Andamos numa época onde muito se fala da diversidade.
Do diferente.
Do que não é comum ou normal.
Andamos numa fase onde acreditamos que caminhamos na rota da aceitação.
Já eu continuo sem perceber bem o que é isto de aceitar…
O aceitar, por si só, significa que podemos estar a colocar alguém na mó de cima.
Alguém que pode escolher aceitar algo ou o outro.
Ou que pode escolher não aceitar.
E isso não me parece que seja bom.
Fui ao dicionário ver o significado de aceitar.
Receber o que é oferecido.
Estar conforme com.
Admitir.
Receber com agrado.
Obrigar-se a pagar (uma letra).
E por isso reitero que não gosto da palavra aceitar pelos seus dúbios significados.
Ninguém tem que admitir ninguém.
Aceitar é receber (e receber com agrado!), não é conceder.
Todos temos uma pegada, todos somos alguém, todos somos tudo e nada…
Somos iguais e, por isso, não temos sequer o direito de questionar se queremos ou não admitir o outro.
E é por isso que essa Bandeira tantas vezes erguida da aceitação me deixa inquieta.
Por vezes penso que, quanto mais erguemos a bandeira, mais alimentamos o preconceito.
Mais força damos às tribos que, por algum motivo, acham que têm que dar aprovação, que tem que aceitar.
Créditos da fotografia: Heather Mount
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