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O Filme Achado de Hoje: WNUF - Special Halloween - TV28 - Um found footage sobre Comerciais nos anos 90

Um programa de televisão jornalístico, fazendo um especial de Halloween em uma suposta casa mal assombrada, que acaba dando muito errado ao vivo. Esse found footage não é dos mais convincentes, chega a ser vexaminoso, mas contraditoriamente é o mais realista possível.


Apesar da premissa ser praticamente a mesma de "GhostWatch" (o especial da BBC que aterrorizou pessoas de verdade na época) o "WNUF TV 28" acaba sendo muito diferente, puxado um pouco mais pra realidade e menos pro sobrenatural.

Falarei Tudo a respeito a seguir então, boa leitura.




Um show de Comerciais



Lançado em 2013, o filme simula um programa gravado em VHS de um especial noticiário dos anos 90, e é longo, com uns 80% sendo apenas comerciais, falsos, pra simular os comerciais de época que as televisões passavam, mas tão constantes que chegam a incomodar, e alguns até são repetidos.


As vezes o programa principal é interrompido bruscamente pra que os "Patrocinadores" se pronunciem, e Isso dá vontade de acelera-los, pular tudo e ir direto pras cenas que importam, porém se isso for feito, o filme não dura nem 10 minutos (ironicamente, a pessoa que grava as vezes fica de saco cheio e acelera algumas partes que considera desnecessárias).


Curiosamente, a experiência dos comerciais é necessária, já que ela é o que preenche o "universo" da história. Com a variedade de informações obtidas através deles, passamos a entender aspectos da época, captando um pouco mais da atmosfera e criando uma imersão melhor.

Infelizmente, como a qualidade dos comerciais é tão precária e até similar ao programa principal, essa imersão se perde dando a impressão de que é tudo um show barato.


Falso fingindo ser Falso


O programa se divide em dois cenários, o primeiro é o Estúdio Principal do Canal 28, onde os âncoras ficam, fantasiados pro Halloween e apresentando o jornal noturno com um tom de humor. Esse humor é só pelo evento, já que é mais relacionado às crianças, mas o material do jornal permanece sendo aquele chato conteúdo de noticiários, adaptados pra data.


Com matérias sobre dentistas, cultos religiosos anti-halloween e política, o jornal vai consumindo tempo até chegar no horário do derradeiro show, da exploração ao vivo de uma Casa Mal Assombrada, com o segundo cenário, a tal casa.


Nele, temos um jornalista com sua produtora, uma pequena multidão de curiosos, e mais enrolação até acessar a casa.


Tudo é mostrado de um jeito precário, com uma câmera apenas, e de uma forma bem falsa. Até quando um dos curiosos invade e tenta atacar o jornalista, fica nítido que é tudo armação. E, ainda há um momento em que eles "veem" algo na casa e ficam ouriçados, mas isso também acaba soando falso de mais.


Mesmo sabendo que no mundo real, seria óbvio que armassem problemas e sustos para manter a audiência, tudo deveria ser mais esforçado pra passar a mensagem de que era verdadeiro. Afinal, é um filme falso sobre algo forjado como falso, mas pra parecer real. É uma falha grotesca quando um filme de baixo orçamento "finge falsidade", pois mesmo quando tenta ser realista, provavelmente ainda fracassaria em tentar ser real.


O Posicionamento das Câmeras


Daí, ao entrar na casa, temos um elenco formado por um casal de investigadores paranormais charlatões, com um gato preto que vê fantasmas, e um padre para exorcizar o local, além do jornalista, e dois Câmeras que nunca aparecem.


É um pouco incômodo notar que os câmeras, mesmo nunca tendo estado naquele local, nunca nem aparecem na captura um do outro, nem mesmo nos momentos de movimentação imprevista em pontos fechados.


É de um profissionalismo irreal, algo que não condiz com a época, nem com as condições do programa, afinal era tudo ao vivo, as câmeras de link ao vivo eram grandes, e não seria capaz editarem ou cortarem as falhas.

Existe um momento em que uma ponta de uma das câmeras aparece no enquadramento da outra, mas acaba soando uma falsa falha, de tão forçada que é (afinal, é óbvio que o segundo câmera-man não cometeria uma burrice dessas estando a outra câmera parada).


É justificável? De certa forma, dá pra deixar isso passar, mas no conjunto isso prejudica ainda mais o que é mais exigido pela obra: A Imersão.


Os Telefones com Letras


Algo que achei curioso e me fez lembrar dos anos 90, foram alguns dos telefones que apareciam em tela. Naquela época, era comum tudo pedir por ligações e mais ligações, afinal era isso que dava dinheiro pras empresas.

