Nada a acalma a não ser abrir seu livro, buscar aventuras sem sair de casa…fisicamente, pois mentalmente sua mente voa, assim como seus pensamentos e ideias. A sua forma de imaginar o mundo é a mais bonita, colorida, a mais repleta de personagens variados. Seu santuário é a sua estante, seu lugar favorito é qualquer um desde que esteja com um livro em suas mãos. As páginas fluem silenciosamente, tão leves e naturais com uma asa em movimento, portanto a chamamos de sonhadora.

As palavras a perseguem, seu medo é se frustrar com a última frase. Sua terapia é algo simples e ignorado por parte de seus amigos: ir em uma livraria, uma feira de livros, uma biblioteca, um sebo…

Sua mente sempre está focada em frases marcantes, capítulos inesquecíveis, personagens favoritos. Quando ela começa a falar sobre livros é perceptível seu amor por esta arte, o brilho nos olhos é verdadeiro e para qualquer coisa ela te indicará uma saga diferente. Ela simplesmente não se importa com a quantidade de livros, sua vontade é grande, sua exigência também.

Podemos comparar sua vida com qualquer livro. Tudo  é dividido em capítulos, uns mais empolgantes do que outros, alguns se tornarão seus favoritos, outros você apenas sentirá vontade de ler rapidamente. Seus dias são definidos em frases, algumas mais impactantes, outras passarão normalmente. As horas, os minutos e segundos originarão as frases, portanto são as palavras, algumas mais difíceis outras você apenas se cansará de ouvir.

Nada é mais gratificante do que o momento em que ela se desliga do mundo e deposita toda a sua esperança (a que ainda resta) em sua leitura. Ela quase desiste da realidade, prefere viver em castelos, florestas, ilhas, verdadeiros paraísos imaginários do que o mundo cinza, caótico, injusto e triste em que a rodeia.

Descrição é a sua melhor amiga, imaginação é o que a move, ideias são no que ela se transforma. Ao começar cada livro ela apenas se reserva, vai para um mundo que ninguém conhece, ela foge sem realmente fugir. Ela pode fazer o que quiser pois o mundo foi ela quem inventou, as regras pertencem a ela e ninguém pode dizer o que fazer ali, pois ninguém enxergará aquilo com os olhos dela.

Ninguém pode impedir sua vontade, ela é decidida até no que vai ler, tem sempre uma pilha a sua espera, sempre vão existir argumentos bons o suficiente para ela provar que você está errado em odiar um livro que ela amou. Seu momento de paz é aquele em que ela medita no modo dela, em que os olhos fazem o trabalho de montar cada cena em sua cabeça, em que seus dedos apenas viram as páginas, em que seu corpo apenas relaxa e se estica, não importa onde ela esteja.

Suas expressões também são incomparáveis, quando ela lê algo como “piscou” ela pisca, ou algo como “lançou um olhar severo”, ela lerá a cena com uma cara mais séria que o normal. Isso não dá pra negar, o livro se torna parte dela, parte das suas ações e principalmente do seus sentimentos.

Portanto, se você é uma sonhadora como eu, deve ter concordado com pelo menos metade das coisas aqui escritas, mas se você ainda não for assim está perdendo tantas coisas, tantas histórias, tantos momentos que nós ficamos até tristes…quem dera o mundo pensar como todas nós…seria um sonho.