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CríticaMorte: Guardiões da Galáxia - Volume 3 - Quebrando a regra do "Terceiro é sempre pior"

Tags: mesmo isso grupo
Por mais que a Marvel tenha pisado na bola e afundado minha fé na lama, finalmente algo decente saiu nas telonas depois de tanta espera.

Apesar de que tecnicamente não é difícil, já que desde o primeiro filme os Guardiões se destacaram como algo simplesmente perfeito.


Todos os Guardiões da Galáxia sempre são muito mais intimistas do que descomunais, e não apelam pra ameaças universais sem iguais, que apenas um grupinho de super-heróis pode deter. Não, nas histórias sempre é algo relacionado a família, ou a um objetivo comum que pra todo mundo pode não ser grande coisa, mas pra eles é tudo. E é em mais uma história simples, que um dos contos mais fantásticos já vistos se desenrola.

Será difícil me segurar, mas tentarei falar tudo o que penso sem dar spoilers... nem filosofar de mais.

Boa leitura!

Guardiões da Galáxia não era um Grupo famoso nos quadrinhos, sendo apenas um time B de histórias secundárias, tanto que quando o primeiro filme saiu, ninguém (tirando fãs das revistinhas) sabia o que era Isso, nem esperava grande coisa.


Foi aí que um grupo de alienígenas criminosos, formado por um Guaxinim Falante construtor de Armas, uma Árvore Ambulante que só fala "Eu Sou Groot", um Cara Musculoso e Tatuado com Mais músculos que neurônios, uma Mulher Verde e Forte metida a Espadachim que era filha do conquistador de mundos Thanos, e um Cara Abduzido na Infância que se auto intitulou Senhor das Estrelas, e virou saqueador espacial, foram forçados a se unir pra impedir que uma Joia do Infinito alcançasse as mãos erradas, e Mesmo sem querer, criaram o grupo, pra proteger o universo (à sua maneira é claro).

Então o líder do grupo descobriu que era filho de um ser celestial e foi em busca dele, conhecendo assim sua meia irmã, uma Alienígena capaz de se conectar com sentimentos de outros seres, e manipula-los, e aprendeu a respeitar a amar seu pai adotivo, um Alienígena Azul que move uma Flecha com a mente... e coração... isso até perdê-lo.


Os Guardiões da Galáxia eram isso, um grupo de desajustados aprendendo a conviver enquanto enfrentavam desafios pelo universo... Enquanto lá na Terra os Vingadores e outros grupos de heróis enfrentavam sempre uma ameaça colossal que prometia destruir tudo e todos, pros guardiões, que ironicamente tinham uma escala muito mais ampla, os problemas reais eram aqueles menores que ninguém além deles próprios ligavam.

E o mais louco é que, mesmo sendo algo tão pequeno, pra gente isso é tão grande quanto pra eles, pois os filmes nos fazem entendê-los, e acompanha-los de igual pra igual.


Sem forçar, sem apelar, sem nem precisar nos fazer pensar muito, todo filme deles é muito mais emocional do que tudo. 

E desse jeito chegamos no terceiro capítulo, onde o objetivo do grupo é salvar um dos amigos, simples assim.

Onde tudo começa...

A história se passa exatamente após o Especial de Natal que a Disney produziu. Inclusive esse especial serve como "pausa" entre os eventos do último filme em que estiveram (no caso, se não me engano, foi Thor - Love and Thunder) e este, pois aqui não há espera. 


Tudo já inicia com uma baixa terrível, com Warlord ferindo mortalmente um dos membros da equipe, e os forçando a buscar uma forma de salva-lo.


E a simples viagem para isso, acaba sendo uma tremenda de uma jornada, interna e externa, onde cada personagem tem sua história explorada muito mais a fundo.

Daí, eles descobrem um vilão que todo mundo (inclusive nós) aprende a odiar, e lutam para provar que todo mundo importa.


Uma tragédia prenunciada...

O mais intenso deste filme é que ele nos faz temer por tudo que virá. Ele é divertido, cheio de piadas legais, e cenas de ação surpreendentemente bem coreografadas e repleta de efeitos magníficos!

Tem uma cena de luta em plano sequência, onde cada herói mescla suas habilidades com os demais, que é uma delícia de assistir. É fluída, bem feita, muito clara e ao mesmo tempo repleta de detalhes, que vai do caótico ao catártico em questão de instantes. É linda.


