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CríticaMorte: Destinos à Deriva (Nowhere) - A Melhor e Pior História da Netflix


Eu não sei bem o que falar mas, este filme é brutal.

É um daqueles filmes de "Claustrofobia e Isolamento" nesse caso um tipo de náufrago que é elevado ao extremo do extremo. Eu nunca fiquei tão chocado com algo como isso e, estou pensativo ainda.


Trata-se da história de uma mulher que redefine o significado da palavra "sobrevivência". E aliás, como alguém pode passar por tanta desgraça acumulada e ainda assim, arrancar esperança da gente? 

Uma obra bem escrita, bem atuada, bem filmada, apenas excelente e na boa, pode trazer um Oscar que essa sim tá merecendo de bandeja.

Falarei tudo a respeito e... spoiler? Tentarei evitar mas é difícil.

Boa leitura.

Minha Opinião


Quem sou eu pra falar disso (nuca faço apostas do tipo) e é estranho falar de premiações pra um filme da plataforma mais bagunçada de streaming atualmente só que sério, esse filme é espetacular. 


É um drama de náufrago mas vai além, Pois ele simplesmente joga tensão atrás de tensão, problemas atrás de problemas, e não para, ele massacra a protagonista com situações tão terríveis, tão extremas, tão perturbadoras, ao ponto de nos causar agonia, mas por incrível que pareça, ele não é grotesco.

Sabe aquele filme "A Queda" (também da Netflix), ou o famoso "Náufrago"? Então, eles são bons, mas não chegam nem perto do tamanho da pressão psicológica que "Nowhere" faz.


Diferente de outros filmes do gênero, ele não se passa apenas em um lugar, Mas Ele fala de uma situação única que vai jogando a protagonista cada vez mais fundo em um terror cada vez pior.


Como que o filme é?


Tudo começa com uma mulher grávida, que acabou de perder a filha menor pra um tipo de "ditadura" (chamemos assim mas explicarei melhor depois), e junto de seu marido tenta fugir pra outro país com ajuda de atravessadores clandestinos... até ai já tá tenso mas piora.


Ela fica presa num caminhão e não demora até perder seu marido pra uma tragédia sem igual, mas calma que piora.


Ela sobrevive e fica trancada num contêiner em um navio, sem chance de escapar e sem saber pra onde vai, mas calma que piora.


O navio derruba o contêiner no mar junto com outros, e ela fica à deriva, afundando pouco a pouco, mas calma que sim, PIORA!


Ah mano, tudo vai piorando em escala, ela dá a luz ali no mar mesmo, e tem de lutar pra sobreviver a tanta desgraça que, como que pode isso?


O longa vai nos apresentando uma situação mais complexa que a outra, e quando achamos que não da pra ficar pior, fica, e fica muito rápido. Ainda assim, a protagonista dá seu jeito, e mesmo toda ferrada, sem esperança, sem nem vontade de continuar, ela acha isso em sua filha e segue adiante, lutando com tudo que tem, por ela.


É trágico, é triste, é tocante, é maravilhoso e surreal. A obra nos apresenta tantas cenas impressionantes e medonhas de sobrevivência, que imediatamente nos vemos agradecendo pelo pouco que temos sem nem ousar reclamar.


Tem que ter estômago.


O bom do filme é que no meio de tanta merd4, o pouco de bom que rola nos faz sorrir enquanto choramos, agradecendo pelas migalhas e implorando pra que ele termine logo. Mas ele vai lá, nos dá um tapa na cara e diz "Acabei não, tem mais, segura o estômago e bora".


Ele não poupa em nada, com momentos fortes e bastante gráficos, e coisas que é preciso sim ter muito estômago pra resistir.

Rola até nudez explícita, mas até isso consegue ir pra um lado que é inesperado, totalmente plausível e indispensável, sem absolutamente nada de sexual, muito pelo contrário, consegue ser tão terrível e real que... eu estou perplexo de mais.


O filme é pesado, triunfante no sentido de chocar e nos tocar, e faz jus ao gênero de "sobrevivência".

Não falo do desfecho, mas ele é tão terrível quanto agradável, pois as pequenas vitórias, os minúsculos momentos de alegria que aparecem, pra quem aparecem, são satisfatórios pois são alguma coisa de bom, saindo de algo tão macabro.


Grandes Desgraças, Breves Conquistas


O filme retrata um período de escassez onde mulheres grávidas e crianças são presas, e pelo que mostrou mortas, então algumas famílias buscam asilo em outros países, fugindo clandestinamente.


O risco numa fuga assim é inquestionável, mas o longa faz questão de nos mostrar o quão terrível é uma situação assim.

Tudo já parte desse princípio, mas ele não é só uma história monstruosa de realidade, pois aos poucos também carrega lampejos de esperança e alegria, com amor, carinho, afeto, e pouco a pouco vai nos enganando pois a parte terrível nem começou ainda.


É brilhante como tudo vai nos encantando e atacando, repetidamente, até nos juntar à protagonista em sua desolação, e partindo daí, começa a tortura psicológica e física, que sentimos como se estivéssemos juntos dela.

Isso acontece pois, da mesma forma que queremos entender melhor a razão dela estar ali, também queremos tira-la dali, um sentimento empático que brota graças a excelente narrativa.


E, conforme tudo acontece, as pequenas conquistas cria uma sensação de alegria, que compartilhamos, repito, como se estivéssemos com a moça. É simplesmente imersivo, não há outra palavra.


Assista, compensa.


A experiência é diferente de outros filmes nesse mesmo modelo que já vi, mas também equivale pois o grande objetivo dele é permitir que torcemos pelo melhor, cientes da calamidade possível.


E, o desfecho, não importa se for bom ou ruim, jamais será bom o bastante (não dá, é impossível esperar um final bom), mas por menor que seja a felicidade, ela basta pra encerrar tamanha jornada.

E, ao meu ver, ele termina com maestria, assim como se desenrolou com maestria, e é uma experiência digna de ser ovacionada.


Recomendo, veja, tire suas conclusões, mas esteja preparado para sofrer muito, chorar, e sorrir.


Obrigado sr Ed pela dica... estou traumatizado, mas amei o que assisti.

É isso.

See yah...
 



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