A deterioração da inteligência.
Vivemos um momento de crise cultural, de identidade e de valores nesse país. O que houve com aquele povo que se informava e se preparava para lutar e sabia cobrar seus direitos? Isso seria parte de um ato conspirativo para nos tornar um alvo fácil ou então isso parte da gente?
Parece que nossa pátria se tornou uma sociedade de prioridades efêmeras e transitórias, lutamos por causas redundantes criadas por pessoas politicamente cegas que nos guiam em meio a um precipício de causas sócias, mesmo assim, defendemos Nossas verdades como defenderíamos nossos times de futebol, com um fanatismo doente e uma rigorosidade que ultrapassa o compromisso com os fatos.
Nossa descartabilidade não alcança nossas raízes, por isso, seguimos defendendo nossos heróis invisíveis que nos mastigam as informações, pois estamos condenados a ser pássaros sem asas presos ao ninho, sempre dependendo de alguém mastigar a verdade para nós. Ano após ano a cultura se decompõe como um cão oriundo largado em uma rodovia qualquer, minuto a minuto perdemos conteúdo e substituímos com enchimentos vazios de reality shows e sensacionalismo. Perdemos nossa lente para com o mundo que nos rodeia, tornamo-nos tão individualistas que somos prisioneiros de nossas próprias mentiras travestidas de princípios, mas sabem de onde isso veio? Ao me nos algum de vocês sabe aonde nasceram essas verdades que com tanta veracidade defendem armados de anonimatos sociais?
Perecemos em intelecto, isso é inegável, mas se é o caso porque insistimos tão agressivamente em querer tornar pessoal as discussões de ideias? A resposta jaza na própria pergunta. Nosso problema começou quando deixamos de discutir por ideias e a atacar conceitos e nos tornamos inimigos daqueles que Pensam Diferente, mas ai que graça resta nas conversas? Não é a pluridade de formas de pensamento que nos levam a diante, não foi sempre assim?
Porque nos tornamos detentores de todas as verdades? E se for mesmo esse o caso porque ainda estamos vivos nesse mundo? Nosso único objetivo enquanto humanos é aprender e ensinar, mas como isso é crível se encravamos travas intelectuais e criamos trincheiras e fronteiras sociais daqueles que pensam diferente desse ciclo caótico e de ira que se tornou a experiência humana? Pra ser contra algo é necessário travar guerras?
Apreciamos bundas e achamos cérebro imorais e verdadeiros atentados ao pudor. Vai contra os bons costumes o relacionamento sério e duradouro, mas que absurdo não é ficar com alguém que não se deita com você na primeira noite?
Uma ode aquelas anarquias pacíficas, mas qualquer incongruência de ideias é mero machismo. Uma terra de mulheres que debatem com os peitos na rua. Dizem que todos carregam sua cruz, alguns acham ato político carrega-las nas partes íntimas.
Sexualidade sem palco é insensatez, pois vivemos em uma temporada onde se não se tem propriedade suficiente para brotar a singularidade o crachá não binário serve. Cometemos heresias contra a determinação de homem e mulher para isso se torna paradoxo quando criamos uma polaridade entre os dois, mas tudo que está no meio imaginário serve.
Somos ismocolatras, viciados em sufixos predatórios que criaram um racismo que só se aplica a uma classe, singularidade em fenômenos sociais que se fazem ver mas ninguém sabem de onde vem, alias, vem e vão com tanta incerteza em sua base que não se pode obter resposta sobre origem nem com seus fundadores.
Pátria sem virgula mas que espero que esteja longe do ponto final. Espero com o otimismo de uma criança que esse seja apenas um capitulo ruim de nosso história e que nos lembremos muito em breve do que significa ser uma “pessoa” Espero acordar logo desse pesadelo de achismos e que em breve veja um Brasil que tenha noção de seu potencial e que faça jus a grande potência que tem, mas isso só se fará possível no dia que abrirmos um livro.
