Tentar acalmar uma turma de ensino fundamental de uma escola pública da capital gaúcha, onde os alunos trocam xingamentos, ameaçam agressões e batem de frente com o professor, que até pouco tempo atrás era tido como autoridade na sala de aula, virou uma tarefa árdua e as vezes até impossível.
Os alunos de hoje tem seus interesses próprios, muitas impostas por influências das ruas, das músicas e dos meios de comunicação. Em escolas de classe popular, vemos crianças falando gírias, fazendo ameaças a outros colegas, andando em grupos que chamam de "bondes", algo muito semelhante a gangs. Embalados pelo som do funk, que minimiza os valores da mulher, com letras vulgares e de baixo calão. Outro ritmo contagiante é o rap, que fala da vida nas ruas e das dificuldades da vida das pequenas classes, porém muitas letras são uma apologia ao crime e, estas são as que mais atraem os jovens. Programas de televisão são outra influência e, cada dia que passa está Cada Vez Mais difícil competir a atenção dos alunos.
Professores Cada Vez mais estressados, gritando, xingando, tentando arrancar a força um pingo de educação de seus alunos. As salas de aula têm se tornado uma selvageria e a solução parece estar cada vez mais distante.
Sei que seria muito fácil eu dizer que calma e a paciência seriam a solução, que os professores têm que ouvir seus alunos, saber conversar e convencê-los de que a escola é importante. Elaborar materiais interessantes e envolventes, para prender a atenção de seus alunos. Como se fosse fácil competir com a malandragem das ruas. E, como se fosse fácil adquirir paciência.
Mas devemos ser persistentes, devemos praticar dia-a-dia, aproveitar as oportunidades que nos surgem. Problemas muito pequenos, que nem deveríamos nos importar acaba sendo o estopim para a raiva e o estresse.
Excesso de dedicação aos nossos empregos, visando promoções, elogios, aumento de salário, acabam por nos fazer deixar de lado as coisas mais importantes da vida, que são nossa familia, nossos amigos, nosso tempo sozinhos de calma e reflexão.
O valor demasiado ao trabalho nos deixa estressados, enérgicos. Não conseguimos um minuto de descanso e, quando finalmente acreditamos ter conseguido um tempo para relaxar, nossa família nos cobra a atenção. Os filhos fazem algazarra, o companheiro quer conversar e o acúmulo de estresse nos faz descarregar tudo nas pessoas que nos amam.
Acreditamos que nos dedicando inteiramente ao nosso trabalho, estamos fazendo algo por nossa familia, trazendo o do bom e do melhor para eles, mas tudo o que eles precisam é de nossa companhia.
Este parece ser um resumo do que se passa na casa de cada familia brasileira. Tendo entes queridos cada vez mais preocupados com o trabalho, mesmo àqueles que só praticam o trabalho do lar.
Talvez não seja isso que nos trará um pouco de calma? Talvez não seja isso que estes alunos revoltados estão querendo dizer?
Talvez esteja faltando educação em casa, mas o que realmente falta é atenção, preocupação com o crescimento de nossos filhos, com o que eles estão aprendendo dentro e fora das escolas. E não nos preocuparmos somente com o que dar de comer e vestir aos nossos filhos.
Talvez esteja faltando educação em casa, mas o que realmente falta é atenção, preocupação com o crescimento de nossos filhos, com o que eles estão aprendendo dentro e fora das escolas. E não nos preocuparmos somente com o que dar de comer e vestir aos nossos filhos.
A calma e paciência será adquirida com o passar do tempo, deixando de lado valores ditados pela sociedade como sendo o caminho para a felicidade.
