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Algumas sugestões depois um final de semana escutando rap




Leonardo Visioli

Desde o final de 2014, por influência de alguns amigos meus, eu comecei a escutar rap, algo que eu nunca pensei que gostaria. Meu primeiro contato com música, em geral, foi no heavy metal. Ainda me lembro de ter escutado Paranoid, do Black Sabbath, e ter ficado com a cabeça derretida. Dessa época em diante, o heavy metal era o único gênero musical para mim, o resto era uma merda. A pira é que, na mocada, eu escutava vários outros sons, até porque tinha que manter a identidade de ''metaleiro banger tr00''. Que imbecil.

O tempo foi passando e eu larguei mão da ignorância, mas ia explorando vários gêneros musicais, em várias épocas da minha vida: reggae, surf music, indie, pop, até que, por causa de um cover do Sublime, de uma música do Descendents, cheguei no punk e no hardcore. Aí viciei pra caralho e o punk tomou conta das caixinhas de som do meu PC.

Anos se passaram e eu acabei conhecendo o rap, quando um desses meus amigos me mostrou o ''Enter the Wu-Tang (36 Chambers)'', do Wu-Tang Clan. Aquela pira dos anos 90, boom-bap pra caralho me interessou, e muito. Depois de um tempo comecei a manjar rap de hoje em dia, e vi que o negócio é mais interessante ainda.

Dizem que o rap e o punk meio que andam juntos ali, os dois são "rebel music", som de gente que tem algo para Falar, alguém que quer deixar uma mensagem, alguém que não gosta muito de como as coisas estão, alguém que protesta. Até o desvio do intuito dos caras, com a injeção de dinheiro pela indústria e tudo mais, é parecida com a do punk.

Esse final de semana vi a oportunidade e me internei no rap. Ouvi som antigo, som novo, e queria compartilhar com vocês aqui, alguns álbuns que eu tirei uma pira fodida. Vai que numa dessas você não começa a olhar o rap com outros olhos também, igual rolou comigo.

VINCE STAPLES – SUMMERTIME '06





Vou abrir as indicações com o ''Summertime '06'' do Vince Staples. Esse álbum me deixou desconfortável, e é aí que está a genialidade dessa porra. Não é um álbum legal de escutar, não é um álbum feito para você, que está escutando. O álbum é realista, sujo, pesado e que traz uma visão de alguém que só viu merda acontecendo. Vince Staples não tem tempo para esperança, nem para alegria, o cara sabe do mundo em que a gente está inserido e ele faz questão de falar desse mundo, nos detalhes mais sórdidos.

O álbum termina e você sente que ainda tem muita coisa para ser escutada, e que ele ainda vai falar muito mais. Staples não quer transmitir a fantasia dele, de ter grana, maconha e buceta, ele quer te falar, olho no olho, do que é que acontece por trás dessa fantasia toda, o que é bem distante dessa porra toda.

KILLER MIKE – R.A.P. Music





Esse álbum é um soco na boca, do começo até o fim.

Killer Mike fala de temas políticos, por exemplo no som ''Reagan'', onde além disso, ele também fala da situação racial nos EUA, e também sobre rap em geral, e a influência que ele tem nesse racismo todo. O som que abre já avisa que aquilo sim é rap, e não aquela ''merda de dance music que passa na TV''. E ele continua reafirmando isso durante o álbum todo, para deixar bem claro que, ao contrário do que o Nas falou com o álbum ''Hip Hop is Dead'', o hip hop está mais vivo do que nunca. 

O negócio é simples e direto, sem muita frescura, mas ainda assim, pesadíssimo.

MF DOOM - MM... Food





MF Doom é o meu rapper favorito, talvez. Não posso falar porque ainda sou leigo nessa porra toda, mas o cara é zica. Eu ia falar do Madvillainy nesse post, mas resolvi citar esse álbum ao invés. MM Food é um anagrama de MF Doom, e nesse álbum ele faz várias analogias a comida. Sim, ele trata de vários temas, só que sempre comparando tudo a comida. Por exemplo em ''Beef Rap'', ele trata sobre as ''beefs'' entre rappers, as tretas, só que usando como analogia, um bife de verdade, e as várias maneiras de preparar esse bife (particularmente a fritura). 

É um puta álbum, que mostra a criatividade do cara, e a capacidade que ele tem com as palavras. Além disso tudo, tem toda a produção, que conta com samples de episódios vintage, de desenhos animados como: O Quarteto Fantástico, Homem Aranha e do Super-Homem, tudo pra dar suporte à fantasia que se tem em volta dele, que se declara um vilão, tipo o Doutor Destino. É mais um projeto desse mano que é, talvez, uma das cabeças mais cabulosas do rap mundial.

E com o Doom, encerro as indicações. Teve mais coisa que escutei, mas esses que citei foram os que mais me chamaram a atenção. Se você se interessar, estão aí os ''adicionais'' que eu não falei ali em cima: 

Childish Gambino – Because the Internet 

King Geedorah – Take Me To Your Leader

Run The Jewels – Run The Jewels

A$AP Rocky – AT.LONG.LAST.A$AP

Tudo isso aí está no Spotify, pra quem usa o serviço. Para quem não usa, o YouTube faz o serviço (melhor até). Só lançar na barra de busca e dar o play.

E se você sentiu falta de rap nacional, eu ainda não cheguei nessa porção do role.

Porém. 

Tem um álbum que eu gosto muito que é o ''Cortexiphan'', do Parteum, vale a pena escutar também! YouTube proporciona esse role aí para a senhoria.

E acabou! Adeus e boa escutada desses álbum tudo!!!!


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