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O Filme Achado de Hoje: V.H.S. 99 - Voltaram às origens

Fiquei surpreso quando vi um vídeo comentando sobre um dos curtas presentes em VHS 99, que eu não lembrava de ter assistido. Mas, eu me lembrava de ter feito o artigo sobre o filme, e de não ter gostado nada dele. Inclusive me recordei de todos os curtas presentes nele, e foi só quando fui checar meu artigo pra ter certeza, que notei que tinha falado de VHS 94, não do 99.

Em pouco tempo fizeram o 99, que é uma continuação dessa franquia, e lançaram ele pela Shudder (serviço de streaming norte americano, focado em Terror). Infelizmente eu nem tinha ouvido falar, por isso deixei passar até agora.

Mas foi só tomar ciência dele que fui assistir, e caramba, é tão bom quanto o primeiro! 

Isso é um baita elogio visto que dos 5 filmes lançados até hoje, somente o primeiro e este são realmente bons.

Falarei mais a respeito a seguir... e tem spoilers.

Boa leitura.

VHS 99 é o quinto filme da franquia, formada por "VHS", "S-VHS", "VHS-Viral", "VHS-94" e ele.

VHS-94 foi lançado em 2021, e é um filme de péssima qualidade, porém VHS-99 (lançado apenas 1 ano depois) é muito melhor, Mesmo tendo suas falhas.

No longa, temos mais uma vez 4 contos antológicos de terror, conectados por um quinto, que é contado pouco a pouco entre cada apresentação.

Sem exceção, todos os contos são ótimos, mas alguns tem um trabalho mais eficiente que outros, e todos são dirigidos e roteirizados por pessoas diferentes.

A qualidade técnica está espetacular, e trapacearam muito usando distorção de imagem e falhas de vídeo, pra mascarar os efeitos especiais fracos, ou os efeitos práticos de borracha com óleo. Mas, funcionou, essa mera trapaça disfarçou tão bem, que chegou a combinar com a atmosfera geral do filme.

Até porque o longa mostra eventos datados em 1999, e esses efeitos adicionados na edição alimentaram ainda mais a impressão de época.

Mas além disso, todos os atores foram vestidos com peças da época, e todas as histórias realmente soaram de 1999, com a tecnologia mostrada, as gírias, os hábitos e os valores.

Não da pra não ficar impressionado com a fidelidade de época do filme, e também não da pra ignorar a ótima qualidade de cada conto.

Inclusive, nem da pra chamar os "contos" de "curtas", pois cada um tem mais de 20 minutos, e nenhum deles enrola.

Até mesmo o conto "intercalado" que se concluí mais lentamente, após ir se desenrolando com pedacinhos entre cada vídeo, tem seu tempo equilibrado com os demais, e faz muito bem na entrega do terror.

Vale dizer porém, que nem todos os contos assustam. No máximo, nos deixam perplexos, mas não chegam a nos perturbar tanto.

E tem outra coisa, o filme desnecessariamente leva TODAS AS HISTÓRIAS pro lado sobrenatural, sendo que algumas delas já estavam perfeitas, e acabaram se estendendo pra inclusão do fantástico e místico, mesmo isso descartando o ótimo terror que haviam construído.

Tirando esse ponto, o filme é sim uma ótima opção, e eu lamento muito não tê-lo visto antes.

Como amante do estilo found footage, fiquei animado ao ver que até mesmo essa desastrosa franquia (que só vinha piorando a cada novo filme) pode se restaurar, e se recordaram dos méritos dos primórdios de seu grande sucesso (VHS até hoje é um dos melhores found footages no mercado).

Ele tem bons efeitos, boa direção, as cenas são bem montadas, tem trilha sonora justificada, e filmagens também.

Apesar de em alguns poucos momentos terem adições de sons não justificados (são poucos, mas existem e quase comprometem a imersão), todos os contos sabem ser realistas... até chegar na inclusão sobrenatural. Felizmente essa inclusão só é feita no final do terceiro ato de cada estória, então da pra aproveitar bem a experiência, até se decepcionar um pouco.

E, essa decepção não vem pelos finais serem ruins, pois eles são bons, e surpreendem. Mas, acabam desperdiçando boas oportunidades de nos fazerem pensar e temer sobre os perigos reais do dia a dia, pra nos fazer ter nojo ou surpresa com criaturas macabras e grotescas pulando na tela.

Outra coisa, apesar de todas as histórias serem sérias, pesadas e realistas, a última é mais voltada pro humor, e é bem bobinha. 

Acho que colocaram ela pra aliviar a tensão, e apesar de bem construída e contada, é bem esquisita e pouco convincente. Pelo menos se esforçaram nas atuações e nos efeitos especiais e práticos, e eles entregam uma boa variedade de desagradáveis criaturas.

Agora, como de praxe, contarei a história de cada conto, mas... serei sucinto e breve. Não vou estragar a experiência de ninguém com spoilers.

Mas terão alguns spoilers.

