Estamos longe de ter uma ideia de como as coisas funcionam realmente na Casa Branca e é claro que Michelle não nos conta nem metade, mas esclarece algumas coisas sob o seu ponto de vista interessantíssimo.
Não conseguimos sequer imaginar a pressão sofrida por toda a família Obama durante os 8 anos que passaram na Casa Branca, com os olhos sempre postos em si, com todos os seus movimentos controlados e condicionados, com expectativas irreais para satisfazer. Não pode ter sido fácil.
Michelle sabe como chegar às pessoas e é inspiradora a boa disposição com que o casal parece encarar a vida, aliando-a a um sentido de responsabilidade que está a fazer muita falta hoje em dia para aqueles lados…E depois de tanto trabalho e esforço não imagino a frustração de olhar para o trabalho do sucessor e ver tanto progresso ser esmagado de modo absurdo, o estatuto da presidência ridicularizado diariamente.
Políticas à parte, Michelle Obama é uma pessoa com a qual simpatizei desde o início e gostei muito de a acompanhar neste livro.
Frases preferidas:
“A maioria das pessoas são boas pessoas desde que as tratemos bem” – 43
“O declínio é algo que pode revelar-se difícil de medir, sobretudo quando somos apanhados no meio” – 48
“Esse é capaz de ser o principal problema de nos preocuparmos muito com a opinião dos outros: pode pôr-nos no caminho já estabelecido! (…) Se calhar impede-nos de fazer um desvio, de alguma vez considerar sequer fazer um desvio, pois aquilo que nos arriscamos a perder, quanto à alta conta em que os outros nos têm, pode parecer-nos um preço demasiado alto para pagar” - 120
“Uma coisa era uma pessoa tentar sair de um lugar encalhado. Outra bem diferente era tentar desencalhar o lugar propriamente dito.” – 148
“Ou desistimos ou trabalhamos para mudar as coisas” - 148
“Vivemos à luz dos paradigmas que conhecemos” - 239
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