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Faz tuas as opções de Jesus que nos abre o caminho da Páscoa

Reflexão de Georgino Rocha 

para o Primeiro Domingo da Quaresma

As provações sedutoras insinuam-se constantemente. O dinheiro/ouro luz, reluz e seduz; o poder atrai e exibe-se; o êxito afirma-se e impõe-se. E os três pretendem ser os pilares da nossa sociedade, os objetivos de tantas carreiras profissionais, o móbil que condiciona as consciências e faz girar o mundo. A tríade ramifica-se em muitos “filhotes” que a publicidade consumista se encarrega de fazer apresentar de forma insinuante e atraente.

“Parem com a guerra; façamos a Paz”, gritam milhares de manifestantes. Gritos em lágrimas que o Papa Francisco faz ressoar em tom de exortação veemente, dando-lhes um novo horizonte “Convido todos a fazer no próximo dia 2 de Março, Quarta-feira de Cinzas, um dia de jejum pela paz. Encorajo de modo especial os crentes a fim de que naquele dia se dediquem intensamente à oração e ao jejum. Que a Rainha da paz preserve o mundo da loucura da guerra”, afirmou, referindo a sua tristeza pelo agravamento da situação na Ucrânia, precisamente na véspera do início da invasão.
Exortação dirigida a todos, porque irmãos em humanidade; dirigida especialmente aos unidos pela fé no Senhor Jesus. A todos, o jejum solidário; aos cristãos, a oração intensa que confia em Deus Pai de todos e reconhece a pequenez humana, a precariedade das criaturas e da criação.
A ressonância do que está a acontecer, conduz-nos ao pórtico da Quaresma, que destaca a iniciativa de Deus em Jesus Cristo que vem salvar-nos; e a caminhada dos que O acolhem rumo à Páscoa da ressurreição. Lc 4, 1-13.
O evangelho proclamado na liturgia dominical é de Lucas que, centrado no início da vida pública de Jesus, agrupa em três as tentações a que Jesus se sujeita: a fome no deserto da Judeia; a sedução da posse no alto do monte; o espetáculo religioso no pináculo do Templo, donde se devia lançar sem defesas. O clamor do mundo em guerra revela o drama do coração humano que Jesus desvenda. Lucas, o narrador do acontecido, que tem alcance simbólico, coloca frente-a-frente o Diabo e Jesus e desenvolve a provocação em três cenas expressivas: a do pão para quem tem fome; a do poder dominar outros para quem se sente dependente; a de dispor de Deus, a seu bel-prazer, para exibição do seu estatuto social e religioso a quem respeita a normalidade da natureza humana e de toda a criação.
O diabo teima e insiste. Jesus resiste e persiste. Ambos se justificam com a palavra de Deus que mostram conhecer muito bem. Ambos tomam a dianteira na provocação: o diabo faz a proposta, Jesus dá-lhe a resposta, abrindo horizontes novos. O “taco-a-taco” mantém-se, desistindo provisoriamente o diabo. Mais tarde, nas cenas da paixão e do calvário, investe definitivamente e consegue, por meios legais e humanos, eliminar fisicamente aquele que antes não tinha podido vencer. Jesus, porém, mantém a confiança radical em Deus, seu Pai, que o ressuscita da morte e o faz vencedor para sempre. Jesus vê, assim, confirmadas as opções da sua vida que nós somos convidados a assumir, fielmente, com verdade e entusiasmo.
As provações sedutoras insinuam-se constantemente. O dinheiro/ouro luz, reluz e seduz; o poder atrai e exibe-se; o êxito afirma-se e impõe-se. E os três pretendem ser os pilares da nossa sociedade, os objetivos de tantas carreiras profissionais, o móbil que condiciona as consciências e faz girar o mundo. A tríade ramifica-se em muitos “filhotes” que a publicidade consumista se encarrega de fazer apresentar de forma insinuante e atraente.
A este propósito, evoco, com emoção, a estória de um antropólogo inglês que estudou, durante anos, uma tribo sul-africana. Recolhidos dados que pensava poderem definir bem o “húmus” da tribo, encontra um “bando” de crianças a brincar. Chama-as e diz-lhes: “Pus junto àquela árvore um saco de rebuçados. Quem chegar lá primeiro, fica com os rebuçados todos para si”. Imediatamente, as crianças dão as mãos e avançam ao ritmo das mais pequenas. Sorridentes, pegam no saco e vêm para junto do antropólogo. “Por que fizestes assim?” - pergunta. “Não podemos deixar que só uma seja feliz e as outras, não”. E o estudioso antropólogo conclui sabiamente: “Aprendi mais com este episódio do que com todo o meu estudo”.

Pe. Georgino Rocha


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