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Ditadura Emocional

Acerca dos últimos meses.

Observo os movimentos cíclicos, algumas ações que se delongam e se repetem, estendendo-se num frenesi sadomasoquista entre dor e satisfação. A luta que se trava em busca de um desejo irrefutável do ideal, da completude de um sonho, traçado na mente individual, inacessível aos outros seres e à realidade…nesse movimento de iô-iô, percebo-me num processo alheio, compactuando e me indignando com essa necessidade inexplicável de se ter o desejo realizado acima do que lhe faz bem, seria “egoísmo do ego” (redundante em prol do excesso) ou mendicância de regozijo? Alacridade em obsessões efêmeras ou revigoração em atender aquilo que não nos é concedido facilmente? A resposta é indiferente aos caminhos, são os questionamentos voltados para a própria essência medíocre do ‘ser’ que movem e nos resgatam dessa rede de autossabotagem, pois no fim o ‘ser’ nunca existiu de fato, sendo nós apenas uma construção clerical (do sentido de hierárquico milenar, que rege a organização social) envolvidos numa redoma de conceitos e sonhos impostos, onde o próprio ato de rebeldia compõe o equilíbrio do sistema, altercando sem soluções. Por fim, sem sequer chegar ao começo, sem findar ao certo meu propósito, ainda que nos reste os escombros de nós mesmos, permeados em dúvidas e incertezas, ainda assim não seria mais digno viver e gozar devida e verdadeiramente do direito que se tem sobre desfrutar o seu “bel-prazer”? Tal que esse bel-prazer seria, utopicamente falando, o que de fato seu ‘ser’ deseja?
Ser ruína não é ser resto ou sobra, é estar em pé ainda que sem estruturas, é ser forte enquanto frágil, é viver no meio, tênue. Ser ruína é saber, arriscar, conter em si o contentamento e conformidade em relação a realidade fugaz da vida.
Arruinando-me em passos vagarosos e trêmulos, só e apenas observo.




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