No dia 4 de abril, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu, durante 60 dias, o cronograma nacional de implementação do novo Ensino médio. Tal ação foi tomada com o intuito de avaliar possíveis mudanças nesse projeto que tem gerado insatisfação, tanto por partes dos alunos, quanto pelos professores, coordenadores e outros setores importantes de dentro da escola e fora dela.

O NEM (Novo Ensino Médio) é um projeto instituído por lei aprovado em 2017. Sua implementação tem por objetivo preparar os adolescentes para o mercado de trabalho. O projeto prevê itinerários formativos e matérias eletivas na grade curricular. Isso significa que o aluno terá que escolher uma ou mais matérias não convencionais para fazer parte de sua grade curricular. Essas matérias visam preparar os adolescentes para o mercado de trabalho.

O NEM foi idealizado como uma forma de diminuir a quantidade de evasões escolares, tornar os alunos mais interessados nas atividades da escola e aumentar seu desempenho em provas e vestibulares. Por conta disso, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) também seria modificado, para conter questões específicas condizentes com os cursos superiores que os alunos estivessem mais interessados.

Desde sua aprovação, em fevereiro de 2017, há controvérsias a respeito do que seria realmente feito para que houvesse eficácia na implantação do Novo Ensino Médio. Isso porque o plano de inserção do NEM no sistema público de ensino não passou por consultoria pública, ou seja, os estudantes, professores e autoridades do ramo da educação não tiveram participação no projeto.

Porém, foi a partir de 2021, ano em que o NEM entra em vigor, que as lutas para sua revogação aumentaram. A UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), por exemplo, além de estudantes, professores e especialistas da educação, comandou, no dia 15 de março deste ano, o Ato Nacional pela Revogação do Novo Ensino Médio.

Esse ato, assim como as demais manifestações contra a instância do NEM, foi de suma importância para que autoridades políticas pudessem compreender a insatisfação dos estudantes perante à situação que o projeto os punha.

Foi assim que, no dia 4 de abril, o MEC suspendeu, por um período de 60 dias, a implantação do cronograma do Novo Ensino Médio. Essa ação foi tomada com o intuito de haver consultoria pública, e, então, a reformulação do projeto.

Segundo o atual presidente Luis Inácio Lula da Silva, "Nós não vamos revogar, nós suspendemos e vamos discutir, com todas as entidades interessadas em discutir, como aperfeiçoar o ensino médio nesse país". Vale lembrar que, assim como não é plano do governo revogar o projeto, também não era um plano suspendê-lo.