kadian
o homem olhou através da janela e o estremecimento passou a uma comoção inesperada. não queria, melhor não podia acreditar no que a vida, imperturbável fábrica de destinos. tinha voltado a pôr no seu percurso: a menina-mulher.
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os olhos pejados de ternura recusavam desviar-se da aparição.
- não, não pode ser ela. é a minha fantasia a recriá-la. é já o pôr de sol que se aproxima. são as manchas das folhas de árvore sobre o rosto.
ela era quase uma menina quando a ouvi tocar...que poderia fazer hoje aqui, neste quase fim de mundo, onde só eu e a minha mãe vivemos para além dos pastores?
enquanto isso, sara olhava a casa, temente da reacção do dono se, sem mais nem menos, lhe invadisse a privacidade e o óbvio exílio.
mas tinha de encontar uma saída. parou para pensar numa abordagem, um pretexto que a levasse a bater à porta e não perguntar de imediacto:
- é você o pianista?
a frase não cairia nada bem como apresentação.