Vivemos num planeta dual: dia e noite. Luz e trevas divididas igualmente durante o percurso de um dia.
Toda a vida animal sobre a Terra é dual: macho e fêmea.
E dividimos nossa moral e ética também de forma dual: o Bem e o Mal.
Jean Paul Sartre chegou a afirmar que o Bem e o Mal é tudo igual.
Somo criados a temer o Mal e a louvar e cultivar o Bem. Justíssimo, se queremos evoluir e viver num mundo melhor.
Mas por instinto, por Medo, ao temer o Mal procuramos nega-lo. Como se ele não existisse em nós mesmos.
Não devemos negar o Mal. Devemos antes conhece-lo em nós. Saber sua extensão. Saber quando e porque ele instalou-se em nossos arquivos da existência.
O Mal não está sempre ao nosso derredor, às vezes somos nós mesmos os que rugem ao derredor.
Só venceremos este Mal se não tivermos medo de conhece-lo enfrentá-lo, e domesticá-lo, não com negação ou ataques, mas buscando a pacificação. Na maioria das vezes agimos no Mal justamente por teme-lo, pelo medo de que algo de ruim possa nos acontecer, e quando vemos estamos praticando a maldade como forma de nos defender dela.
Pacificar significa o ato de levar a paz. E o básico para se ter a paz é o amor. O gesto de amor, para consigo e para com o próximo, mesmo e sobretudo que o próximo esteja tão próximo: o Mal que nos acompanha lado a lado com o Bem.
Imaginemos o Mal como uma criança amedrontada, ferida, ameaçada, desamparada cuja única forma que conhece de se comunicar com o exterior é através da autodefesa. Aproximarmo-nos dela mansamente, com um gesto de carinho e amor é também a única forma de estabelecer com ela (O Mal nosso de cada dia) e com isso cessar seus ataques de autodefesa.
Somos responsáveis pela reversão das maldades no Mundo, a começar pelas nossas próprias.
Escrito Por Bemvindo Sequeira
Colaboraram: Bemvindo Sequeira; entretenimento.r7.com;