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Saudades...

Tags: saudade onde

Palavra estranha esta que voltou a ganhar significado para mim.
Desde que me lembro que vivi com saudades... era ainda miúdo, quando sem querer e logo de seguida aprendi a verdadeira dor da saudade de perder este e aquele, onde a dor te inunda e ocupa o que jamais pode vir a ser minimizado por alguém que não volta.
A dor que te consome... que te tirar o respirar e que te obriga a novos ciclos respiratórios involuntários... a dor que te encharca o olhar, quando vês e te lembras de que partiu... a dor que nunca desaparece e que alimenta a presença de quem não está... estranho um simples miúdo, experimentar tudo isso sem conhecer o que o adulto conhece, mas sobreviveu...
Já quase adulto, voltei a sentir o sabor amargo da saudade, num infortúnio onde acima de tudo o que ficou para além da ausência do ser, foi a enorme injustiça de perder um amigo exemplar, companheiro de aventuras e estares... a saudade essa, era acima de tudo uma tentativa de compreensão da situação que ainda hoje reconhece alguma dificuldade em assimilar, embora compreenda o sucedido...
Adulto depois, experimentei pela primeira vez a saudade viva de quem está mas que parte por opção...
Saudade estranha essa, em que o que se quer dar é diretamente proporcional ao que não se quer receber e onde a ausência é imposta por terceiros, quartos e quintos e onde o que se sente se torna natural pela imposição e relevância do passado e onde o desconsiderado por outros é considerado apenas por ti.
Saudade estranha essa, em que a dor é tão ou mais intensa que a outra mesmo mesmo sabendo que foram circunstâncias e opções de vida, onde o respirar continua e a presença não.
Anos mais tarde aprendi a lidar com este tipo de saudade... desconsiderei-a e achei até que esta saudade não era a saudade, isto porque saudade e  vontade de estar tem tudo a ver sendo a primeira eterna e a segunda muito mais efémera.
A saudade faz-te manter viva o ser de que sentes faltas... a vontade de estar pressupõe apenas a presença sendo o tipo de ausência opcional.

Volto agora a sentir aquelas saudades... que doem como se aquele ser nunca mais voltasse, e que se sente como imerecida e imposta.
Torna-se assim a conjetura a obrigação e o privilégio de sentir e viver saudades de gente que tanto fez para as merecer. Sente-se a falta da presença... da vivência... da pessoa que respira e que não está porque simplesmente não quer. URF!!!
Saudades...
Demasiados anos passam a senti-las e verdade... por seres que por mim passaram e quesinto não os voltar a ter...
Saudades...

Aúúú...
Aúúúúúúúúú...

Saudades...


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