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A NAZIDIREITA RELIGIOSA




Em épocas de Kali Yuga, é natural encontrar os demônios sociais se escorando em táticas nazifascistóides para empurrar suas verdades-mentirosas guela abaixo das pessoas com bom senso? Será o bom senso a forma de resistência e o alvo desta horda com pretensa procuração de Deus para eliminar aqueles que ousam a liberdade de pensamento?

Kali é uma deusa Hindu. Kali Yuga pode ser traduzida por “Idade do Vício”. Segundo algumas escrituras hindus, é a última das quatro etapas que o mundo atravessará no tempo. Diz-se que começou quando Krishna deixou o planeta para voltar para sua morada espiritual. Escrituras como o Mahabharata e o Bhagavata Purana apresentam Kali Yuga como uma era de crescente degradação humana, cultural, social, ambiental e espiritual. Sua duração é estimada pelas escrituras em 432.000 anos, já tendo se passado 5000 segundo o Siddhanta Surya.

Eu realmente não consigo imaginar qual será o estado do planeta no último dia da Kali Yuga, já que com “apenas” 5.000 anos o mundo parece-me muito próximo do seu desfecho trágico. O que os olhos podem ver não é novidade para ninguém: guerras, fome, miséria, destruição dos recursos naturais, escravização humana, escravização animal. Uma série de aberrações que começam com grupos fanáticos na África do Sul, passando pelos cartéis de tráfico de drogas na Colômbia, a produção industrial de carne e derivados animais, até absurdos como tijolos para a construção civil feitos com sangue animal. 

Se você torcer um jornal como se fosse uma toalha, manchará suas mãos de sangue e outros fluídos: os fatos, bem ou mal, estão sendo noticiados. Salvo a exclusão digital, táticas anarquistas de “faça sua própria mídia” ganharam versões atualizadas em sites de veiculação de notícias sem regulamentação de qualquer ordem, torpedos SMS e vídeos compartilhados tornaram impossível o controle e o fluxo da informação. Uma democracia assustadora: a maior parte das pessoas não pode mais ser enganada sobre os fatos, a menos que se permita.



Pessoas de bom senso não se permitem o auto engano. Bom senso exige coragem numa massa covarde preocupada com o vencimento dos carnês que dão as tônicas às suas vidas. É a estas pessoas de bom senso que este artigo se dirige. Às pessoas bem intencionadas que, como eu também estou, sujeitas a não enxergar a carne podre que está oculta em baixo do nariz. Embrulhado o estômago, em vão os olhos procuram o foco do fedor sem jamais encontrá-los. 

O século XXI, época destinada a concluir e coroar as conquistas sociais realizadas desde o início da Idade Moderna sofre com um pedaço de pau atolado em sua engrenagem. Quem são aqueles que querem interromper a marcha histórica que busca pela justiça? As previsões ocidentais para o atual século se veem confrontadas na contramão pelas previsões dos povos antigos: nós enxergamos o atual século como a época da realização plena das conquistas sociais, são cem anos para destruir o sexismo, a homofobia, o racismo, as classes sociais, as fronteiras nacionais, a escravidão humana, e em especial a escravidão animal, uma luta que historicamente é essencialmente do século XXI. Os antigos enxergam a era que está mais próxima do fim dos tempos, obviamente que com um excesso de paranoia. A profecia “Jesus está voltando!” que bradam alguns se traduz em mais um desejo pautado pela insegurança, do que por uma certeza firme. O mundo está fragmentado na condição de um cristal que se espatifou no chão.

O Satanás (literalmente) da atual época são aqueles que se vendo derrotados pela razão, recorrem como um lutador ao golpe mais baixo de todos: a tática ancestral e primitiva do medo. No século XXI o Satanás da justiça se encarna nos mandatários da religião e suas doutrinas que se inspiram nos patriarcas do controle e opressão do passado. Alguém aqui pode discordar que a primeira forma de opressão foi a obediência ao “sobrenatural”? O primeiro sacerdote controlou pessoas com medo por convencê-las de que ele era a ponte entre os deuses e a sua criação fez o primeiro carreto na estrada do medo que trafica almas e obediência. 

Os atuais líderes religiosos, com seus conclaves e rituais necromânticos estão ressuscitando o Satanás do medo para que se cumpram seus desígnios  As igrejas cristãs recorrem a táticas satânicas para travestir o mal de benignidade. Os textos sagrados se tornaram a “marca da besta” que define quem merece viver e quem merece morrer. Poderá a deusa Atena enfrentar a horda nazireligiosa que brota do Hades, armados com paus, pedras, e táticas de lavagem cerebral e coerção moral? Estaremos, com nos bons filmes de zumbis de George Romero, em pequeno número e ilhados em uma casa procurando não enlouquecer, enquanto nos vemos cercados por zumbis recitando versículos bíblicos? O coro dos “Ih-moh-tep, ih-moh-tep, ih-moh-tep” que ouviremos será “aceite Jesus, aceite Jesus, aceite Jesus” ou algo do gênero? 



Textos sagrados são em essência perigosos. Para os que creem que tais palavras foram ditadas por Deus, haverá objeção humana que os impeça de levarem a cabo o projeto da sociedade temente a Deus? Para começo de conversa: nunca vi a objetividade ser o foco de trechos sagrados, e quando é, é sempre um atentado a razão. A maior coletânea de normas e prescrições absurdas está reunida em tais textos com uma ausência total de lógica ou com uma lógica visivelmente opressora. Exemplos: 

“...as mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada.”Tito 2:3-5

Alguém duvida do teor sexista deste versículo bíblico?  Outro exemplo mais claro de sexismo:

“Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar; e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem. Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.”
Gênesis 2:21-23

A mulher veio da costela do homem? Eu pensei que tanto e homens e mulheres viessem do útero de outra mulher. Por que Deus, tão acima das vaidades humanas, subverteria as leis do universo que ele próprio arquitetou em um exibicionismo artístico chamado “milagre”? Se Deus precisa de atenção e aplausos, então ele é humano.




