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ReviewMorte: Pânico - 1996 - Tudo Sobre o Primeiro Filme

Acusar um filme de plágio sem jamais ter falado do original soou um tanto quanto hipócrita para mim, por isso quase que imediatamente após terminar de assistir "O Clube dos Leitores Assassinos" eu fui correndo atrás de uma versão de "Pânico" (Scream), de 1996. 


Eu nunca tinha assistido ele completamente, pra variar, e muito do que sabia dele eram memórias da infância, e mesclas com sua paródia "Todo Mundo em Pânico" (Scary Movie). Porém, nunca me senti tão maravilhado ao tomar tão sábia decisão.

Falarei absolutamente tudo a respeito do filme slasher que satiriza outros filmes de terror, e ainda assim consegue ser horripilante (até os dias de hoje!).

Boa leitura.

"Pânico" tem duas versões, uma de 1996 e uma de 2022 (sem querer comecei assistindo ela, até achar atualizada de mais pros anos 90). A versão que falarei aqui, é a de 1996, pois o de 2022 é outro filme, totalmente diferente (apesar de ser chamado "Pânico" ele é o quinto filme).


Além disso, o longa teve duas dublagens, uma da Marshmalow e uma lançada em Blue Ray. Meio que a original (apesar de não ter uma qualidade tão boa) é bem melhor na minha opinião (tem a voz do Naruto pô, pela saudosa Úrsula Bezerra), então foi ela que assisti (apesar de também usar a versão legendada então, tanto faz). Vale só de curiosidade Mesmo, afinal é comum filmes mais antigos sofrerem redublagens em relançamentos, ou até mesmo apenas readaptações com o tempo.

Enfim, muitos chamam erroneamente o primeiro filme da franquia como "Terrir" (Terror com Humor), justamente por ele ter elementos de sátira e até cômicos (dependendo de como os observa). Contudo, é importante destacar que este, de toda a franquia, é o filme mais sério e que se leva a sério, sendo mais um terror pesado do que uma mera comédia mórbida.


Muito da "graça" que há nele é só uma consequência de suas sub-tramas, estas espalhadas ao longo dele. O filme não é só uma história de jovens sendo massacrados por um mascarado, mas sim sobre várias pessoas, com suas motivações, passados, e objetivos, mesclando-se em um enredo em comum.

Achei sábia a ideia de satirizar e referenciar abertamente muitos filmes de terror, fazendo alusão a eles constantemente, e citando falhas, regras, clichês, e situações comuns em tudo quanto é obra do gênero.


Ainda melhor foi o próprio filme reconhecer isso, e ao invés de apenas brincar com a ideia, fazer dela parte do enredo, contribuindo tanto para a construção dos personagens quanto para nosso envolvimento com eles.

Ver que todos conhecem bem as "Regras dos Filmes de Terror", faz com que tenhamos uma empatia imediata por eles, pois eles seriam como nós. Não seriam só carinhas bonitinhas que tomam sustos e morrem gritando, mas sim pessoas que lutam, tentam se defender, buscam alternativas de fuga (as vezes bem estúpidas, mas buscam!) e tentam sobreviver a todo custo.


Eles também temem justamente por conhecer. Os medos nascidos da noção prévia do terror, são tão bem explorados aqui, que até quando não há nada a se temer, nós, assim como os personagens, ficamos apreensivos.


Inclusive, fazia tempo que eu não torcia em voz alta por um personagem, assim como ocorre na representação do público no cinema, e eu me vi desejando que a primeira protagonista sobrevivesse, basicamente agindo como todo espectador clichê.


E isso ocorreu num filme em que eu já sabia o desfecho, eu já conhecia a trama, e eu já até tinha preparo psicológico para acompanhar tal terror. Mesmo assim, me vi boquiaberto com a cena da garota estripada numa árvore, tudo graças não só ao impacto visual, mas à sequência até aquele ponto, e o grito da mãe desesperada.


