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Review: Kamen Rider Black Sun (2022)

Kamen Rider Black Sun

Direção: Kazuya Shiraishi
Elenco: Hidetoshi Nishijima, Kokoro Hirasawa, Tomoya Nakamura, Takahiro Miura
Japão, 2022


Recentemente assisti os 10 capítulos de Kamen Rider Black Sun, o reboot da clássica série tokusatsu Kamen Rider Black (1987) que foi exibida por aqui pela extinta Rede Manchete a partir de 1991. Com um enfoque forte na politica e na discussão sobre o racismo, a série incomodou bastante o público mais inclinado à direita como se o tokusatsu não tivesse suas, como eles costumam dizer, ‘lacrações” desde o seu surgimento nos anos 50. Vamos dizer que Black Sun foi para esses fãs de tokusatsu o mesmo que Star Wars: The Last Jedi foi para os fãs de direita de Star Wars (só que Black Sun é bom).


Na trama de Black Sun, o Japão passa por uma crise sociopolítica devido a discussões violentas sobre a coexistência entre os homens e os Kaijins, que são basicamente humanos alterados que assumem formas monstruosas. Aoi Izumi é uma jovem ativista de direitos humanos e, praticamente, a protagonista da série, que luta contra a discriminação que os Kaijins sofrem. Em sua cruzada, Aoi conhece os irmãos de criação Kotaro Minami e Nobuhiko Akizuki. Kotaro e Nobuhiko são ex-membros do movimento denominado Gorgom que reverencia um tal Rei da Criação. No momento atual, esse Rei está nas últimas, e Kotaro e Nobuhiko, que receberam as King Stones e foram transformados nos monstros Black Sun e Shadow Moon, são candidatos a sua sucessão.


Fãs de tokusatsu muito mancheteiros nostálgicos também tem tudo para odiar a série, pois embora role algumas referências e homenagens, e a rivalidade entre os irmãos de criação seja mantida, Black Sun vai para algo completamente diferente da série original. Black Sun se inspira mais nos quadrinhos e filmes de X-Men e não é sobre um super-herói combatendo as forças do mal. Tanto Black quanto Shadow Moon (os alter egos de Kotaro e Nobuhiko), apesar de mais vistosos, são tão animalescos quanto os demais kaijins. No lugar de coreografias elaboradas na pedreira da Toei, temos muito gore, com direito a membros arrancados e vísceras expostas. Felizmente, ao contrário do Zack Snyder, o diretor sabe que só isso não torna o produto adulto e investe bem na abordagem mais madura do tema  e desenvolvimento de personagens. O que também pode desagradar a alguns fãs de tokusatsu, pois isso quer dizer que tem mais...hã... “falação” do que costumamos ver nesse tipo de produto. A trama de Black Sun ainda é dividida em duas linhas temporais, algo pouco usual no gênero.


No elenco, o destaque, sem dúvida, é o ator, Hidetoshi Nishijima. Protagonista de ótimos filmes como o premiado Drive MyCar e o suspense Creepy, foi surpreendente vê-lo escalado como protagonista de uma série tokusatsu, ainda que diferenciada. Nishijima interpreta um Kotaro Minami mais amargurado e cansado da vida. No papel de Aoi, a jovem atriz Kokoro Hirasawa se mostra segura sabendo que toda a narrativa depende de sua personagem. Nakamura tem mais chances pois seu Shadow Moon, diferente do original, tem forma humana e um objetivo a mais que apenas lutar com seu irmão. Bilgenia, melhor vilão que Shadow Moon na série original, ganha aqui também novos traços em sua personalidade resultando em um papel bem maior.


Gostei bastante de Black Sun que trabalhou conceitos que foram pouco explorados na série original, como o fato de Gorgom virar um partido politico. A relação entre Kotaro Minami e Nobuhiko Akizuki também é melhor desenvolvida, fugindo daquela chatice que é na série de 87, com Nobuhiko chamando Black para a luta e o herói tentando evitar o conflito. A rivalidade aqui é feroz e quando os dois chegam as vias de fato temos realmente um confronto espetacular e um final a altura (que teria evitado o desastre RX se tivesse ocorrido assim na clássica série).


Não curti muito o visual dos Kaijins. Embora entenda que o conceito era mostrá-los mais próximos dos humanos, poderia ser melhor trabalhado. Fica parecendo que estão usando máscaras, ao contrário dos protagonistas. O visual dos monstros na série do Black era um dos melhores do seu tempo e permanece assim até hoje. O trio de sacerdotes dos Gorgoms também deixa a desejar no visual e mesmo sua presença na trama é reduzida, com exceção de Bishum nos capítulos finais. No entanto, gostei muito dos visuais de Black e Shadow Moon e principalmente do Rei da Criação que aqui é um gafanhoto gigante, diferente daquela coisa ridícula que aparece no final de Black. Quem viu o episódio 2 de Black sabe que essa deveria ter sido a aparência do vilão. A Toei levou 30 e poucos anos para acertar essa.


Black Sun está disponível no Prime Vídeo

4.0/5.0

Escrevi os nomes originais dos personagens nessa critica porque acho uma palhaçada chamá-los pelos nomes que receberam na dublagem brasileira da série original. É um produto muito diferente.

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Autor: Marc







Cinema, música, tokusatsu 

e assuntos aleatórios não 

necessariamente nessa ordem

      




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