Alguns podem objetar que são as leituras fundamentalistas dos textos sagrados que são nocivas, já que são lidas como prescrições literais para a tomada de ações práticas na vida. Muitos objetarão ainda mais severamente dizendo que os textos sagrados são de cunho inspirador, e são antes verdades da alma, do que um guia prático. Quando os crentes se veem acuados pelo excesso de um ou outro partidário da crença, respondem publicamente dizendo que o ocorrido foi um erro de interpretação, quando não, obra do Satanás. Eu não sei o que é mais grave: recorrer a um jogo de palavras conveniente – quando convêm, as prescrições são literais, quando não são de caráter inspirador; ou eximir-se da responsabilidade de um ato ou discurso transferindo a culpa a um ser que não pode ser punido. Se uma criança desarruma o quarto da mãe, quem acreditará que foi o Bicho Papão? Só outra criança acreditaria. O medo mais infantil é o medo do desconhecido. O Bicho Papão nunca fez uma vítima, tampouco Satanás. 




Eu posso concordar que leituras fundamentalistas são imediatamente mais perigosas. A imprensa está cheia de casos de homicídios, lesões corporais, infanticídios e parricídios cometidos por pessoas desequilibradas atordoadas com as confusas mensagens religiosas, provavelmente incutidas por um sacerdote interessado na obediência ou no dízimo.  Não deveriam eles também responder criminalmente? Indiretamente forneceram um elemento, quiçá o elemento catalisador, para uma pessoa mentalmente atordoada colocasse a vida de alguém em risco? Contudo, ainda que todos estivessem de acordo – o que não é verdade – de que os textos religiosos são de caráter meditativo, e não de caráter manual; o espírito do que está dito se mantém.  Já que estamos usando como exemplo o sexismo, todos concordam que a forma de opressão sobre as mulheres se altera durante as décadas, mas alguém pode negar que os textos sagrados aos quais me referi são inspiradores no sentido de manter a mulher submissa ao marido, ainda que de formas contemporâneas? O julgamento sobre atos é isolado, mas as ideias e concepções que motivam determinado ato, ou conjunto deles, fazem parte de um julgamento social e público. 



O caráter sacral de textos antigos que basicamente são leis morais de povos de outrora permite que os preconceitos que teoricamente a sociedade laica superou se mantenham intocados, relidos, e praticados ao longo dos anos com o singelo, mas de forma alguma desprezível, manto da “liberdade religiosa” mantendo inimputáveis violações éticas que fogem da letra da lei.  Atitudes que são condenáveis do ponto de vista da eticidade laica, muitas vezes com respaldo legal, são toleradas no contexto religioso, que há muito não está restrito intramuros dos templos: conversão de homossexuais, extorsão na forma do dízimo perante coerção moral do medo, manutenção do status submisso da mulher, discurso de ódio e/ou desprezo pelos não crentes, etc. 

Em primeiro lugar: liberdade religiosa é um conceito passível de no mínimo duas interpretações. O artigo 5º da Constituição Federal, que versa sobre o assunto não é claro quanto a questão dos ateus, ele diz:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;


Como podemos notar, ele faz referência a LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA, não faz nenhuma referência a NÃO CRENÇA. Alguns podem interpretar que a negação está inclusa na afirmação, e que a lei respalda os ateus; outros podem recorrer ao “benfício/malefício da dúvida” alegando que nada está dito sobre o não crer. Talvez a única referência na qual os que não creem possam se sentir respaldado é no artigo IV:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Outro grande problema prático na crença na “palavra de Deus” são suas releituras, ainda que fundamentalistas, que são utilizadas por pessoas de ma fé para controlar e submeter uma grande quantidade de pessoas à lavagem cerebral, extorsão e constrangimentos sociais e psicológicos. 




Desde Matinho Lutero a religião é aliada do capitalismo, o sistema econômico e social mais opressor jamais visto. A postura atual da Igreja Católica, que tanto combateu o lucro e a usura na época da reforma protestante, hoje se alia a concepção mercantilista da fé. Como reagiria Jesus Cristo que expulsou os comerciantes do templo se caminhasse pelos templos que falam em seu nome e observasse sua imagem, palavras, e ideias estampadas em camisetas, cd’s, bonés, dezenas de edições de bíblias: do estudante, da mulher, do cachorro, do papagaio, etc.? 

O coroamento da aliança religião e capitalismo é o neopentecostalismo: J. Goebbels, Ministro da Propaganda de Adolf Hitler ficaria orgulhoso dos pastores e bispos brasileiros. É de sua autoria a frase que diz: “Nós não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um certo efeito”, e também da velha conhecida: “Uma Mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade.”

E para não restar dúvidas de que o neopentecostalismo midiático aprendeu direitinho com as lições do Prof. Goebbels:




"A essência da propaganda é ganhar as pessoas para uma ideia de forma tão sincera, com tal vitalidade, que, no final, elas sucumbam a essa ideia completamente, de modo a nunca mais escaparem dela. A propaganda quer impregnar as pessoas com suas ideias. É claro que a propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal propósito não o percebam."

Alguém ainda vai pagar o dízimo?

Se alguém ainda tem dúvidas do que aqui foi dito, deixo abaixo algumas referências.


























InBox Facebook por: Walter Sullivan Guimarães.

[NOTA: Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do blog. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. Se alguém sentir necessidade de replicar, enviar artigo InBox para nossa página no facebook, ou se expressar nos comentários. As réplicas serão postadas subsequenciamente ao texto.]






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