Também há o vilão, que desde o início soa ameaçador, mas também caricato e até debochado. O que a princípio pode parecer "humor", mas na verdade é um reflexo da personalidade de um dos vilões, que inclusive, se observarmos com atenção, perceberemos que isso combina perfeitamente com ele. E até mesmo, da pra distinguir entre os vilões pelos trejeitos do Ghostface, descobrindo quem está por trás da máscara, mesmo sem ela nem ser retirada.


É que, há duas pessoas usando a máscara, uma delas é um jovem vingativo, e o outro um bobo alegre completamente instável. Desde sua primeira aparição ele demonstra sua personalidade exacerbada, e isso explica a razão do mascarado brincar com algumas de suas vítimas, e com outras não.


O jovem vingativo é direto e letal, gosta de assustar, ameaçar, se esconder, e ataca sem perder tempo brincando.


O bobo alegre é debochado, gosta de zoar as vítimas, brinca com o medo delas, e só ataca depois de sentir que elas estão mortas de medo.


Detalhes assim são geniais, e foram postos com cuidado para não apenas nos confundir (afinal, não temos como saber quem é o mascarado pois seus métodos mudam muito), mas para também deixar claro que bastava prestar atenção que logo descodificaríamos o fim.

Fim este que passa longe de ser clichê, surpreende e ainda encerra com um ponto final pra toda a trama. Mesmo assim, é óbvio que isso renderia sucesso em bilheterias, e não demorou até inventarem de franquiar a história.


Mas vamos falar por parte, afinal isto não é uma crítica, e sim um Review. Serei bem mais detalhista.

O Começo e a Primeira Morte

O início do filme foi brilhante, com Drew Barrymore no papel de Casey, a terceira vítima do Ghostface. Percebe a genialidade nisso?


É que, primeiro a vítima em si é tecnicamente um dos maiores nomes da obra, uma estrela que é eliminada depois de bastante lutar.


Na cena, ela atende telefonemas constantes e insistentes de alguém que só quer trocar uma ideia, e ela vai flertando com o homem misterioso, falando de filmes de terror que gostam.


Até que tudo dá uma reviravolta onde ele diz observa-la, e começa a tortura psicológica, com ela sendo ameaçada, o namorado dela sendo assassinado na varanda dela pra ela assistir, e no fim ela sofrendo um ataque direto.


O homem misterioso de voz distorcida aparece correndo com sua rouba escura e máscara da morte, e por mais que ela lute, no fim ela não escapa, cai no chão ferida, e se arrasta pra pedir socorro.


Os pais dela chegam bem nessa hora, se espantam com a bagunça e correm pra chamar a polícia no telefone, é quando eles escutam ela, com ela segurando outro aparelho na linha compartilhada, e sendo morta ao vivo. Eles escutam os últimos suspiros da garota, e pra fechar a cena...


Eles encontram ela pendurada numa árvore na frente de casa, toda aberta.


Isso é chocante, e é pra mostrar como o assassino é cruel, brincando com a vítima, e depois a executando a sangue frio, sem temer ser pego ou visto, pois seus atos são premeditados.


Ele planejou tudo, ele antecipou tudo, e foi lá preparado para acabar com todos.

O louco é que ele não matou apenas o namorado da garota, e a garota... havia outro assassinato no currículo, mas isso só vem a tona no final do filme, o que pra mim é uma das melhores construções da trama que já vi.

Desenvolvimento dos Personagens

As consequências do assassinato repercutem rápido, e chegam na escola que ela frequentava. Policiais interrogam todo mundo, buscando testemunhas, álibis e claro, suspeitos. Mas isso também serve pra nos apresentar ao elenco principal, ou ao menos parte dele.


Antes até conhecemos Sidney (Neve Campbell) e seu namorado Billy (Skeet Ulrich), ambos jovens apaixonados que se encontram na calada da noite, na mesma noite da matança. Ambos não chegam a ter relações, e isso é destacado como uma escolha da garota, mas também é um momento de diálogos ricos em referências cinéfilas.


Ao invés de citarem filmes e títulos, eles conversam sobre estilos de filmes, em uma conversa natural, cheia de romance, e tão importante que basicamente dita como o longa nos guiará, satirizando não apenas em nomes, mas em formato.


