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As Mil e Uma Noites - Histórias Apócrifas


Antoine Galland (2023). As Mil e Uma Noites - Histórias Apócrifas. Lisboa: E-primatur.

Se há clássicos que mantém o seu encantamento, estas histórias são um destes. Mesmo sabendo, hoje, que estes Contos têm o seu quê de adulterado por visões românticas de orientalismo que interpretaram os contos tradicionais não deixam de exercer um certo fascínio. Sabemos ao que vamos quando pegamos num livro com este, uma viagem aos mundos orientais.

Estes contos são uma visão mítica do oriente, das distantes arábias, de um mundo de génios que concedem desejos, sultões benévolos, mercadores honestos, belas princesas árabes, príncipes corajosos e honrados. Mas, também, de bruxas e magos malévolos, de homens e mulheres cheios de inveja e intriga. A magia e o banal cruzam-se nestes contos, que mitificam o passado islâmico. 

Sabemos que são contos de fadas, não retratos de realidades históricas. Os contistas tradicionais que mantiveram viva a tradição que os escritores europeus orientalistas não são Homeros, a condensar um contínuo narrativo que forma a identidade de um povo, embora partam da mesma tradição de contar histórias que se perpetuam ao longo de séculos. Não lemos as Mil e Uma Noites para sentir o questionar íntimo de heróis acometidos pelos dramas de se ser humano, como nas histórias gregas. Lemos, para mergulhar na evocação dos fumos do oriente, da sensualidade das descrições de opulentos palácios e riquezas, do olhar sensual de princesas árabes (mesmo sabendo o quão distante isso está da realidade cultural, e que estas evocações de sensualidade são uma construção da imaginação europeia em contacto com o oriente nos idos do século XIX).

Estas histórias apócrifas recolhem contos que não terão feito parte das recolhas originais editadas na Europa. No entanto, recordo-as da minha primeira leitura desta obra, ainda criança, nuns algo desfeitos livros das edições Romano Torres. Ler estas histórias apócrifas foi regressar à história do honesto ladino Aladino, do sagaz Ali Baba e a sua ainda mais sagaz escrava, a alguns dos encontros do sábio sultão Al-Rashid, que gostava de se disfarçar de homem pobre para poder percorrer, incógnito, as ruas da sua Bagdad, e com isso conhecer as maravilhas da época de ouro da sua cidade. São contos que ganharam o seu espaço no nosso imaginário colectivo, deixando-nos ceder à tentação do orientalismo, pelo prazer de mergulhar neste imaginário.



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