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A atmosfera sonora do Trip hop


A música é uma forma de arte e, como tal, é subjetiva para cada pessoa que a está apreciando. Ao longo da história, diversos estilos musicais nasceram e se disseminaram pelo mundo, da música clássica à eletrônica. Cada gênero possui suas características próprias, com ritmos, instrumentação e estruturas diferenciadas. No final dos anos 80, porém, surgiu um gênero musical novo que é uma colagem de diversos estilos distintos entre si. Assim nasceu o Trip Hop.

(Foto: Massive Attack)
O gênero Trip hop surgiu em Bristol, Inglaterra, no final dos anos 80, mas só foi se popularizar graças ao primeiro álbum do duo britânico Massive Attack. A nomenclatura, porém, só foi usado a primeira vez pela revista britânica Mixmag, logo no começo dos anos 90, para definir o álbum Maxinquaye, do artista Tricky.

O Trip hop é comumente confundido como um sub-gênero da música eletrônica, mas as influências e estilos utilizados são tão diversos que não dá para encará-lo como um sub-gênero, mas sim como um complexo estilo musical com alguns elementos similares e uma gama de “ingredientes” tão diferentes que fazem cada obra ser muito distinta da outra.
Durante a década de 80, o que se conhecia de música eletrônica eram músicas feitas em upbeat (batidas aceleradas), mas alguns artistas, no final da década de 80, decidiram criar suas músicas em downbeat (batidas lentas), e misturar com diferentes estilos musicais, como o hip hop, soul e o rock.
O primeiro álbum do gênero foi Blue Lines, do duo britânico Massive Attack. Lançado em 1991, Robert Del Naja (“3D”) e Grant Marshall (“Daddy G”) apresentaram um trabalho sólido que serviu como estrutura para todos os discos do gênero que se seguiram. Como precursor, o disco apresenta muitos elementos da música eletrônica, mas já utiliza de instrumentos convencionais, como um baixo pesado na faixa Safe From Harm, música que abre o álbum, e alterna entre baterias convencionais e eletrônica. Desde o lançamento desse marco musical, eles já lançaram mais quatro álbuns de estúdio, sendo o ótimo Heligoland, de 2010, o último até então. No decorrer da carreira é possível notar como eles quiseram inovar em suas composições, ora flertando com o hip-hop com rimas poderosas, ora com o rock devido a utilização de potentes riffs de guitarra.


Em 2016 eles lançaram dois singles, Ritual Spirit e The Spoil, com participações de nomes como Tricky, Young Father e Hope Sandoval, essa última já tendo participado de outras gravações do grupo.
Em 1994 um outro grupo, também de Bristol, lançou um dos álbuns mais conceituados do gênero e ajudou ainda mais a popularizar. A banda Portishead lançou naquele ano a obra-prima do Trip hop e um dos melhores álbuns dos anos 90, o disco Dummy. Composta pelo vocal suave e enigmático de Beth Gibbons, Geoff Barrow (compositor, bateria e sintetizador) e Adrian Utley (guitarra), a banda sintetiza com perfeição as principais características e qualidades do gênero: batidas lentas, mistura de estilos (instrumentos eletrônicos, jazz, riffs de guitarra e muitos scratches) e músicas sombrias e melancólicas. Dummy também é conhecido por ser “aquele álbum para se ouvir transando”, principalmente na sensacional  Glory Box.


No ano seguinte, em 1995, Adrian Nicholas M. Thaws, importante colaborador do Massive Attack, lançou seu primeiro álbum como artista solo. Utilizando o nome artístico Tricky, o britânico entregou um dos mais importantes álbuns do gênero: Maxinquaye. O disco intercala a beleza inocente dos vocais calmos  da namorada Martina Topley-Bird com rimas do hip-hop de Tricky, soul e eletrônica. Além do retalho de estilos, ele também brinca com samples  de bandas e artistas como The Smashing Pumkins, Marvin Gaye e Michael Jackson.

  
(Foto: Tricky)
Uma curiosidade: a música Hell is Round the Corner, quarta composição do álbum, usa o mesmo sample da música Ike’s Rap 2, de Isaac Hayes, que Portishead usou em Glory Box - e, veja só, Racionais MC’s usou em Jorge da Capadócia!

Essa foi é a tríade mais importante para o trip hop. Além dos álbuns já citados, cada um desses grupos possui diversos materiais de qualidade e que merecem muito ser ouvidos. Após eles e ainda nos anos 90, diversos outros artistas surgiram criando composições e álbuns do gênero, como DJ Shadow (Endtroducing…, 1996), Lamb (álbum homônimo, 1996) e UNKLE (Psyence Fiction, 1998), apenas para citar alguns.

Mas não é só dos anos 90 que o gênero vive. Artistas que produzem sons desse estilo estão surgindo ainda hoje e merecem ser ouvidos. Radiohead, uma das bandas mais importantes da cena atual, lançou em 2011 King of Limbs, álbum com elementos fortes do gênero. Bjork é outro exemplo de uma artista que volta e meia lança material com elementos “trip-hopianos”. London Grammar e Archive também são ótimas pedidas para quem quer se aventurar nesse gênero denso e melancólico chamado Trip hop.



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