Só que ai a gente a todo momento é lembrado que, um deles está à beira da morte, inclusive, parte do filme se passa dentro da mente desse personagem, revelando seu passado, e construindo a narrativa para que entendamos o quão grave é sua situação.


Paralelo a isso, ainda há o desenvolvimento desenfreado de todo o elenco, inclusive os personagens de cenas pós créditos, que aqui ganham mais espaço, mas sem interferir muito na trama principal (apesar de serem peças chave para a conclusão). Cada um tem seu espaço aqui, e esse é um espaço perfeitamente aproveitado para incluí-los, explica-los, e não fazê-los parecerem secundários.

Não dá pra falar do filme sem destaca-los, seria uma injustiça, então aqui irei descrever o quanto cada personagem é importante:

Peter


O Senhor das Estrelas, um humano terrestre que aprendeu a sobreviver no espaço, e hoje vive em trauma pela perda de sua amada. Todo filme ele tem um trauma, no primeiro sua mãe, no segundo seu pai, e agora sua mina. Só que a diferença é que Gamora ta ali, do lado dele, e ele não quer aceitar que ela não é a mesma. Mas ao mesmo tempo em que se vê quase perdendo tudo o que tem, ele precisa aprender a conviver com a verdade, antes que seja tarde de mais.

Gamora


Tirada de outra realidade, em outra linha do tempo, Gamora descobriu um novo lugar para existir, com uma nova família, mas também precisa conviver com a antiga família de sua antiga versão, a versão que ela jamais se tornou. Daí temos o desenvolvimento dela, numa parceria "forçada", onde ela precisa descobrir como lidar com essa trágica situação.

Nenulosa


Uma ciborgue que já foi orgânica, e foi toda desconstruída por seu pai, Thanos, e transformada em uma máquina sem emoções, que aos poucos foi aprendendo a ter alguma emoção, muito graças ao que a antiga irmã dela, a versão morta de Gamora, pôde lhe ensinar. Agora, ela se tornou membro da equipe, com uma conexão muito profunda com o mecânico dela...

Rocket


Um guaxinim mutante que adora fazer equipamentos, inclusive pra sua nova amiga Nebulosa. Ele nunca esteve sozinho, mas também nunca se abriu totalmente com ninguém. É com sua nova família, adquirida ao acaso, que ele ganha uma nova chance de viver, conquistando amor, carinho, respeito e o mais importante: Liberdade.

Groot


Uma árvore de uma frase só, que fala em um idioma jamais traduzido, que apenas quem aprende a conviver com ele, e se torna íntimo o bastante, pode entender. A princípio apenas Rocket, sua dupla e salvador, era quem o entendia. Mas depois de viver aventuras, e passar pela puberdade uma segunda vez, Groot agora é entendido por todos que o amam.

Drax


Um marmanjo todo musculoso, que já foi pai e marido, mas perdeu tudo pro Thanos. Ele não parece ser muito inteligente, mas aos poucos revela que inteligência não é tudo numa pessoa. Drax bota sua nova família como prioridade, e apesar de sorrir, e ser o alívio cômico das situações, ele carrega consigo o peso do luto, e o derruba com seu carisma. Eu particularmente nunca curti o personagem, até agora. Finalmente entendi o que ele é, e a razão dele ser como é.

Mantis


Filha de um planeta vivo, Mantis descobriu que é irmã de Peter, e com isso ganhou um novo significado pra vida. Ela tenta fazer com que ele melhore de sua perda, mas também ainda busca por uma razão pra existir, além daquela pra qual foi gerada.

Tudo está conectado...

Note que apesar de cada personagem ter uma sinopse bem individual, todas elas se ligam ao longo de todos os filmes. É que, mesmo cada um sendo muito diferente, todos significam e tem alguma conexão mesmo que não notem, e mesmo que nós não notemos.


O terrível disso tudo, é que nós aprendemos a conviver com eles, assim com oeles aprendem uns com os outros, e as baixas se tornam uma ameaça muito mais significativa do que poderíamos esperar, e muito mais impactante. Foi o que rolou com o Yondu no segundo filme, que parecia só um coadjuvante, mas no fim não da pra não chorar. E se eu disser que isso rola de novo? Só que agora muito pior...

