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LITERATURA: O QUE É ISSO? (4)

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Entre 2014 e 2016, Menalton Braff produziu uma série de artigos sobre Literatura a pedido do jornal Celulose Online.  No mês passado, decidimos voltar a postar esses textos e  hoje trazemos para vocês o artigo número 4.  Caso queira ler primeiro os artigos anteriores, clique nos links a seguir:

Literatura: o que é isso? (1)
Literatura: o que é isso? (2)
Literatura: o que é isso? (3)


Além de ocorrer dentro da história da humanidade, a Literatura tem também sua história particular. E isso implica as transformações por que passa tanto por influxo das transformações sociais quanto como resultado de forças endógenas que atuam no sentido dessas mudanças.
Apesar da inelutabilidade do fenômeno acima, e em oposição a ele, é dentro de uma tradição inegável que se dão as transformações. Tradição e ruptura atuam no sentido de aceitar as mudanças sem tirar os pés de certos elementos estabilizadores.
Desde os primórdios da literatura, e para que ela fosse compreendida como tal, cristalizaram-se os gêneros dentro dos quais ela passava a ter existência. Na Antiguidade, os textos literários eram classificados em lírico, épico e dramático. Com algumas modificações, tal classificação persiste até os dias atuais.
Como gênero lírico, deve entender-se aquele em que se fala de sentimentos, emoções do próprio emissor, ou aquele em que este enuncia uma visão particular, a sua, a respeito da vida.
No gênero épico, o emissor ausente canta as glórias (geralmente guerreiras), os grandes feitos, de uma cidade, uma nação, um povo, enfim. O épico sempre fala do passado, daquilo que já ocorreu, e, diferentemente do lírico, que explora a interioridade do emissor, uma primeira pessoa, o épico vai narrar uma terceira pessoa, aquilo que ocorre fora do emissor. E tem sempre um caráter narrativo.
Quanto ao gênero dramático, pode-se dizer que é aquele em que o texto é vivido no palco. Com exceção do coro, do teatro grego, o gênero dramático não é narrado mas vivido. Seu texto, mesmo quando escrito, é para ser falado, sua forma final é a voz dos atores.
Ora, na Antiguidade, tanto o texto lírico quanto o épico eram produzidos em versos, uma das grandes mudanças que vão ocorrer com o tempo: o texto literário em prosa.
Saltando por sobre séculos, talvez milênios, nos dias atuais os gêneros, com todas as restrições que se possam fazer, vão resumir-se em: a) textos em versos, ou gênero poético (ora mais lírico, ora mais épico); b) textos em prosa: romance, novela, conto; c) texto dramático; comédia, drama e tragédia.
Há uma tendência contemporânea para a dissolução dos limites entre os gêneros, havendo prosa poética, por exemplo, em que se abole a narrativa, que era característica do texto em prosa.
O romance, como gênero narrativo, conta com elementos, senão obrigatórios, pelo menos essenciais, que poderão ser descritos em outra oportunidade. Ele é constituído de um conflito nuclear, rodeado de conflitos secundários, mas todos imbricados com o conflito central. São as histórias de maior extensão.
A novela, segundo alguns teóricos, é formada por conflitos sucessivos e apenas justapostos, sem que as ações do primeiro conflito impliquem o segundo. Como exemplo a novela Noite, de Erico Verissimo.
Como conto, entende-se o texto curto, conflito único, com extrema economia de meios. A linguagem é mais tensa e aproxima-se da poesia. Não se pode dizer que a extensão seja o único critério para a classificação do conto, mas não há dúvida de que é o critério principal.
* Menalton Braff é escritor, com 21 obras publicadas e colunista da revista Carta Capital


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