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SérieMorte: What if...?

A Disney ta acertando bem. Essa nova aposta, de uma série totalmente animada, contando eventos alternativos dos filmes já lançados, é simplesmente genial.

É algo inspirado nas revistas em quadrinho "What if...?" onde os autores reimaginavam histórias Marvel consolidadas, mudando algum evento chave que consequentemente, desencadeava todo um novo enredo, ou, ironicamente, não mudava muita coisa no final. Exemplo: E se... o Quarteto Fantástico nunca Tivesse seus Poderes? Daí tinha uma história mostrando eles se tornando heróis mesmo sem os poderes.

Porém, uma tremenda diferença nessa versão "cinematográfica", é que as histórias alternativas, são canônicas.

Falarei brevemente da série em si, e não terá Spoiler até certa parte. Quando eu for falar dos episódios ai sim, não pouparei Spoilers, mas avisarei antes. Por isso, pode ler sem medo, e quando começar os spoilers, caso não queira, pode parar. Além disso, este é um post de atualização contínua. Enquanto durarem os episódios, irei adicionando informações (também notificando). Mudarei a data da postagem sempre que atualiza-la.

Boa leitura.

Após os eventos de Loki (1° Temporada), o multiverso Marvel se expandiu e várias realidades alternativas passaram a nascer e renascer. Todas elas existem assim como a principal, e para mostrar um pouco como elas são, optaram em usar o conceito de "What if...?".

O bacana disso é que, eles não estão reciclando ideias descartadas, nem apenas contando versões animadas do que já tem nos quadrinhos. Por mais que hajam referências, a ideia aqui é recontar os mesmos filmes da Marvel até então, porém com discrepâncias por causa de algumas escolhas diferentes.

Além disso, uma vez que todo esse material é canonizado, não há aquela sensação de perda constante ou de interrupção precoce, como a gerada por filmes, séries e animações que, dependendo do orçamento ou da recepção do público, são cancelados e posteriormente substituídos por novos.

Sabe aqueles desenhos do Homem Aranha, que tem aos montes em vários estilos mas que raramente tiveram um desfecho digno? Ou então os muitos filmes que vieram antes da Marvel assumir o volante, como Hulk, Justiceiro, Quarteto Fantástico, Demolidor e Motoqueiro Fantasma? Essas obras, antes, eram apenas produções de estúdios diferentes, que independente da recepção dos fãs, não tinham pretensão de criar franquias e afins (X-Men e Homem Aranha ousaram mais, mas acabaram descontinuados então, tão no mesmo barco).

No entanto, diferente do que a DC/Warner fizeram, a Marvel não parece (ao menos por enquanto) interessada em reaproveitar essas histórias antigas já passadas na TV. Na verdade, eles parecem mais afim de querer trabalhar nos próprios filmes e expandi-los, criando suas variações e aproveitando a deixa de Loki.

Confesso, que estou meio ansioso por surpresas como reimaginações de filmes além da Marvel (sabe, os X-Men por exemplo, ou todos os outros listados), mas, por hora, essa possibilidade existe e não existe ao mesmo tempo (yep, que nem o gato lá).

A ideia do Multiverso e como explica-lo existe tanto nas produções Marvel, quanto nas produções DC, mas ambos estão se distanciando bastante em como lidar com isso.

A DC canonizou todos os filmes que precederam suas séries através de um especial de 5 episódios chamado "Crise nas Infinitas Terras", que reivindicou todos seus títulos (independente de quem os criou), como parte de um multiverso, apagado no final. Sim, eles falaram que todos os filmes existiram, mas os eliminaram pra dar mais foco às séries, ainda que mais filmes surgissem no futuro, novamente desconectados.

O problema dessa abordagem da DC com o Multiverso é que, sem querer, causou uma grande divisão. É que, pra quem assistiu apenas as séries antigas, e pegou esse especial pra ver as referências, provavelmente não entendeu bem os novos personagens (e protagonistas) que vieram das séries mais recentes. O mesmo valeu pro oposto, onde quem acompanhava fervorosamente séries como do Flash ou Supergirl, acabaram por não compreender todas as referências de filmes e séries mais antigos.

Logo, a sensação que esse especial causou foi de um certo vazio, e necessidade de buscar por informações além da série. Caçar por explicações, como quem era o velhinho no banco que foi apagado (o próprio Robin dos anos 60), ou quem era o Superman sem poderes (poisé, nem todo mundo conhece Smallville... ~somebody saaaaaave meeeee~), acabou por ser quase uma obrigação pra entender a obra.

Aí que vem a Marvel em sua abordagem lenta, porém promissora. Eles não parecem querer descartar os filmes e séries antigos, nem demonstram qualquer interesse em reaproveita-los de qualquer forma, no entanto, esse foco lento em explicar passo a passo como o multiverso funciona soa mais uma maneira de preparar o público, do que alimentar expectativas.

Esses dias inclusive me vi conversando com uma amiga, que não compreendia o que era o multiverso. Pode parecer estranho pra quem já entende esse conceito, mas pra pessoas que não acompanham quadrinhos, ou não são de assistir coisa de super-heróis, já se torna mais difícil de entender mesmo.

