Os pedaços de madeira em chamas caiam, aqueles pedaços que à poucas horas eram casas, essas casas que formavam uma cidade, que ali existiu e se extinguiu. Nada ali existia mais, apenas o fogo que ainda queimava a madeira fazendo estalos ocasionalmente. Aquela que já fora a pequena vila élfica de Rosart. Sempre bela e pacata. Até aquela manhã. Aquela manhã tinha sido devastadora. Os orcs chegaram, invadiram e destruíram tudo. Não sobrou nada ali. Praticamente não tinha mais vida no local. A terra estava seca por causa do fogo. A única coisa que não a deixava ficar totalmente seca era o sangue dos pequenos elfos ali mortos. De mais de centenas, apenas um estava vivo. Um pequeno elfo de uns doze anos, tinha sofrido bastante, mas continuava vivo.
         Se levantou e olhou em volta. Tudo que via era destruição, mas ele não procurava por isso, procurava pelos pais. E logo encontrou. Não eles. Mas os cadáveres deles caídos perto de onde seria uma porta. Correu até ali aos berros para ver se tinha algum sinal dos pais, mas nada de vida ali havia. Procurou pela vila e não acho ninguém. Até que não aguentou a agonia e saiu correndo daquele lugar. Tudo atrás do pequeno pegava fogo. Até que os primeiros pingos de chuva começaram a cair. E caíram mais forte. O pequeno elfo corria que não se aguentava até que parou e caiu de joelhos no chão. Deu um grito de dor. De solidão. Um grito que nunca mais será escutado igual. Pois solidão igual a dele nunca foi sentida de tamanha forma.