Shredding

Este conto me lembrou, de início, o "Hell House - LLC", e a premissa de pessoas visitando um antigo estabelecimento presente num porão, onde rolou um show no passado e um incêndio que matou algumas pessoas.

Aqui, o caso é de uma banda que morreu pisoteada pelos fãs, e uma outra banda vai lá 5 anos depois, pra sacanear o local, trolando um dos membros do próprio grupo.

Mesmo sentindo cheiro de queimado ao entrar, e mesmo sabendo que era um lugar perigoso, e ainda por cima mesmo encontrando indícios de que havia gente morando ali (provavelmente drogados ou sem teto), o grupo, formado por uma vocalista, um baixista, um guitarrista e um baterista, só entra e começa a brincar, desrespeitando os mortos, e o próprio baterista.

Independente das possibilidades, o conto termina com os mortos se vingando, e tem um showzinho no fim. 

Eu até achei legal o jeito que o show foi mostrado, mas as cenas gore ficaram meio risíveis, com desmembramentos fora de tela e os fantasmas/zumbis meio caricatos, apesar de bem maquiados.

Só acho, que desperdiçaram a chance de superar nossas expectativas, colocando ameaças reais ao invés de fantásticas... espaço pra isso havia.

Minha Nota: 2.0 de 5.0

Prós - Acerta em estrutura, respeito ao estilo (apesar de tomar liberdade pra por sons por edição, se aproveitado da ideia do show ser um vídeo em VHS pra promoção pré-editado), maquiagem, e enredo. Tem também uma boa trilha sonora (a música da banda morta é boa).

Contras - Erra em cenas gore mal produzidas, mortes rápidas sem grande esforço, excesso de ruídos de vídeo e distorções (mesmo que ajude a mascarar falhas, exageraram bastante neste conto), algumas atuações (em sua maioria são boas, mas existem muitas cenas com falas que parecem lidas direto do roteiro) e principalmente, mal aproveitamento das propostas que o próprio curta apresenta (não dão ênfase alguma no local visitado, que era um labirinto, e ainda por cima em área de risco, nem falam das pessoas que aparentemente viviam no local).

Suicide Bid


Este conto já fala de uma colegial, que quer ingressar em uma irmandade, e pra isso comete um "Lance Suicida", onde ela só se inscreveria pra essa irmandade, como tática pra entrar a qualquer custo. Mas, pra ser aceita de fato, ela é forçada a passar por um trote perigosíssimo.


A moça é enterrada viva em um caixão, após ser atormentada com uma história de terror de uma antiga estudante que um dia tentou entrar pra essa mesma irmandade, mas morreu nesse mesmo trote, desaparecendo do caixão por ter sido deixada 1 semana enterrada, ao invés de apenas 1 dia. 


Depois de enterrada, as colegas ficam zombando dela do lado de fora, atormentando-a e assustando o máximo que podem, mas sempre próximas pra dar assistência... até que policiais chegam, no meio de uma chuvinha que começa, e afugentam as garotas (que escondem o fato da colega estar abaixo de algumas poucas camadas de terra ali na cova).


O problema é que a chuva engrossa, a cova se enche de lama e água, e a moça la dentro do caixão começa a ser soterrada, com o caixão desmontando, e água entrando... pois é, a coisa piora de forma terrível muito rápido.


Ao invés do curta acabar aqui, ele aplica terror sobrenatural com o fantasma da estudante sumida da lenda, aparecendo e levando a garota embora.


Depois quando as colegas voltam, e descobrem a cova completamente cheia de água enlameada, elas tentam salva-la, mas não a encontram (e nem tentam pegar a câmera), decidindo esconder o ocorrido pra sempre.


Mas o filme também não acaba ai, onde deveria pela segunda vez... ele na verdade mostra as 4 estudantes que aplicaram o trote, já dentro de caixões separados, enterradas, recebendo a visita da garota que trotearam, e o fantasma vingativo.


Minha Nota: 4.0 de 5.0

Prós - Filme bem dirigido, perfeitas cenas claustrofóbicas, ótimo uso das câmeras e boas justificativas: tem a câmera do vídeo da garota, pra entrar na irmandade, a câmera do trote dentro do caixão, dada a ela pra que as meninas rissem depois do medo dela, e a câmera do lado de fora, das próprias meninas, que filmam o trote todo. Também tem as câmeras no final, mas isso já é um momento exagerado do filme; uma boa atuação de todos, inclusive a protagonista, que vai do ódio à angústia muito fácil em nossa concepção, e por fim, bom roteiro, com um terror realista até o terceiro ato. Tem também bons efeitos práticos, e especiais (as aranhas pareceram reais).

Contras - Se estende desnecessariamente, e poderia concluir com maestria na cena do caixão desmontando.
  

Ozzy's Dungeon


Neste, a história se ambienta em um show de palco noventista, bem escrachado como naqueles tempos, onde jovens eram postos pra se humilhar em joguinhos (estilo Passa ou Repassa), pra conseguir prêmios, que aqui era "Um Desejo Realizado".


