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CríticaMorte: Good Boy - O Final é Tudo que Presta (Me, You & Frank)

Vi um trailer do filme e um pessoal dizendo que era algo perturbador, onde um Cara vestido de cachorro era cuidado por um cara que tratava tudo com naturalidade. Pensei logo "Ih será tipo Creep?". Daí fui ver e vem um terror com suspense que, termina bem, se desenrola bem, mas não é bom.


Falarei o que achei e, deixo claro que é tudo minha opinião aqui, e terá spoiler... inclusive o final explicitamente, então esteja ciente disso. 

Boa leitura.


Ao meu ver, tudo que presta em termos de terror nesse filme norueguês é seu final, por ser bizarro e mostrar um cara do jeito mais perverso possível: Ele domestica o próprio bebê.


O pior é que o filme é bem executado, as atuações são ótimas, e a história faz sentido. O jeito como tudo é mostrado em seu devido tempo é de se admirar, e apesar de ficar nítido que é um tipo de produção "independente", ele não soa nada amador.


Contudo, eu ainda assim acho que é um filme "ruim", pois deixou um cheiro de desperdício no ar. Ele conta uma história legal, mas que não convence se pararmos pra pensar um pouquinho, e quando acaba ele só causa um tipo esquisito de desapontamento.

50 Tons de Cinza, sem Nudez

Eis um bilionário excêntrico com fetiches estranhos, mas o filme enrola pra nos dizer o quê, trabalhando o suspense e o mistério lentamente, até revelar tudo e não ser nada surpreendente: Ele domestica pessoas.


Em dado momento, o filme sugere que o amigo de infância do bilionário tinha uma opção de gênero animal (ele queria ser um cachorro então, era um cachorro), e isso já é bem estranho, mas ele vai nos fazendo nos acostumar com a ideia (por incrível que pareça) através da relação do cara e sua nova namorada, e uma série de conversas sobre idealização de gênero.


Mas, por se tratar de um filme de "terror", é de se esperar alguma reviravolta insana ou algo que compense a espera... e isso não vem de um jeito criativo. Só são revelações óbvias, bem bobas e até meio sem sentido.

Primeiro que, o bilionário surta do nada, e passa a ser assustador para sua parceira. Ela passa a ficar com medo da psicopatia possível dele depois que o cachorro fala com ela e pede por socorro... sendo que ela acabou de conhecer os dois, e já sabe que está tudo estranho ali.


A reação de fuga dela faz sentido, obviamente ela procuraria se distanciar dos dois, mas ela mesma se colocou naquela situação, por ganância ou paixão que seja, ela escolheu estar ali e aceitou o risco (várias vezes acusado por sua amiga).


Então no fim, nós só acompanhamos personagens chatos se dando mal. Difícil criar empatia por ela, por mais que ela tenha expressões bem fortes, e por mais que seja uma excelente atriz em seu papel (gostei muito de como ela atua, ela transmite verdade).

Atitudes Idiotas

O tenso são os clichês, como no fim onde ela tem todas as chances de escapar, fugindo inclusive, voltando depois armada, derrubando o bilionário e então, ela simplesmente emburrece, e toma a pior decisão possível: virar as costas e tentar escapar levando outra pessoa, com o psicopata cambaleando.


Custava virar e terminar o trabalho? Razões pra atacar ela tinha, o cara tava espancando um escravo vestido de cachorro! Mas não, ela tenta levantar alguém que nitidamente nem sabe mais como andar, e dá tempo do cara maluco se levantar, se recuperar, e atacar.


Depois disso, ela vira um de seus cachorros, e uma vez que ela estava grávida, ela opta por se submeter aos clichês do cara, pra proteger sua cria. 


Ele dando de comer pra todos é o ponto alto do filme, e graças a deus ele não mostrou o bebê engatinhando pra ração de gato, mas só de ouvir, e entender o que tava rolando, a gente já se sente mal.


Foi de mal gosto? Sim, mas ao mesmo tempo não. A ideia era ser um filme de terror e isso vende a parte medonha. O problema mesmo é toda a enrolação até chegar nessa parte e o desperdício de boas ideias.

O cara podia ser mais ameaçador, a tortura que ele fazia com seu "pet" podia ser muito mais pesada e psicologicamente convincente. Qual é, ele dava tapas na bunda do cara, e botava música em último volume... isso é tortura? Talvez sim mas não ao ponto de fazer alguém esquecer que é uma pessoa, e agir voluntariamente como um animal, por anos.


Difícil crer que com o que foi mostrado, isso deu realmente certo. O cara podia lutar se quisesse, podia enfrentar, podia fugir, ou morrer tentando. Se o filme mostrasse algo que nos fizesse aceitar a condição do "amigo cachorro" como algo irreversível, talvez fosse mais interessante.

Como ele sempre tá de fantasia, não vemos nada sobre seu corpo, mas podiam mostrar as pernas dele modificadas para nunca ficarem eretas por exemplo, ou ferramentas de tortura que o cara usou pra deixar ele naquelas condições, talvez as mãos arrancadas, os pés, mas não... só é um cara vestido de cachorro que tem medo de enfrentar o bilionário.


Se o dinheiro dele fizesse alguma diferença na equação, como por exemplo a moça conseguindo escapar, e ele chegando nela facilmente só por ter grana, faria sentido também. Seria um bom uso da realidade ali mostrada, mas na prática nada disso acontece.

A História Resumida

É um cara maluco, rico, educado, bonito, que gosta de torturar o amigo como se fosse pet dele, mas o trata bem (sei que não da pra relevar uma condição dessas mas podia ser muito pior) e busca uma namorada.


Daí a namorada conhece a realidade dele, conhece o cachorro, aceita isso com muito custo (principalmente depois de descobrir que ele é rico), e até ai tava tudo de boa.


Mas no instante que o cachorro pede socorro, ela começa a planejar contra o namorado? Ela nem tenta conversar, e olha que ela já tinha até engravidado dele (golpe da barriga total).

Finalizando

Ela só decide que ele é maluco e que o cachorro é inocente, sendo que ela era novata ali, ela mal entendia a situação, podia muito sabiamente conversar com o namorado, explicar o que houve, e caso as coisas ficassem ruins, ela voltava atrás e ai sim, justificaria sua fuga. 


Mas do jeito que é mostrado, ela só entrando em desespero e buscando escapar de algo vago, resultando na conclusão óbvia dela nem ser morta, mas sim escravizada também, é pra lá de decepcionante.


E repito, se não fosse pelo final do barulho de bebê, pra mim seria um filme completamente esquecível.

Sei que talvez eu esteja exigente de mais, o filme realmente constrói sua atmosfera de suspense bem, ele tem boas atuações, ele tem uma boa trilha sonora, ele conta com uma ideia legal, e várias das conversas são muito promissoras com bizarrices insinuadas (como a hora que a garota pergunta se o amigo pet também faz "aquilo") mas no fim, o negócio não entrega nada de legal e desperdiça tudo isso com uma conclusão rápida, e por mais que seja boa, é posta de um jeito bobo e brusco.


A gente entende, mas ao mesmo tempo fica pensando "É só isso?"

E é isso.

See yah.



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