O mês de setembro é repleto acontecimentos

importantes para a Comunidade Surda.

Algumas datas marcantes são:

Dias 6 e 11: Lembrança do Congresso de Milão em 1880, que se tratava de uma conferência internacional sobre educação das pessoas surdas com maioria ouvinte, e onde foi proibido o uso da língua de sinais na educação Dos Surdos e defendida a superioridade da língua oral. Uma triste data para a comunidade.

Dia 23: Se é comemorado o Dia Internacional da Língua de Sinais. Criado pela ONU em comemoração à criação da Federação Mundial dos Surdos, instituto que luta pelos direitos dos surdos em mais de 100 países.

Dia 26: O dia 26 de setembro de 1857 marca a data de fundação do Instituto Nacional de Educação dos Surdos, que foi a primeira escola para surdos no Brasil e que deu origem ao Dia Nacional do Surdo.

  Tais datas fazem que o nono mês do ano seja um marco que relembre lutas por melhores condições de educação, vida, trabalho, saúde, dignidade e cidadania.

  A cor azul remete à uma parte triste e revoltante da história da humanidade. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas identificavam as Pessoas com Deficiência através de uma faixa de cor azul presa ao braço. Uma vez que eram identificados, as PCD eram submetidas a "eutanásia".

Nesse período, morreram em torno de 200.000 pessoas com deficiência. 

  Entretanto, em 1999 a comunidade surda ressignificou a faixa. Decidiram por fazer o azul representar o SER SURDO, deixando em destaque o aspecto "vivo" da cor, para mostrar que eles não têm vergonha de serem surdos. Não têm vergonha de serem quem são.

  Cerca de 10 milhões de pessoas sofrem com surdez no Brasil, em grau leve, moderado, severo ou profundo. O Dia Nacional do Surdo é uma chance e um lembrete para visibilizar a luta diária de milhões de brasileiros. Ele combate a desinformação e relembra a importância da integração, acessibilidade e do respeito entre as diferenças.

Mas não só isso! O dia 26 também comemora todas as conquistas obtidas pela comunidade surda ao longo da história, como a obrigatoriedade do ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na formação de professores e a Lei de Cotas para PCD, e oferece oportunidades de envolvimento na causa através de eventos dedicados à pautas como a educação dos surdos ou a criação de escolas bilíngues, onde a Língua Brasileira de Sinais também seja ensinada.

Surdo x deficiente auditivo: Você sabia que surdo e deficiente auditivo são coisas diferentes? 

Surdo é a pessoa que nasceu sem ouvir e utiliza a língua de sinais para se comunicar . Já deficiente auditivo é uma pessoa que nasceu ouvindo e que perdeu a audição, mas tem o mundo sonoro como refrência.

Língua mãe: A língua principal dos surdos não é português! Crianças com deficiência auditiva devem primeiro aprender LIBRAS e depois português, e isso faz com que sejam bilíngues. Mas é desafiador, ainda mais para aqueles que não têm nenhuma referência sonora.

Sinais de nome próprio: Um fato bem legal sobre a comunidade surda e as línguas de sinais é o "sinal próprio". Esse termo se trata da sua identificação dentro da comunidade e é até mais importante que o nome da pessoa.

O recebimento de um sinal próprio é feito por um surdo em um ato conhecido como "batismo", sendo relacionado à partir de características físicas, profissionais e de personalidade.

 Apesar de ter um dia - e um mês - voltado para homenagens e visibilidade, é fundamental respeitar e apoiar a comunidade surda durante o ano inteiro, não apenas durante a campanha Setembro Azul ou no Dia Nacional do Surdo.

Todos nós podemos participar da luta da comunidade surda, conhecendo, se interessando, apoiando e espalhando sua cultura. 

Nesse mês, "escute" de outra forma.