Com o apresentador bem racista e idiota, tudo se desenrola até ocorrer um acidente grave durante o show, e o próprio apresentador continuar o mesmo, praticamente debochando da participante, que era negra e ele evidentemente não tinha gostado (e ela quase venceu o desafio).


A família dela também se desespera ao ver a garota toda machucada, e iniciam um barraco, mas o fim do show não é mostrado, não por ter sido cortado, mas por não estar ao vivo.


Era na verdade uma fita, mostrada em tempo real pro apresentador, já enjaulado e sem roupas, na casa da família revoltada.


Eles haviam sequestrado ele, pra se vingarem, anos depois. A menina estava com sequelas do ferimento, e a família preparou todo o show pra tortura-lo, machuca-lo, de pois mata-lo, tudo por vingança.


Depois de muitas cenas fortes, o cara é posto pra ser executado em ácido, mas ele diz que pode leva-los até o show. Acontece que o mesmo já havia sido cancelado a tempos, mas ele alega que não, ainda ocorria.


Ao invés de sei lá, fazer uma reviravolta tipo show da deepweb, só jogam tudo pro sobrenatural, e levam a família, guiada pelo cara sequestrado, pra uma caverna nos fundos dos estúdios, onde havia uma criatura grande, que realizava desejos.


Daí a menina se aproxima pra pedir um desejo, e... a família dela é assassinada pela criatura, ali mesmo, com a garota rindo em seguida. Ou seja, a menina havia desejado a morte da família.



Minha Nota: 2.0 de 5.0

Prós - Conceito realista bom, montagem bem feita, boas atuações e bons efeitos especiais e práticos.

Contras - Se estendeu além do tema e comprometeu tudo. História boa enquanto era uma vingança, mas se perde no desfecho. Momentos de constrangimento bem vergonhosos, tirando os do show (que são propositais) há os durante a vingança (como a moça tirando a camisa sem razão), que deixam tudo ainda mais esquisito. O uso de câmera é justificado, exceto no final, pois tecnicamente o câmera man deveria estar morrendo ao invés de filmando, então isso desperdiçou o esforço aplicado.

The Gawkers


Esse é o conto intermediário, que acaba se concluindo antes do conto final.

Nele, vemos alguns soldados de brinquedo num vídeo, aparentemente pra postar em fóruns, ou guardar e assistir depois (na época não existia Youtube), de stop motion, onde eles são mortos de formas violentas, dublados pelo mesmo cara que filma e edita.


Mas, assim que a parte final começa, a câmera que o jovem usou para filmar seus brinquedos é tomada pelo irmão, que passa a gravar em cima da fita.


Ele se grava pregando peças nas pessoas, andando de skate, fazendo besteiras pelas ruas (estilo jackass) e no fim, passa a focar seus vídeos na vizinha nova. Detalhe: eles chegam a filmar algumas peles de cobra, jogadas numa praia. Isso não fazia sentido até o fim.


Junto de seus amigos, ele tenta pegar cenas dela nua ou com o menor número de peças possíveis, até que seu irmão é visto interagindo com ela, e sendo convidado por ela pra sua casa, pra instalar uma webcam.


No quintal dela, haviam várias esculturas de Cabeças, e pareciam aparecer mais de tempos em tempos. Inclusive, depois da visita de um entregador (que saiu todo feliz da casa dela), uma cabeça nova apareceu.


Mas beleza, os rapazes se aproveitam que o irmão do cara vai na casa dela, e pedem pra ele instalar uma câmera secreta junto da webcam, pra verem ela na intimidade, e o garoto acaba aceitando, sob pressão de ser parte do grupo.


Então ele faz o trabalho, e todos ficam esperando ela começar a se despir, depois de uma longa conferência na webcam. É aí que começa o problema, e depois dela tirar a blusa, ela começa a quebrar os ossos, tira a peruca, e revela várias cobras!


Ela era uma Górgona, que percebe eles e vai atrás, na velocidade da luz.


Ela começa a matar cada um deles, por desmembramento, e depois petrifica suas cabeças. Depois ela ainda petrifica os demais e os deixa ali, parados, pra sempre.


Minha Nota: 3.5 de 5.0

Prós - Apesar de ser lento, o conto é bem realista e coloca pequenas pistas do desfecho que não notamos enquanto assistimos, somente no fim, onde encaixamos tudo. Tem boa edição, e uma excelente justificativa pras filmagens. Até mesmo a brincadeira com soldadinhos em stop motion consegue ser meio assustadora e perturbadora, com sangue falso, e cenas de violência que, são sim meio medonhas. Tem bons efeitos especiais também, e assertivamente usam as distorções de vídeo pra cobrir algumas imperfeições (como das cobras digitais, ou o ferimento no braço quebrado do garoto do skate). Também tem boas atuações, e um bom roteiro apesar do desfecho. Tem nudez parcial, mas é justificada.

Contras - Falha muito no final, com mortes bruscas e aceleradas, ainda mais com a aparição exageradamente rápida da Górgona na casa dos jovens. A cena do desmembramento é estranha, e mal feita.

To Hell and Back



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