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SELFIE COM GOLFINHO E LEITORES DESATENTOS



   Se você estava em um quarto do pânico nos últimos dias, com medo de ser atingido por meteoro diferentão e vanguardista, e não teve acesso a nenhuma rede social, você provavelmente não ficou sabendo do ocorrido na Argentina: a morte de um golfinho por descuido dos banhistas que, ao invés de devolvê-lo ao mar, aproveitaram o momento pra tirar aquela selfie que bombaria de curtidas no Insta.

ATENÇÃO: ESSE POST NÃO É RECOMENDADO PARA PESSOAS QUE NÃO GOSTAM DE GOLFINHOS, POIS ESTARÁ CHEIO DE FOTOS DOS MESMOS, COMO JUSTIFICATIVA, O AUTOR AFIRMA QUE SÃO AS MELHORES IMAGENS DA INTERNET. 







   O absurdo e a crueldade do ocorrido todo mundo já sabe, já comentou e já compartilhou, mas o foco desse texto é outro. A geração selfie, que respira WhatsApp e se alimenta de Netflix tem criado uma nova forma de leitura, mais desatenta, despreocupada e, consequentemente, mais rasa (não pensem que estou me excluindo desse grupo. Foi justamente percebendo minhas atitudes que decidi escrever sobre isso. Talvez um auto puxão de orelha).

   Em Agosto do ano passado, o site da Editora Intrínseca publicou o texto Como o Facebook nos Transformou em Leitores Desatentos, de Filip Vilicic, Na publicação, Vilicic comenta a dificuldade de se concentrar em apenas uma tarefa nos tempos atuais, com o celular apitando, o Spotify tocando, o computador conectado e a TV ligada (sim... tudo isso está acontecendo enquanto escrevo) e, talvez, a tarefa mais prejudicada seja a leitura, não apenas por dedicarmos menos tempo à ela, mas também por querermos dividí-la com outras três. Não consigo contar quantas vezes tive que reler uma página inteira por não ter entendido uma única palavra, mesmo tendo passado meu olho por todas. Ou quantas vezes passei mais tempo procurando um ângulo bacana do livro para postar no Snapchat, do que realmente o lendo.


      Mas acho que a influência da internet na leitura vai além disso. Enquanto acompanhamos nosso feed no Twitter ou no Face nos deparamos com informações novas, desde notícias que não tínhamos lido, até filmes que ainda não vimos, e essa avalanche de informações influencia diretamente na escolha das nossas próximas leituras. Não que seja algo maléfico, mas a procura de livros em livrarias e bibliotecas nos dias de hoje, com certeza se diferencia da que fazíamos a cinco anos atrás. Grandes responsáveis por essa mudança somos nós, blogueiros e vlogueiros literários que, as vezes, não nos damos conta da importância e do cuidado que devemos ter ao indicar e comentar livros.

   Um dos meus canais literários favoritos é o Cabine Literária, e em um dos vídeos (link aqui) a Tatiany Leite mostra um cálculo de quantos livros vamos ler ao longo de nossa vida, considerando um livro lido por semana (uma média até que alta), e o número total é de 3.510 livros. Sim, pode pegar o lencinho porque eu também chorei sangue depois dessa notícia, e é esse número que tem me motivado cada vez mais a pensar duzentas e trinta e cinco vezes antes de iniciar uma leitura, e a desligar o celular enquanto estiver lendo. Só assim, espero diminuir a quantidade de golfinhos mortos pelas páginas, que não percebi estarem ali por causa de uma simples selfie.











      E enquanto você espera desesperadamente pelo lançamento da biografia da Claudia Milk, deixe nos comentários suas opiniões e como andam as suas leituras atualmente.

Até a próxima :D


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