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CríticaMorte: Prince of Persia - As Areias do Tempo - Uma das melhores adaptações já feitas.

Como sempre desejei, chegou a hora de falar do filme que, para mim, é uma das melhores adaptações de videogame para o cinema.


Claro que levando em conta que eu sou o Mesmo que considera o filme de Super Mario Bros (dos anos 90) como um dos melhores, tal declaração soa um tanto quanto suspeita. Porém, também sou aquele que considera Terror em Silent Hill uma obra prima, e claro, a série de The Last of Us como a melhor série adaptada dos games até então. Todas numa mesma lista.

Mas, eu posso explicar o que penso, e para isso, farei questão de contar Tudo sobre a adaptação cinematográfica de PoP.

Boa leitura.

Bem, antes de mais nada devo dizer que o filme é de 2010, e apesar de datado, ainda é insuperável, mesmo que naquele tempo tenha sido muito mal recebido.


Apesar das críticas, esse filme é ótimo, não apenas por ser uma adaptação fiel e ao mesmo tempo inovadora, mas por trazer elementos cânones pra conturbada franquia de jogos, que levam o mesmo nome.

Nem só de referências vivem as adaptações, elas podem (e devem) carregar a essência das obras que tentam replicar, mas com uma direção apropriada para o audiovisual.


E foi isso que observei em Prince of Persia, mesmo nem conhecendo bem os jogos na época, o que assisti me fez sentir vontade e curiosidade para jogar, exatamente como me ocorreu com Terror em Silent Hill.

Apesar disso, não cheguei a me interessar tanto pelos jogos de pakour no deserto, como com pessoas presas numa cidade macabra e perseguidas por monstros. Mas, eu curti, tanto que recentemente optei por sair jogando tudo outra vez, e escrever sobre.

Sempre admirei esse filme pela abordagem triunfante que da ao elemento "viagem no tempo". Ele pode não girar em torno da premissa temporal, mas ele inicia com isso, e encerra com isso, desenvolvendo-se com um enredo próprio e muito bem escrito, e sem jamais se ancorar no recurso do tempo... mas fazendo jus ao título.


Mas o que me surpreendeu mesmo foi a descoberta posterior de que, tudo que há no filme, tem valor cânone no universo dos jogos, e isso é algo raríssimo.

Mesmo sendo uma obra em mídia diferente, ela contribui com algo que nenhum jogo da série, até os dias de hoje, sequer fez: deu um nome ao protagonista.

Pra quem não conhece a franquia, isso pode não parecer importante, mas imagina que, em dezenas de jogos lançados, nunca citaram o nome do personagem, mas em um filme sim. E o mais curioso é que isso tem um grande valor pois, o filme foi escrito pelo mesmo cara que escreveu os jogos: Jordan Mechner (que também estudou cinema).

Fonte: https://www.jordanmechner.com/games-movies/prince-of-persia-movie/

Na verdade, o dono da franquia de jogos foi quem escreveu o roteiro do filme, e ele mesmo deu o nome pro personagem, quebrando uma tradição que ele próprio criou.

"Dastan" foi um nome curioso, e entregue ao personagem, que mesmo nunca sendo chamado assim nos jogos, passou a ser identificável dessa forma. Pois, o filme nada mais é que mais uma realidade alternativa, algo que tornou-se comum nos jogos.


Mesmo assim, não é só por seu conteúdo complementar que ele se destaca. O filme tem uma ótima história, enriquecida por sua ambientação e atores, mesmo que haja certas ressalvas.

Por ser uma história quase que inteiramente passada no deserto e em locais áridos ou com tons amarelados, a direção de fotografia optou por usar uma imagem saturadíssima por um efeito sépia, o que as vezes faz as personagens parecerem douradas. Sem contar que tem uma camada granulada por cima. (caramba que vontade de tomar um sorvete...)


Mas, não é no filme inteiro que isso ocorre, e quando outros tons de cores surgem, essa camada some e podemos assistir sem ter nossos olhos bombardeados com tons de laranja e dourado.

E, apesar de reclamar disso, não é um ponto negativo. Na verdade o filme ganha certo prestígio por essa liberdade de tratamento com a imagem, e mesmo depois de tantos anos, ele ainda é lindo de se ver.


Quanto às atuações, todos entregam suas personalidades perfeitamente bem, desde os protagonistas, até os coadjuvantes. Tanto que a vasta mescla de personagens nos faz as vezes esquecer que Dastan é a estrela, e nos permite conhecer melhor as histórias perpendiculares a ele.