A ideia de que existem muitos filmes que não são conectados diretamente, mas que todos eles existem paralelamente em múltiplos universos, os quais podem a qualquer momento se conectar ou não, ao mesmo tempo em que, alguns filmes são conectados diretamente por se passarem em um mesmo universo... bem, isso soa confuso as vezes.

E, parece que a Marvel quer romper esse paradigma. Ao que tudo indica, eles querem mesmo fazer com que qualquer pessoa entenda o que é o multiverso antes de começar a trabalhar a torto e a direita com ele. Por isso estão indo tão lentamente... 

Primeiro apresentaram Wanda Vision pra dar alguns indícios e ver a recepção, depois trouxeram Falcão e Invernal pra dar uma movimentada nas ideias do próprio enredo original, aí chutaram o balde com Loki, mas com calma (como que chuta com calma?) onde só mostraram a parte multiversal do próprio Loki (com suas variantes) pra então, abrir espaço pra todo resto.

E agora, em "What if...?", estão fazendo justamente isso: Mostrando todo o resto... ao menos dos filmes Marvel.

No entanto, talvez a apresentação visual dessa série afaste os menos entusiasmados. Uma vez que ela não usa pessoas reais, e foca apenas em animação, podem ter aqueles que se neguem a assistir acreditando ser apenas mais uma dentre dezenas de desenhos animados descartáveis ou infantis, costumeiros da Disney e Marvel (o tanto que tem de filminhos e pequenas séries dos Vingadores na lista do Disney+ num dá nem pra contar). Porém, não engane-se, essa é uma série com relevância equivalente (ou até maior) que as séries atuais da Marvel.

Inclusive, seu valor canônico é evidenciado pela forma como ela aborda os filmes da Marvel, e os conecta a si. É que, como mencionado mais acima, ela pretende reinterpretar eventos destes mesmos filmes.

O visual, apesar de em cel-shading total, busca ser bem fiel aos detalhes dos filmes, e até mesmo mostra várias cenas originalmente filmadas e já conhecidas só que, reanimadas.

Não é nem como foi feito lá em "Homem-Aranha no Aranhaverso", em que a Sony aproveita a liberdade artística em sua empreitada animada, e sugere visualmente algumas conexões com os filmes do Tobey Maguire, mas sem replicar com exatidão os visuais do próprio ator, ou das cenas em geral (soando até como meros easter eggs).

Aqui, são as mesmas cenas, porém retrabalhadas pra encaixar no estilo animado.

E, partindo daí, a série passa a nos mostrar suas variantes dos filmes da Primeira Fase do Universo Cinematográfico Marvel.

Eu pretendo falar da série inteira, porém vou atualizando este artigo a cada novo episódio que sair. Minha ideia é justamente assistir e no hype comentar.

E, bem, daqui em diante só tem spoiler. Caso não queira ver, só saiba que compensa assistir e acompanhar. Não vejo uma forma de "estragarem" a ideia pois, são como antologias dispersas baseadas no universo cinematográfico Marvel. Você nem precisa conhecer os filmes por assim dizer, pra curtir e se interessar. 

E, não espere histórias bobinhas com desfechos alegres. Apesar de evitarem escancarar sangue e afins (afinal, Disney). A violência tá bastante presente, e logo no primeiro episódio rolam mortes pra caramba (amenizadas porém não censuradas).

Aliás, eu estranhei a versão dublada por chamar a série de "O que aconteceria se...?", onde na tradução correta seria só "E se...?". Daí, fui perguntar pra um cara que manja muito de quadrinhos e trabalha vendendo (Sérgio, ele trabalha perto de onde eu trabalho e as vezes vem conversar com a gente) e ele me deu uma explicação pra lá de clara:

No Brasil, as duas traduções chegaram a ser usadas.

A Editora Abril publicou como "O que aconteceria se...?",e a Panini também, enquanto a RGE trouxe apenas "E se...?".

O motivo? Marketing. Era mais chamativo um nome longo, do que um nome curto.

Ele também me explicou um monte de coisas curiosas, como o fato de alguns "What if...?" terem feito tanto sucesso que geraram suas próprias séries, citando como exemplo o 105 (Do Homem Aranha sendo uma mulher), que gerou o MC2 (Marvel Comics 2, com histórias dela própria, dos Revengers, do filho do Fanático, etc).

Confesso que ele me falou tanto que, caramba...valeu Sérgio.

Bem, vamos falar do primeiro episódio de "What if...?" agora:

Capitã Carter

O episódio começa com o Vigia, um personagem cósmico que ainda não aparece fisicamente (só a silhueta) falando do Multiverso e como ele é composto por histórias iguais, porém com pequenas diferenças que geram desfechos diferentes. Essas diferenças surgem por causa de escolhas, que alguns personagens tomaram e repercutiram de forma genuinamente variável.

A Carter, par romântico insinuado no primeiro filme do Capitão América, teve uma decisão, que poderia ter mudado os eventos tudo. A história do filme em si é a mesma até o momento em que o Steve Rogers vai entrar na cápsula de transformação...

