E Antes de tudo era o Verbo
que de dentro da Barriga da Mãe,
onde não se ouve nem sinal
que de dentro da Barriga da Mãe,
apenas ouvíamos distante.
E imaginávamos um mundo,
mas Nada disso que um dia ouviríamos... na barriga do céu.
E antes de ontem não havia disco, nem carro,
nem tráfico, nem restaurante, nem bala ou praia,
nem tráfico, nem restaurante, nem bala ou praia,
não ouvíamos falar da fila, nem do brinde,
do cisco e Mesmo de brincos.
Antes, mesmo,
muito antes do verbo ser ouvido,
nadávamos no nada, do ventre da mãe,
e lá ela nos compunha com todo amor
mesmo sabendo que iria parir um mundo,
onde não se ouve nem sinal
nem de Verbo, nem tem choro
nem tempo de rezar,
que ia faltar mamadeira
que ia rolar choradeira,
que poesia ia acabar sem rima
no meio da frase
mesmo.