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O que é que a menina Laura tem? ou Como perder o Booker Prize

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Laura Veirs (LV), com quase toda a certeza, não ficará na história como uma “figura mítica” da música pop / folk / country contemporânea. A sua voz não é suficientemente extraordinária a ponto de se poder apresentar como contorcionista vocal em concorridas feiras de atracções. O seu virtuosismo na guitarra não é comparável ao virtuosismo de uma Ani DiFranco, (y) Gabriela (1), Kaki King, entre tantos outros (a não ser que aprenda a fazer Tapping e outros malabarismos rapidamente). As letras das suas canções (aqui a atoarda ainda pode ser maior que as anteriores, que me corrijam os literatos e / ou os anglófonos e me desculpem os ignorantes) ainda que bem diferentes das reivindicações de um tipo da Quercus (versão estereotipada) ou de meia dúzia de dogmas disparados por um fã do Bob Marley, vegetariano, não são a obra póstuma de um Walt Whitman. LV na composição, não apresenta soluções criativas dilacerantes da história da música. LV não tem uma cara, suficientemente larocas, a ponto que incontroláveis afecções passionais nos enviesem a audição, sobrevalorizando a sua música para um nível de outra forma inimaginável (coisa bem possível de acontecer por exemplo com Cat Power ou Aimee Mann. O que não quer dizer que aconteça. Ressalve-se convictamente. Ou talvez não). Ainda assim, o que é que a Menina Laura Tem então, que a faz tão especial? A resposta para isto é que a menina Laura tem um refinadíssimo sentido de melodia (harmonia), talvez com mais nenhum músico (Tony Carreira (2) talvez, mas só entram a concurso quem preencha também, entre outros, o critério de - soluções criativas na composição das músicas). Cada música da sua autoria é constituída por sucessivas lascas de ouro melódico (mas não placas de ouro - como algumas sublimes músicas de sublimes ou menos sublimes autores): uma lasca agora, outra quase logo a seguir, é assim, do princípio ao fim de cada música da sua autoria.
Já agora, aposto que se sentados naquele acampamento (que todos fizemos), e se ela lá tivesse estado, e se lhe tivéssemos dado um texto, ainda que de um discurso de Jorge Sampaio se tratasse, e uma viola para as mãos, lhe teríamos dito que ela era a mulher das nossas vidas.

nOTA e TGV: este poste para além de ter sido um profícuo estudo musicológico foi também um proveitoso exercício de introspecção e auto-conhecimento (no final, quando terminei de me conhecer, cheguei mesmo a ponderar fazer um expedição, a pé, ao Tibete. Mas como já me conheço agora, achei que independentemente de conseguir lá chegar ou não, a verdade é que é muito longe): senão vejamos o poste Ladies Night - e passo a citar: "Voltarei um dia mais tarde para falar de Cat Power, Fiona Apple, Aimee Mann e etc. Em etc., incluem-se vozes femininas com grão...". Apesar de o recurso estilístico utilizado ser poderoso e construir uma imagem visual que adjectiva o pretendido de forma sublime, não é mais que um equívoco, já que foi criado no período das trevas, i.e. no período do auto-desconhecimento. Quando se fez luz (i.e. entrada na era do auto-conhecimento) cheguei à conclusão verdadeira (por força do auto-conhecimento) que não se tratava de nada disso. Apesar do grão ser realmente grão, não era grão na voz das senhoras, mas sim grão nas calças do autor. Provavelmente por um mecanismo defensivo (mais uma conclusão valiosa, mérito exclusivo do auto-conhecimento), a minha consciência plena (conjunto de luz e trevas – i.e. auto-conhecimento mais auto-desconhecimento) não conseguiu aceitar esta verdade nua e crua, concordando com alguma relutância, como que soando a cedência, que talvez grão influencie grão(?). Qual o grão primordial? Esta é a próxima empreitada existencial, agora na era da luz, onde o auto-conhecimento é meu pastor e me protege da escuridão.
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