Então na escola, chegam os demais membros do grupo, Tatum (Rose McGowan) a melhor amiga da protagonista e irmã do policial Dewey.


Dewey (David Arquette)  é um policial jovem e inexperiente, que acaba sendo quase um alívio cômico.


Stuart (Matthew Lillard), namorado de Tatum, que é totalmente excêntrico, agitado, falastrão e exagerado.


Randy (Jamie Kennedy), amigo do grupo que trabalha numa locadora, e é o cinéfilo de todos, quem adora fazer referências a filmes.


E a Jornalista Gale (Courteney Cox), que apesar de ainda não interagir, tem sua primeira aparição de longe, cobrindo a matéria sobre a morte dos jovens.


Tem também o Diretor da Escola (Henry Winkler), o Assistente da Jornalista (W. Earl Brown) e o Delegado (Joseph Whipp), personagens estes que são mais secundários, mas que fazem questão de deixar claro que aquele não era o primeiro incidente, e que algo fazia de Sid uma suspeita em potencial. Mas tudo fica por alto.


Tudo que é revelado é que Sid morava apenas com o pai, e sua mãe morreu no ano passado, vitima de um assassino.

O Segundo Ataque e a Dúvida Plantada

Com a introdução de todos, rola o segundo ataque, seguindo praticamente o mesmo estilo do primeiro: Ghostface liga, aterroriza, e então aparece pra matar.


Mas Sid, que é a vítima da vez (pois seu pai estava viajando), não só dá um coro no cara, como consegue escapar, se encontrando com seu namorado, no mesmo local e momento em que se encontraram na noite anterior.


O porém é que, Billy deixa cair um celular, dando a impressão que ele era o Ghostface.


Pra concretizar a suspeita, Dewey aparece na porta da casa de Sid, com a máscara e roupa descartadas do assassino. Não dá outra, a garota acusa o próprio namorado.


A roupa em si nem serve muito de prova, afinal era só uma fantasia de halloween facilmente achada em lojas, mas o celular serviria.


Tudo se encerra na delegacia, com a relação de Tatum e Dewey sendo melhor abordada, e no fim todos indo pra casa com Sid, enquanto as ligações recebidas pelas vítimas seriam rastreadas. Billy fica preso... e tudo resolvido.


Só que a Jornalista, Gale, se apresenta e confronta a garota, tomando um murro dela, mas sem ser explicado (ainda) a razão das duas se darem mal.


Enfim, na casa de Dewey e Tatum, Sid recebe uma ligação justamente do Ghostface, brincando com ela e debochando por ela ter incriminado um inocente mais uma vez.


Isso já mostra que ainda não era o fim.

O Terceiro Ataque

No dia seguinte, chega a explicação da raiva de Sid pela jornalista. Gale fez fama escrevendo um livro sobre a morte da mãe de Sidney. 


Pra variar, a jornalista ainda defendia o assassino que foi preso no ano anterior, dizendo que ele teria sido incriminado por Sidney, pois ele era só um amante da mãe dela. Então nasce ai a suspeita de que talvez, o mesmo assassino que incriminou Cotton Weary (o cara que foi preso no ano anterior, interpretado por Liev Schreiber, mas que não chega a aparecer na trama pois está preso), seria aquele que incriminou Billy, e permanecia a solta.


Também fica claro o interesse da Gale no Dewey (como sua fonte de informações pela ingenuidade dele), e que ela queria investigar a fundo o caso, para conseguir seu novo livro sobre o Serial Killer.


Billy é solto também, o delegado descobriu que as ligações tinham vindo do pai de Sid, e ele que passa a ser o suspeito, ainda desaparecido pra variar. 


Na escola, Billy até tem seu encontro com Sid, mas eles não chegam a se dar bem, ainda.

Pelo contrário, ela corre para o banheiro para chorar suas mágoas, ouvindo garotas debochando dela, até que no fim, Ghostface aparece.


Como nessa parte alguns alunos estavam zoando e assustando os colegas pela escola, disfarçados com a fantasia popular do Ghostface, a aparição dele no banheiro, assim como várias outras, soam sustos gratuitos.


Pelo menos até a próxima morte ocorrer.



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