Não é apenas um conto de um príncipe lutando pra resgatar uma princesa das mãos de um vilão, enquanto corre contra o tempo...


É a história de um reino, sofrendo com intrigas internas para a tomada da coroa, com direito a suspense em uma investigação em tempo real, com suspeitas de sobra sobre os reais interesses de todos os envolvidos... igualzinho Game of Thrones... só que da Disney.


O jeito como tudo é contado, em uma investigação para revelar os planos do vilão, assim como quem seria o vilão, é algo que nos segura no filme. Ele aposta muito mais no enredo que tem, do que nas cenas que poderia ter.

Lembrando que nos jogos, o personagem faz bastante parkour e luta sempre com inimigos fantásticos, o que pra muitos pode parecer que, em uma adaptação, o ideal seria replicar esses elementos. Mas, outra característica muito presente e que pode acabar esquecida, é a dos Enigmas de Cenário, o que aqui, foi traduzido como essa bela investigação.


O personagem é acusado de algo que ele com absoluta certeza não fez (afinal, nós o acompanhamos de perto e sabemos que foi acusado falsamente), mas quem criou o complô contra ele é um mistério, que se agrava conforme suspeitos são apresentados continuamente. 

Isso marca um belo ponto pra obra, afinal arrancam nossa atenção e nos fazem pensar junto enquanto ele avança sua narrativa, com respostas e várias surpresas que, derrubam suspeitas e hipóteses que acabamos fazendo.


A morte repentina de vários personagens é algo que contribui pra essa experiência, já que vários deles pareciam muito mais importantes do que se revelam no desfecho. Algumas baixas chegam a ser anticlimáticas, com um grande desperdício de relacionamento, e isso pode comprometer um pouco da imersão na história.

Cenas como um personagem morrendo logo após testemunhar o poder mágico da adaga, sem nem ter chance de se pronunciar a respeito, da uma sensação de perda de tempo, pois joga fora toda a construção prévia daquele momento, pra impactar com uma baixa repentina. Mas, posteriormente tudo é justificado, de certa forma.


Os relacionamentos de alguns personagens também acabam sendo rápidos de mais, e certamente convenientes, mas nada convincentes. Por exemplo, o romance entre o protagonista e a princesa (aqui chamada de Tamina) é completamente artificial, mesmo tentando (e muito) ser natural, embasando-se no carisma dos personagens e seus atores, ainda assim, ele acaba servindo pra narrativa de forma funcional.


Tem também o elo criado entre o contrabandista, que a serviço do humor, cria uma reviravolta ao formar uma união com o Príncipe mas, também de forma um tanto quanto artificial.


Mesmo assim, é bem interessante como alguns elementos culturais são usados pra dar terreno pra essa aproximação, como a inusitada corrida de Avestruzes, o desajeitado método do mercado clandestino, e as lendas fabricadas pra afastar curiosos.


Claro que tudo vai se justificando, e quando é preciso, os personagens tem comportamentos adequados aos seus objetivos. O contrabandista mesmo, é prestativo até ter a chance de lucrar. A princesa é romântica até conseguir seu item místico. Tudo ocorre por uma razão, mesmo que nem sempre convença.    

Além das controvérsias e mistérios, o filme também aposta em algumas cenas de ação, mas são geralmente perseguições, ou combates ensaiados em massa. Raramente se vê o embate mano a mano de personagens, e nos poucos momentos em que isso ocorre, é breve.

( ͡° ͜ʖ ͡°)

Rolam muitas referências aos jogos, principalmente com o visual dos personagens. Por exemplo, a roupa de guerra de Dastan é parecida com a de seu personagem em "Forgotten Sands"...


E as vestes dele mudam constantemente, gerando outras alusões, como sua roupa durante uma simbólica transição de cena, que é uma referência sutil ao "Prince of Persia 2008", com um capuz azul e vermelho cobrindo o rosto inteiro,


Exatamente como o personagem lá visto (a árvore solitária no deserto reforça ainda mais a simbologia, afinal lá tudo girava em torno de uma Árvore pequena e sagrada no Deserto).


Contudo, essas referências são só um tipo de fanservice superficial, sem qualquer compromisso real com as histórias dos jogos, afinal a história do filme é completamente independente, e original.


Todos os personagens são originais, com exceção (parcial) de Dastan e seu pai, o Rei Sharaman.

