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D(o)uramos

Raiou o eclipse
e o sol ficou assim:
meio mordido,
meio triste,
mais amigo.
dos braços de Oxum
direto aos tornozelos de Iemanjá.
Funga o nariz,
puxa a água
e para de escorrer,
menina,
que hoje as coisas mudaram ali
no topo da colina.
Os tambores tocaram
os pêlos do corpo eriçados,
a campainha da garganta virou clave,
com minha voz faço um timbre suave
e me permito derreter em sons.
Desaprendi a voar,
desfiz-me líquida
(não tal como a sociedade)
feito rio que desemboca no mar
e se torna oceano,
dourei também,
mas ainda sou castanho.
Olha como é bonito nadar em mim.
Apaziguei em novos sonhos
a aceitação do pouco,
embora seja mais,
quero menos
e menos é sempre mais.
A casa está aberta,
o tapete esticado,
tem uma rede na varanda,
a moqueca está no fogo,
há plantas em todos os cômodos,
lá na sala ta tocando “mãe ana”,
venha cá seu sacana
e sinta-se livre para entrar,
a casa está arrumada
e agora existe em paz,
vez ou outra tem tornado,
mas a gente depois arruma tudo
e bebe um café.
Sinta-se livre para sair
e ficar por aí,
não há problema,
se a noite esfriar
eu bebo um chá de cá e
você se enrola aí com sua pequena,
longe e desconexos,
o universo é para todos
e da pra ver de qualquer lugar.
Agora peço uma licencinha
que a rede chama
e preciso ir ali me balançar.



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