O Senhor não citou nem a última parte do versículo, que diz: “Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos exércitos” (Zacarias 13:7). Esta é a estimativa de Deus acerca dAquele que foi avaliado pelos homens em trinta moedas de prata. A última parte do versículo é muito doce: “mas volverei a minha mão sobre os pequenos”. Que pensamento agradável deve ter sido ao coração do Senhor saber que, se Ele fosse ferido, Deus voltaria Sua mão sobre os pequenos. Se a ira viesse sobre Ele e as ovelhas fossem dispersadas, havia essa gota de doçura no fundo do cálice. Ó! Eu não posso falar para você o que essa palavra tem significado para mim nas horas de provações e dificuldades. A mão de Deus voltando-se sobre os pequenos para que nenhum deles se perca. Onde estavam Maria, João e Pedro? Deus sabia onde eles estavam; todos iriam aparecer ilesos; eles haviam sido entregues por Deus para este Pastor, e Deus iria guardá-los para Ele, e ninguém poderia arrancá-los da Sua mão. O bendito coração do Senhor podia se identificar com todos os sentimentos humanos — é nesse fato que encontramos o elemento principal que marca tão profundamente Seus sofrimentos. Nossas mentes são tão pequenas que não conseguem conter mais que uma certa medida de grande tristeza ou alegria. Quando estamos em grande sofrimento, não sentimos as coisas pequenas. O Senhor tinha todas as grandes coisas vinculadas ao sofrimento e, ainda assim tudo foi sentido por Ele com detalhes, o tempo todo: palavras proferidas em sussurro ou um simples movimento da cabeça (ver Salmo 22:7). O Senhor Jesus viu a onda vindo sobre Sua cabeça, subindo e subindo, ainda assim Ele entregou Sua vida em obediência. Ele caminhou calmamente durante todo o curso da Sua obediência. A cruz mostrou o tipo de ódio que os homens nutrem contra Deus. Mas na cruz havia também um “ai” que não poderia ser proferido nem pelo homem, nem por Satanás: Ele foi abandonado por Deus. 
Fonte: Boa Semente.