No entanto eles são diferentes do que se tem apresentado nos jogos. Dastan tem uma origem mais explicada agora, e bem mais detalhada, com direito a sua infância mostrada, e a revelação de que ele não é filho legítimo da realeza, e sim adotado, por seus talentos acrobatas e personalidade.


Aliás, um jogo cancelado da franquia, que acabou dando origem à Assassin's Creed, contaria a história de Dastan criança, sendo protegido por um Assassino. Essa também é uma referência a esse evento.


O Rei também não é apenas uma figura respeitosa no cargo mais alto, mas acima de tudo um pai, e ele aparece disciplinando seus filhos, na linguagem da guerra, criticando e aconselhando, como um pai faria.


"Seus filhos" no plural pois aqui, Dastan tem dois irmãos mais velhos, ambos legítimos consanguíneos do rei, logo, herdeiros direto da coroa. 


Mas todos são tratados igualmente, e parecem ter uma relação e convívio bastante fraternal, com zombarias e deboches, mas respeito e camaradagem.


Esses são alguns dos personagens originais, pois além do Rei, somente um dos irmãos de Dastan teve uma personificação nos jogos, lá chamado de Malik, mas esse personagem aparece apenas em Forgotten Sands, e nada tem a ver com os personagens cinematográficos (Tus e Garsiv).


Também tem o irmão do Rei, que assume um papel bastante importante, e sustenta boa parte da trama. Eu não quero dar spoilers, apesar do filme ser antigo, pois acredito que compensa muito assistir e se surpreender com as revelações e reviravoltas...


Mas o caso é que não tem um feiticeiro ou vizir pra atrapalhar o príncipe. Esse lado místico foi substituído por algo mais real, porém ainda atrelado ao fantástico. E nessa parte, rolam algumas referências históricas por assim dizer.

Dentro da cultura dos Persas, eles apresentam os Hassansins, que derivaram a palavra "Assassin" posteriormente. Eles eram os matadores secretos do governo marroquino, que serviam a realeza até serem deixados de lado por seus "métodos controversos".


Ao invés de apresentarem criaturas de areia e monstruosas como no jogo, as ameaças aqui são apenas assassinos, repletos de artimanhas como Atiradores de Facas, Serpentes Adestradas, Chicotes de Metal, e por ai vai. Detalhe que tudo isso, acaba sendo uma referência a monstros vistos em Sands of Time (jogo). 


Apesar da natureza mais real, eles são sempre mostrados de forma sombria e misteriosa, ressaltando o lado furtivo, e também lembrando através de cenas rápidas e com edição grotesca, que são inimigos imprevisíveis.


Eles são bem diferentes porém da versão investida pela Ubisoft, de trajes brancos, usando roupas escuras e armas diferenciadas.


Apesar de que, nota-se referências (talvez não propositais) a própria franquia Assassin's Creed (mesmo que esta tenha substituído PoP).


Enfim, eles servem ao vilão, que por sua vez só deseja a Adaga do Tempo, aliás, ele deseja a Ampulheta dos Deuses, o reservatório onde toda a areia mágica está.

E diferente do objetivo dos vilões da franquia, sua motivação é o próprio domínio sobre o tempo, para mudar um evento de sua infância, e assim obter tudo que mais deseja no presente.


Geralmente na franquia os caras querem dominar ou destruir o mundo, ou apenas querem a princesa mesmo, já o novo vilão tem muitas camadas e é bem mais ardiloso.

Além dele, também há outros coadjuvantes curiosos, como o já mencionado contrabandista e seu capataz, o atirador de facas que nunca fala.


A dupla é muito carismática, e tem seu próprio subenredo, somando muito ao universo mostrado.

O atirador de facas então, rende uma das cenas mais legais, apesar de sem sentido, que foi simplesmente poética. Ele faz o que sabe fazer, após uma árdua luta, e cumpre sua missão, ao custo da própria vida.


Mas sua morte não é mostrada, nem comentada. O silêncio de seu personagem controla seu ato final. É genial.


Bem, Tamina, que também nunca teve uma versão nos jogos (a princesa muda em todo jogo) é uma santa por assim dizer, sendo ela a regente de uma pequena cidadela religiosa, onde só haviam membros do clero. Eles foram atacados por supostamente produzirem armas pra uma cidade inimiga dos persas, mas na real, era tudo parte de uma trama pra encontrar as Areias.


Quem encontra a Adaga, e


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