Na Antiguidade, era comum Rasgar as vestes como expressão de desespero, raiva ou tristeza. Na proporção que a pessoa, que realizava tal ato, era sincera em seu coração, Deus reconhecia a legitimidade do ato. Entretanto, como acontece com todas as ações externas, existia o perigo presente que a emoção fosse insincera ou descontrolada. Por essa razão, o sumo sacerdote, por exemplo, estava proibido de rasgar suas vestes. A proximidade de Deus, na qual ele vivia, não lhe permitia tal manifestação humana.   Com esse pano de fundo, é fácil reconhecermos o significado da expressão: “rasgai o vosso coração”. Deus está nos ensinando que voltarmos para Ele, algo que não é perceptível visivelmente, é um processo que começa a acontecer nas profundezas do nosso coração. Se eu considerar minha vida de forma apropriada e admitir que a mesma tem me conduzido cada vez para mais longe de Deus, em direção ao abismo, então eu preciso confessar e julgar minha vida arruinada com toda sinceridade diante dEle. Isso não acontecerá sem uma preocupação íntima, profunda: ninguém se recupera rapidamente disso, e esse é o sentido exato das palavras do profeta Joel. Uma vez que “rasgamos o nosso coração”, o caminho está aberto para o segundo passo: “convertei-vos ao SENHOR”. As duas ações estão conectadas: uma confissão sincera dos pecados, e uma volta decisiva na direção certa. É isso que a Bíblia ensina como arrependimento. Arrependimento não significa pagar certas penitências, tal prática é desconhecida na Bíblia. A salvação é oferecida ao crente por meio da graça de Deus; ninguém mesmo pode merecê-la.

Fonte: Boa Semente.