Nessa hora, ao invés de decidir sair da sala, ela permanece, e isso causa a divergência, que cria um novo universo. Ela fica, por gostar dele, mas por ser uma agente habilidosa, ela nota a Hydra infiltrada e contra-ataca, impedindo que eles roubassem o soro de super soldado, mas causando um ferimento à bala em Steve sem querer (ele é pego no tiroteio).

Daí, apesar de protestos do general, ela opta por entrar na máquina e dar andamento às pesquisas de Super Soldado, pra não desperdiçar a chance do governo naquele momento (os equipamentos iriam quebrar e o projeto se perder ou no mínimo se atrasar). Então, ela vira um Super Soldado.

Só que, o governo a rejeita, por ser uma mulher, até mesmo caçoando dela por isso. É ainda pior do que o que houve com Steve quando virou o Capitão América, pois o governo nem mesmo a usa pra propaganda (uma vez que naquele tempo, usar uma mulher pra promover o exército era "sinal de fraqueza").

Daí, quem a apoia e estimula é o Howard Stark, envolvido nas pesquisas, e um cara gente boa. Ele acaba dando um uniforme pra ela (criado com a bandeira da Inglaterra, afinal ela era britânica) e o famigerado Escudo de Vibranium, também carimbado com as cores britânicas.

Assim, ela se prova uma agente perfeita, enfrentando o exército nazista e resgatando o amigo do Steve (à pedidos dele), além de pegar o Tesseract antes mesmo do Caveira Vermelha utiliza-lo.

Com o Tesseract em mãos, o Stark cria uma armadura energizada por ele, e a entrega pra ninguém menos que Steve Rogers (nesse universo se tornando o primeiro Homem de Ferro, magrinho por dentro, robusto por fora), e ambos, Steve e Carter, lutam contra o exército nazista.

Porém, naquela mesma missão do Trem do filme original, ao invés do Bucky Barners ser capturado pela Hydra (virando o Soldado Invernal) quem é capturado é o Steve Rogers, junto com a Armadura e o Tesseract, numa emboscada explosiva.

Daí, indo ao seu resgate (inclusive o pai do Tony Stark vai), a Capitã Carter (implacável pra caramba) confronta os nazistas e a Hydra, até que pega o Caveira Vermelha no flagra, usando o Tesseract para invocar uma criatura tentacular (provavelmente o Shuma Gorath!).

Apenas os tentáculos e o que parece a boca da criatura conseguem passar pelo portal, matando geral (incluindo o Caveira Vermelha), mas Carter e Steve (resgatado e com a armadura energizada por eletricidade, que não dura muito), conseguem detê-la... com um grande sacrifício: A Capitã Carter.

Ela empurra a criatura pro portal ser fechado, e vai junto com ela sabe-se la pra onde.

Então, quando o portal é reaberto, com o Tesseract, a Capitã Carter sai, vitoriosa de um combate com os tentáculos. E eis que ela descobre que está no futuro, com o Nick Fury e o Gavião Arqueiro, ambos notificando que, a Guerra acabou.

Mas, pra Carter, sua preocupação era onde Steve estava. E apesar de feliz por saber do fim da guerra, a história se encerra com ela sem ter podido dançar com ele.

Fim.

Pois é, a ideia de que ela substitui o Capitão América é bem trabalhada e bastante crível, com inclusive a justificativa de como ela foi para o futuro (e se tornou a primeira Vingadora por assim dizer) sendo bastante válida, e diferente (ao invés de congelada, ela ficou presa em um tipo de outra dimensão, enfrentando a criatura de tentáculos no que pode ter sido alguns minutos pra ela, mas foram décadas pra Terra).

A criatura de tentáculos pode ser um vilão bastante famoso dos quadrinhos Marvel, Shuma-Gorath (conheço ele pois é um dos personagens jogáveis em Marvel vs Capcom, mas nem sabia que era um vilão Marvel, pra ver o tanto que eu manjo hein) e é bem possível que esta seja sua primeira aparição no UCM, mesmo que parcial (só tentáculos, e de uma dimensão alternativa).

Mesmo que seja somente uma animação, os detalhes visuais e de movimentos estão impecáveis e a nível cinematográfico mesmo, então pra transformar isso em algo mais realista não será difícil. Eu gostaria de ver a versão musculosa da Agente Carter vestida de Capitã Carter no UCM  em live action.

Mas independente disso, pra mim, valeu a pena assistir e, gostei das respostas dadas aos eventos alternativos. Só, achei que, não fez sentido nenhum o Caveira Vermelha invocar seu "Campeão Hydra" usando o Tesseract pois, no filme original, pelo que me lembro, ele não sabia da capacidade de abrir portais dessa Joia do Infinito. Ele sabia só da capacidade enérgica ilimitada dela, por isso lá ele tinha criado uma Arma de Energia que desintegrava pessoas...

Daí, acho improvável que as decisões de Carter tenham mudado sua forma de ver o artefato, ou ainda tiveram influenciado a quantidade de conhecimento que ele tinha sobre o item. É ilógico. No entanto, desconsiderando isso, é um bom episódio.

E bem, é isso... por enquanto.

Nos vemos no futuro!




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