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O você que inventei fatiando livros

Ele era fim de tarde, também o cair da noite.
Azul, cinza, marrom, preto e branco, sua paleta de cores.
Lagoa, penumbra, pinheiros, ele era a própria lua.
O sorriso doce, recheio roubado do biscoito.

Dedos se encontrando despretensiosos num ocasional tocar de mãos.
Mel com limão.
Salsa, música e planta.
A flanela do casaco do meu avô.

Haviam carpas douradas naquela língua.
Óculos trocados.
Quadris inicialmente afastados.
Acanhado.

Parecia o crepúsculo verde-musgo que tinha lá sobre a cerca do condomínio.
Uma partida de war.

Todas as minhas playlist’s indie.

Enquanto dormia: o reflexo no vidro da casa na praia, Sal corria.
Eu vi o mar te atravessar.
Potencial.
O silêncio sublime quando lábios febris se encontram.

A escada úmida da atual demolida casa da minha tia.
A estrela cadente que vi num sonho alguns anos atrás.
Familiar.
É edredom em dias nublados.

O resto de esmalte nas minhas unhas.
Via de mão única, sem saída.
A praça da matriz no bairro de Santana.
Vitral redondo do Jairo.

Os meus cigarros depois do sexo.
Paredes só no gesso.
Macarrão com coentro.
Desapego.

Em pele era um, em letras dois.
A melhor parte do dia.
O mistério da represa.
Tucunaré.

Quando falas, ocarina.
Gangue de lobo.
Cheia.
A ciência do inexato.

Minha vontade de estudar um telescópio.
Mandalas de miçangas.
A história do hippie contador.
Animação dos caracteres de Matrix.

Apenas três finais de semana.
Anzol.
Tranças do Snoop Dogg.
Tudo aquilo que eu puder listar.

Mas não se engane, que isso não é um poema de amor.
É apenas a bula que li em você.
Esqueci as contraindicações.



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