Todos são muito carismáticos, e importantes, e sabemos que a ausência de um vai pesar. É por causa disso que o risco de um deles morrer acaba significando mais do que o universo inteiro ser destruído. A catástrofe aqui, por menor que seja, é grande de mais pois sentimos que será desastrosa, então enquanto rimos dos pequenos momentos, sofremos muito pelo que pode, e irá acontecer.


Não é mais uma situação "Gamora", e mesmo a situação dela, pasme, é uma evidência de que a morte é um desfecho irreversível de toda forma. Por isso, somos lembrados a todo instante que estamos correndo riscos, e a qualquer instante nosso coração será perfurado.

E sabe o que é mais maluco? Isso não acontece quando esperamos. Na verdade, a tragédia inevitável rola quando estamos tranquilizados, e não estamos nem um pouco preparados pra tal, mesmo o filme esfregando na nossa cara que: Vai rolar, se prepara que a coisa vai rolar.

Os personagens secundários...

O que mais gostei é que todos do elenco secundário são igualmente importantes. Todo mundo que apareceu nas cenas pós-créditos de filmes anteriores recebeu um papel aqui, e ganhou a chance de participar dessa linda peça.

O sucessor do Yondu, conquista a confiança do grupo e ganha sua função com a Flecha, além de aos poucos vencer suas limitações, e se tornar muito mais poderoso do que poderia imaginar.


A cadela astronauta, que eu mesmo nem lembrava (afinal se não me engano, ela apareceu ao lado do Howard, o Pato, que também aparece aliás), teve seus momentos memoráveis, e é uma adição sem igual ao grupo, mesmo que ela não tenha muito tempo de tela.


Os outros grupos de Guardiões (tecnicamente, existem outros), tem breves aparições, mas também tem importância, afinal de contas eles são uma família também, são várias famílias, e cada uma tem suas histórias individuais.


E o Warlock, jovem dourado e muito poderoso, que foi prometido desde o final do segundo filme como a arma definitiva pra acabar com os Guardiões da Galáxia, e só deu as caras agora, como alguém que tem de ingênuo o mesmo nível de poder, e de fato é um tremendo de um risco pro grupo, sendo o percursor de muitos problemas.


O Final de Guardiões da Galáxia...


Pois é, este é o último filme do grupo, como conhecemos. Se você está se perguntando se algum personagem morre, pois é, muitos morrem, mas isso não é o foco...

Ele deixa de existir após as tragédias e mortes e, nós temos de aceitar isso... assim como todos os personagens precisam aceitar e seguir em frente.


Algo que eu achei interessante é que, eu não queria assistir, eu não queria essa dor, não queria ficar magoado pelo fim de algo que eu gostava. Fugi do filme por muito tempo, pois eu sabia que ele ia me causar uma sensação de perda... e por mais que eu estivesse certo, não foi ruim.

É que, ele ensina como superar. O filme nos faz compreender a situação de todos, e sentir com eles, sofrer com eles, e superar com eles. No final, nós como meros espectadores, aprendemos a melhor lição de todas, a de que a vida segue.


Então, sim, este é um filme pesado, emocionalmente marcante, e apesar de divertido, é melhor beber muita água pois ele vai arrancar litros de lágrimas. Mas muitas delas são de alegria, satisfação, e apesar de terem as de tristeza, no fim tudo compensa.

Enfim...

Estou feliz por ter assistido, e com o coração cheio pela linda história. Chorei tanto, que até mesmo nos créditos me vi chorando ao ver quanta gente esteve envolvida nessa obra de arte (pois é, chorei pelos créditos!).


Sou grato pela chance de assistir, e me emocionar... e torço pra que todo mundo tenha essa experiência.

É um ótimo filme, mesmo sendo de heróis e tal, ele foge da fórmula saturada que as empresas vem jogando na nossa cara, e é algo feito com amor.


Aliás, ele até se relaciona em eventos com outros filmes Marvel, mas além disso não soar como significante, também pouco importa pra trama interna. O que tem aqui é único, e muito individual dos Guardiões da Galáxia!

Cheio de ação, humor, excelentes músicas de época (sempre brincam com as músicas, e nunca erram), efeitos especiais e práticos espetaculares, e uma história linda. Isso que é filme!


É isso.

See yah!!!


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