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LITERATURA: O QUE É ISSO? (5)


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Entre 2014 e 2016, Menalton Braff produziu uma série de artigos sobre Literatura a pedido do jornal Celulose Online.  No mês passado, decidimos voltar a postar esses textos e  hoje trazemos para vocês o artigo número 5.  Caso queira ler primeiro os artigos anteriores, clique nos links a seguir:
Literatura: o que é isso? (1)
Literatura: o que é isso? (2)
Literatura: o que é isso? (3)
Literatura: o que é isso? (4)

Literatura – Menalton Braff – Literatura: o que é isso? (5)


Os elementos da narrativa

11/07/2015 – A narrativa literária conta com alguns elementos que lhe são fundamentais. Nem sempre todos estão explícitos, mas a maioria deles comparece mesmo que implicitamente.

Personagens

São os seres cujas ações são relatadas no texto. O mais comum é tratar-se de seres humanos o que, entretanto, não é obrigatório.

As personagens podem ser enfocadas por dois ângulos principais: a) quanto à centralidade na história; b) quanto à densidade psicológica.

No primeiro caso, as personagens são divididas em:

Protagonistas – aquelas cujo destino é o objetivo da narrativa. Em geral, são personagens empáticas, isto é, aquelas com as quais o leitor se identifica, pelas quais ele torce, sofrendo com seus dissabores e alegrando-se com suas vitórias. O(s) protagonista(s) é (são) o núcleo central de toda narrativa literária.
Antagonista (s) – a função do obstáculo em um conflito. Cabe ao antagonista o papel de dificultar a luta do protagonista pela obtenção dos objetos de seu desejo. Em geral, o leitor descarrega nesta personagem seus sentimentos como a raiva e o desejo de que o antagonista seja castigado.
Coadjuvantes – são personagens muitas vezes necessárias ao desenvolvimento de uma narrativa, mas apenas contracenam com as demais sem exercer um papel central. Existem na medida em que surja a necessidade de dar vida à história, mas sua importância é secundária e seu destino pode ser desconsiderado.
Difícil encontrar uma obra que seja de trânsito geral para exemplificação, arrisquemos, entretanto, um romance bastante conhecido: Dom Casmurro, de Machado de Assis.

O protagonista seria o Bentinho, aliás, também narrador. Ele é o centro da história que ele mesmo narra. É seu destino que pretendemos conhecer. Antagonista é a Capitu, pelo menos na aparência, pois no final é a oposição entre os dois, causada por um ciúme que jamais se saberá se com ou sem fundamento, que terá como resultado a velhice solitária. O tio de Bentinho, o pai da Capitu e outros mais seriam apenas coadjuvantes.


No segundo caso, podemos dividir as personagens em:


Personagem redonda – aquela com maior riqueza psicológica, cujo comportamento pode surpreender. A personagem redonda pode arrepender-se, hesitar, ter dúvidas, enfim, seu comportamento aproxima-se do comportamento dos seres vivos.
Personagem plana – aquela cujo comportamento é sempre previsível, não se transforma, pouco se sabe de sua vida interior. Uma sub-categoria da personagem plana é o tipo, muito utilizado em textos humorísticos. O tipo, em geral, é criado procurando-se efeitos ridículos.
E continuando com o velho Machado para exemplificação: Bentinho é personagem rica psicologicamente. Ele tem avanços e recuos, transforma-se no decorrer da narrativa e não tem comportamento previsível. Exemplo disso é a cena em que envenena o café com que pretende matar a esposa, mas se arrepende e joga tudo fora. Como personagem plana, o melhor exemplo do romance é o agregado, o José Dias. Ele é sempre subserviente e superlativo, não muda.

braff2* Menalton Braff é escritor, com 21 obras publicadas e colunista da revista Carta Capital



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