Então anúncios caça-níqueis com falsos serviços, e promoções de lojas, normalmente tinham seus telefones personalizados, e alguns usavam letras ao invés de números, formando palavras que se relacionavam ao produto.


O próprio telefone do programa tem "WNUF" no final, um telefone que permitiria que pessoas conversassem ao vivo com o jornalista e interagissem, mas que tem essa palavra e que me trouxe uma lembrança da época.


Hoje em dia escrevemos textos inteiros em nossos smarthphones, bastando apenas um teclado digital, mas telefones "personalizados" com letras se tornaram totalmente inviáveis e inexistentes. Isso ocorre pois naquele tempo, as letras eram parte do teclado numérico em todo telefone e celular.

Havia uma sequência numérica padrão nos teclados, atribuindo aos números algumas das letras do alfabeto. Assim, quando um comercial pedia por uma palavra, na verdade era a sequência numérica que formaria a tal palavra.


Parece bobo explicar isso, mas já me acostumei tanto com os tempos modernos, que ao ver isso repetidas vezes, só me fez lembrar do quanto era comum essa quantidade enorme de comerciais pedindo ligações, e o realismo surgiu graças a essas memórias.

Comerciais como os de SMSs pra obter toques de celulares personalizados, ou ligações para consultas astrais, eram algo muito corriqueiro, afina mais no fim de tardes, então se tem algo que tornou a experiência mais próxima da realidade, foi isso.


Eventos Conectados


O filme inteiro gira em torno de pequenos trechos na casa, depois comerciais. Porém a produção tenta colocar os comerciais adequados pra cada momento, buscando prever o que ocorreria. Isso funciona no começo, mas depois começa a criar desconforto.

Pois eventos imprevisíveis e gravíssimos criam o pior cenário para que determinados comerciais surgissem, ficando até desrespeitoso com os espectadores. Isso acontece por exemplo com o gato, que acaba sofrendo um acidente e é morto no meio das filmagens. 


Logo em seguida botam justamente um comercial de Petshop.


Em outro momento, a equipe paranormal abandona o programa por causa dessa tragédia, e o desrespeito contínuo deles em prol de pura publicidade, e logo em seguida, o comercial é sobre o novo livro deles, dos paranormais, fazendo conexão inclusive com o suposto sucesso do show até aquele ponto, falhando miseravelmente na previsão.


Acaba sendo cômico, e trágico, mas induz o realismo, o que é positivo.


O Desfecho Imprevisível


O interessante do filme está justamente em seu desfecho, quando tudo começa a desenrolar pro final, tudo também surpreende pois o final é o marco principal.

Ao invés de apelar pra algo sobrenatural com aparições surgindo e massacres provocados por fantasmas, eles apostam justamente no mais provável, com pessoas malucas atacando os investigadores.


Afinal, a ideia dos caras era entrar numa casa onde houve um massacre no passado, e que está abandonada desde então, porém ignoram o fato de que talvez, o lugar não estivesse tão abandonado assim.


É comum moradores de rua ignorarem mitos e contos de fadas, e procurarem um teto pra ficarem, ou então jovens entorpecidos por tóxicos buscarem locais para se entorpecerem ainda mais com tóxicos. Daí vem um grupo de jornalistas pra importuna-los? Ao vivo ainda por cima?


Algo que poucos pensariam em um momento assim mas que pode muito bem acontecer. E é bem isso que ocorre. 


Porém a ideia é adaptada pra servir ao ambiente que o filme cria, valendo dos comerciais e eventos secundários, e de um ponto que pouco tinha importância, do culto religioso anti-halloween, sendo o que desencadeia o final.


Pois são eles que surgem, massacrando a equipe como uma mensagem para seus patrocinadores, o próprio público.


O Final Perfeito


Então, a fita que assistimos, que é apenas o programa gravado, tem sua gravação cortada para a da semana seguinte, revelando que dos envolvidos, ninguém sobrou e aquilo não foi ignorado pela mídia.


Com os mesmos âncoras, agora vestidos formalmente, falando rapidamente a respeito da tragédia. A princípio com respeito e seriedade, mas logo em seguida cortando o clima, com uma matéria feliz, inclusive indo contra a última fala do âncora, com a sua colega mudando a expressão rapidamente com um sorriso pra apresentar a outra matéria.


Seria cômico, se não fosse real, afinal é exatamente isso que vemos nos jornais.

O filme termina com sucesso pois além de dispensar créditos, ele ainda deixa em aberto o resultado. 

Porém ele é fraco, infelizmente.

Não é um dos melhores terrores, nem chega a assustar, mas é uma boa trama e entra pra lista de bons founds. Nem se compara com o feito em GhostWacht, mas é uma experiência interessante.


Enfim, é isso.

Espero que tenha curtido.

See yah.




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