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A renúncia de um anjo



Da vida a pior crueldade, foi mostrar-me aquele anjo
Ao chão jogado, sem qualquer resquício de dignidade.

Os abraços que um dia dera, tornaram-se vis correntes de aço.
Os beijos que recebera, nada passavam de traquejos para traições.
Os dependurados que salvara do precipício da insensatez, puxaram-no pelos pés e assistiram sua queda.
Os friorentos a quem aquecera, certo dia envolveram-se em suas penas arrancadas a contragosto,
Deixando suas belas asas em frangalhos.

O homem a quem dera seu amor, fizera do anjo uma meretriz.
Os cabelos um dia feitos das nuvens do céu, agora não passavam de uma fumaça cinzenta que inibia a visão.

O belo anjo ao cair, descobrira ter ossos, carne e sangue
E que levantar-se sozinho seria o começo de todo o desagravo.
Descobrira que era um ser humano e que abençoar os passos alheios não seria agir como tal.

Malícia, do que outrora não soubera o significado, tornara-se Seu Olho esquerdo
E a vingança, que um dia fora pura tolice, tornara-se seu olho direito.
Sua armadura protetora tornara-se nada mais que uma pobre vestimenta em andrajos.
Mas seu poder tornara-se intenso. E aniquilador.




Manoelle D'França

 Veja esta publicação no Juventude Clichê.







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