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CHAPEAU VARANDAS

Se há coisa a que tenho de tirar o meu chapéu é à coragem de Frederico Varandas.
Já o havia demonstrado na difícil relação com as suas claques. Demonstra-o agora ao dizer, em voz alta, aquilo que todos sabemos e que muitos calam: Pinto da Costa é uma nódoa que custará a extrair do desporto português.
Não. Isto não é uma crítica a Rui Costa. Cada dirigente tem o seu estilo, e não é certamente um aperto de mão que altera a percepção que o “Maestro” tem do presidente do FC Porto – e que é, com toda a certeza, coincidente com a minha, e com a de quem veja tudo isto com os olhos abertos.
Falo, isso sim, dos jornalistas e comentadores pseudo-independentes, que se apressaram a relativizar as práticas de ganhar contra tudo e contra todos a qualquer preço, e puseram o ónus no presidente do Sporting, acusando-o que atear um fogo.
Ora eu penso justamente o contrário: foi a passividade com que esse universo de comentadores e jornalistas sempre tolerou os atropelos de Pinto da Costa que levou a esta situação de guerra constante, e que só terminará quando outra pessoa se sentar na cadeira da presidência portista.
Quando Pinto da Costa, no meio das suas finas ironias, insultava tudo e todos, falavam de “presidentes” no plural. Quando o FC Porto conspurcava a verdade desportiva falavam de “clubes” no plural. Quando uma claque amestrada e miliciana, amedronta, provoca, intimida, agride e até mata, falam em “claques” no plural, esquecendo que os outros são condenados e presos (Alcochete, atropelamento, etc) e aqueles andam por aí, e até são patrocinados pela FPF.
Seria fastidioso trazer aqui todas as provocações dirigidas aos rivais (sobretudo, diga-se ao Benfica). Seria fastidioso descrever novamente aquilo que todos escutámos no caso Apito Dourado. Seria fastidioso mencionar todos os casos que envolvem sucessivamente as modalidades onde o FC Porto marca presença (só esta semana foi o Sporting a queixar-se no Basquetebol e o Barcelos no Hóquei em Patins), e que não se verificam quando aquele clube não participa.
Na verdade, a fantasiosa guerra norte-sul, e o ganhar contra tudo e contra todos não significam outra coisa que não seja ganhar a qualquer preço – por cima e por baixo da mesa, à frente e atrás das cortinas, dentro e fora da lei, sempre com um nível máximo de agressividade, hostilidade e provocação – que passa naturalmente para os atletas, como se viu no recente caso de Fábio Cardoso. Tudo o que do desporto e o futebol não precisam.
Quem tem um diretor de comunicação que adopta e alimenta uma prática de autêntico terrorismo comunicacional, como se viu no caso dos e-mails roubados, como se vê pelas redes sociais onde comunica directamente (sempre a atacar algo ou alguém, nunca a enaltecer as vitórias do seu clube) e indirectamente (enchendo de “trolls” fóruns de opinião, caixas de comentários e blogues para desestabilizar os rivais), torna-se ridículo ao acusar outros de atear fogos.
Era tudo isto que esperava ler o ouvir de comentadores e jornalistas. Mas ao que parece vão querer continuar a fazer parte deste jogo, onde cada polémica, cada caso, cada conflito, se traduzem em audiências. O desporto que se lixe.



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