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Sobre estar há 9 anos escrevendo sobre livros

Este texto foi originalmente escrito para a minha newsletter, a sou meio vagabunda, mas sou boa pessoa. Mas como ela trata deste blogzinho, acredito que deveria deixar ele registrado aqui também. Já fazem meses que o r.izze.nhas completou 9 anos de atividade, então esse é um texto comemorativo atrasado.

Foi no dia 15 de março de 2009 que o primeiro post do r.izze.nhas foi pro ar. Não era uma resenha, mas sim uma apresentação minha, daquelas bem inseguras, dizendo que alguém deu a ideia de começar um blog para comentar minhas leituras e, na falta de coisa melhor para fazer, aceitei a ideia. Naquela época eu estava lendo bem mais do que hoje. Morava em São Leopoldo, estudava jornalismo, era estagiária, ficava todos os finais de semana em casa com meu ex-namorado – ele jogando, eu lendo, como um bom casal de 80 anos. E tanta leitura acabava se perdendo na minha memória. Comecei a escrever alguns poucos parágrafos sobre essas leituras no Skoob – o site tinha recém-começado naquele ano, e eu usava bastante (hoje odeio e digo para todos migrarem pro Goodreads). E conforme escrevia, percebi que eu absorvia melhor o conteúdo dos livros se eu registrasse alguma impressão minha sobre eles. E assim foi.

Hoje, como dá para perceber, não tenho mais o mesmo ritmo daquela época. Não leio tanto e também não começo a escrever as resenhas assim que termino de ler, como eu fazia antes. Chegava a postar duas resenhas por semana, era muita coisa. Agora se tem duas por mês já é bastante, e olha lá.

Eu pensei várias vezes em deixar de escrever as resenhas, seja porque alguns livros exigem demais e eu entro em desespero toda vez que penso em escrever sobre eles, seja porque imagino que já estou grandinha para ainda ser uma “blogueira“. Mas tenho tanto carinho por esse espaço, e ele foi tão importante para a minha vida, que toda vez que essa ideia de abandono passa pela minha cabeça eu a rechaço na hora.

Foi com o r.izze.nhas que conheci grandes amigos, foi com ele que eu fiz contatos importantes no meio editorial, e foi com ele, principalmente, que exercitei minha escrita. O blog foi o primeiro projeto que eu realmente toquei adiante com uma boa periodicidade, e eu tenho orgulho demais disso, porque eu sempre desisto das cosias no meio do caminho por achar que é difícil demais ou por achar que não sou boa o bastante – ou apenas por preguiça mesmo. E, mais importante ainda, escrever para o blog me mostrou que era possível ter uma carreira ligada aos livros, por mais que eu não esteja mais nela agora.

Os livros não foram uma constante na minha vida. Eu lia quando era criança, claro, mas só virei uma “leitora de verdade“ aos 14, 15 anos. De Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban em diante, nunca mais parei. Nunca mais fiquei sem um livro na bolsa, nunca mais fiquei um mês sem terminar alguma leitura – com exceção dos calhamaços que exigiam muito mais tempo do que isso. Mesmo hoje, lendo menos, eu sempre carrego um livro comigo, porque os livros são os meus blockbusters de Hollywood, são a minha nova série na Netflix, meu joguinho da Nintendo. Claro que vejo séries e filmes (só não jogo joguinhos, pois falta de talento), mas a prioridade sempre foi a leitura. E conseguir manter um blog sobre isso por tanto tempo e ele ser uma porta de entrada para eu trabalhar com isso não é pouca coisa.

Quando comecei o r.izze.nhas eu não tinha pretensão alguma de participar da produção do livro, e também nunca pensei que as coisas que eu escrevia fossem de alguma forma relevante. Mas qual foi minha alegria quando autores começaram a me escrever agradecendo pelas resenhas, quando editoras começaram a oferecer livros, quando pessoas começaram a dizer que sempre pegavam recomendações de leitura com o meu blog. E quando disseram que queriam que eu trabalhasse com elas. Lembrar dessas coisas boas que o blog me trouxe é o que me faz querer continuar com ele, mesmo que seja num ritmo mais lento.

Nunca me importei com acessos, tráfego, ter milhares de visualizações diárias, ficar famosa com o blog ou ser convidada para passar o fim de semana em Dubai e ir nas festas do Neymar – a única coisa desse tipo que o r.izze.nhas me rendeu foi uma aparição na tal revista Veja e participar de alguns eventos literários. Então nunca escrevi pensando em alcançar uma grande audiência, e poder ditar o ritmo do blog sem me preocupar com isso é o que me faz continuar com ele também. E é isso o que me permite aproveitar tanto as leituras.

Porque a ideia do r.izze.nhas sempre foi ser um lugar pessoal, com minhas opiniões pessoais e minha experiência com a leitura, e não um espaço de crítica especializada. Eu sou uma leitora comum (beijo, Tuca!), e não uma acadêmica ou crítica profissional. E fico feliz demais que as pessoas que leem o blog entendam isso, que eu leio por diversão e quero passar isso em meus textos. Eu não tenho a formação nem a base teórica para ser algo que eu não sou, então né, a não ser que eu estudasse literatura a fundo, eu evito dar aquela de intelectual.

Até porque eu sempre fui bem insegura quanto aos meus textos. Eu nunca achei que eles fossem bons, eu sempre senti que não conseguia expressar tudo o que eu queria. Eu tenho aquela ideia lá no fundo, aquela frase perfeita que define todo o livro, mas que está escondida e não consigo puxar para fora. E aí fico bem insatisfeita com o resultado, mas posto igual para me livrar logo desse “fardo“ e nunca mais ter que olhar pro texto de novo. Isso é engraçado, de certa forma, porque quando volto tempos depois para ele, eu mal reconheço as frases que escrevi, e também não acho tudo tão ruim assim.

Fazer o r.izze.nhas durante esses 9 anos tem sido maravilhoso, e espero continuar fazendo por muito tempo (quem sabe sempre?). É legal demais compartilhar as leituras e receber comentários de pessoas que se identificaram com o que escrevi, ou então que apontaram outras formas de ver as coisas. Enfim, tenho orgulho demais desse blogzinho que às vezes fica abandonado, às vezes volta dos mortos, mas sempre é um lembrete de que, pelo menos uma vez na vida, eu criei algo legal.

Obrigada a quem leu desde o começo, a quem descobriu depois e a quem chegou nele só agora.

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