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CríticaMorte: Fale Comigo

"Fale Comigo" é a história de jovens fazendo burrice de jovem, mexendo com espíritos e lidando com as consequências, o que a princípio pode não parecer tão diferente de outros quinhentos filmes do gênero. Mas pior que é.


O terror é um pouco diferente, mais subliminar e mesmo com cenas bem pesadas, ele investe em suspense de um jeito próprio. Nós não sabemos em quem confiar enquanto assistimos, não sabemos o que é real ou não, nem quem é "vilão" ou "herói". A história surpreende justamente por nos deixar no escuro quanto a Isso.

E o melhor de Tudo, é que tudo termina em aberto, mas também explica dentro do que o próprio filme ensina. É uma história de terror muito bem trabalhada.

Enfim, falarei brevemente a respeito, sem dar spoilers.

Boa leitura.




O ritmo


Apesar de já começar com uma cena forte e bem curiosa, o filme tem um ar mais animado, com a juventude muito bem representada com vários adolescentes indiscutivelmente imaturos.


Eles tem acesso a um tipo de artefato poderosíssimo, e tudo que fazem é curtir, zoar, brincar com algo que não entendem, seguindo regras que mesmo sendo simples, eles ainda desafiam.

É um panorama muito semelhante a juventude como um todo, que não pode ver algo proibido ou perigoso, e procura tirar vantagem mexendo com isso como se todos fossem blindados, e sem temer pelo próximo.


Então o filme vai mostrando isso, com os projetos de gente se reunindo e mexendo com o oculto. O diferente aqui é que, ao invés de ser uma placa Ouija toda duvidosa, eles conseguem de fato algo funcional, que revela os fantasmas e ainda permite incorpora-los.

Daí que entra a questão "ritmo". O filme começa já na metade dos eventos, com o tal objeto já tendo sido usado várias vezes, já até tendo eventos macabros envolvidos, mas a galera continua lá fuçando nele.


Nós pegamos carona com alguns personagens, que são os ferrados da vez, mas ao invés de assistirmos assombrações e perseguições fantasmagóricas parceladas, com cada um deles pagando pato por algo que um só fez, nós assistimos apenas um se ferrando mesmo.

E isso já é o suficiente pra levar a desgraça dele, pros demais, afinal de contas, o que uma pessoa possuída pelo capeta pode acabar fazendo com os amigos?




A história



O objeto que usam é uma mão, de origem mal explicada. A criançada teoriza sobre ser a mão de um vidente poderoso que foi transformada em uma escultura, mas as marcas nela deixam evidente que tem muito mais história por trás, história que nem precisamos saber.


Pois tudo gira em torno do objeto funcionando, e seu efeito é simples: Ao acender uma vela e cumprimenta-lo dizendo "Fale Comigo", uma entidade aleatória aparecerá na sua frente.

Basta manter a vela acesa e a mão bem apertada, para que a entidade não se enfureça. Mas, a brincadeira não fica só nessa visão bizarra, pois todo jovem quer mais!


Outro passo do jogo é chamar a entidade pra dentro de si, dizendo "Te Deixo Entrar", fazendo isso a pessoa é incorporada, e seus colegas podem zombar e assistir ela fazer bizarrices, por no máximo 3 minutos.

Mais que isso é proibido pois, pode dar merda e os espíritos não vão embora. Daí é preciso tirar a mão do vidente e apagar a vela antes do tempo acabar.


O problema é que isso é regra de mais, e obviamente alguns não respeitam, querendo ou não, e é isso que ocorre com a protagonista.

Ela sem querer fica alguns segundo a mais, e já vira alvo do tinhoso.



O final



Tudo se desenrola com a garota sendo atormentada por visões de espíritos, até ai ta tudo de boa, nada fora do comum num filme assim. Mas quando essas visões começam a se misturar com a realidade, ai sim tudo ganha um ar de novidade.


Pois enquanto é só pesadelo e susto, não tem problema. Da pra fugir, ignorar, e no máximo ter um enfarte. Mas assim que os fantasmas começam a encostar, empurrar, enforcar, e até mesmo assumir a forma alheia, ai tudo fica muito mais sério.

Ao invés de seguir aquela lógica de "O Espírito precisa se fortalecer com o medo pra agir", aqui eles já começam com força total, e o objetivo deles é simples: Levar aquele que passou dos 3 minutos.


Eles só precisam que a pessoa morra, e pra isso vale tudo, até mesmo fingir ser amigo, mentir, iludir, e enganar. É justamente isso que acompanhamos, incrédulos e sem ter certeza de nada que vemos ou ouvimos.

A protagonista é o alvo, mas pra atingi-la os fantasmas fazem mó jogo estratégico pra conduzi-la ao suicídio, mexendo com a cabeça dela, e tornando a vida dela um inferno, com falsos momentos de conforto só pra tê-la na mão.


O que ao meu ver, é genial. Não da pra antecipar o desfecho e ele é surpreendente, mas crível. Chega a ser uma ótima resolução, porém ela também é cruel com alguns.

Pois, enquanto uns se salvam, outros precisam pagar. No geral daria pra evitar tudo, mas obviamente a graça do terror está na tragédia.


E o final de certa forma nos explica tudo do outro lado, pelo menos ele deixa em evidência que o que é brincadeira pra uns, é uma tortura cruel pra outros, o que até justifica a ação maligna deles.




Finalizando


Enfim, esse é um filme de espíritos, sem demônios (na verdade, ele não é claro sobre isso, e nem precisa). Toda sua história é uma experiência interessante que assusta, e deixa aquela dúvida sobre o que tudo pode ter significado.


Ele não é expositivo, mas também não é indecifrável, não chega a ser um filme surrealista nem nada assim, e é bem óbvio o desfecho.


Porém, ele cria aquela dúvida sobre as outras entidades, o quanto elas eram reais ou não, e o quanto elas trabalham para ferrar com a cabeça de jovens inconsequentes.


Moral da história: Se conseguir falar com os mortos, duvide deles em tudo e nunca, jamais confie no gasparzinho.


See yah.


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