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AnáliseMorte: Shadow of the Tomb Raider

Tags: lara isso tudo
Depois de Tomb Raider (2013) e Rise of Tomb Raider, chegou mais um jogo desenvolvido pela Crystal Dynamics e a Square Enix: Shadow of the Tomb Raider.



Enquanto no primeiro acompanhamos a jornada de uma sobrevivente, e no segundo a de uma verdadeira assassina disfarçada de exploradora que destrói cidades, agora conhecemos a nova fase dela, como grande aniquiladora do mundo inteiro.

Dessa vez, sem fazer qualquer cerimônia, Lara decide abraçar seu lado sombrio e destruir o mundo de uma vez por todas... pelo menos é isso que parece. Mas é claro, ela ainda é uma inocente exploradora que só quer trazer a verdade a tona, ao custo de milhares de vidas.



Enfim, o jogo foi feito por uma equipe de pesquisadores empenhados e afins, e este artigo foi igualmente projetado, com muito empenho e dedicação, além de spoilers e opinião. Esteja avisado.

Boa leitura.

Então, enquanto eu amei o que fizeram no primeiro jogo, e me desapontei legal com o segundo, nesse fiquei em cima do muro.



Acontece que é um jogo incrível, bem mais bonito que o anterior, e com uma história melhor que a reciclagem marota que fizeram no segundo, porém... ele ainda é apenas uma DLC com gráficos melhorados.

Vivendo à sombra do que o primeiro foi, esse tenta inovar mas, não consegue. Aquela ideia de "O maior inimigo são zumbis e imortais" virou marca registrada de TB, tanto que o nome da série deveria ser "Lutando contra os Imortais"... alias até combinaria mais.



Raramente há exploração de tumbas, e as poucas que aparecem, ou são totalmente destruídas, ou são desnecessárias pra história. Só que, isso é figurinha repetida, eu já reclamei bastante sobre isso no segundo jogo.



O que esse traz realmente de novo, que vale ser mencionado e destacado, é a inspiração histórica da ambientação. Isso foi o que me fez amar o jogo em seu inicio.



Tudo se passa na América Central, e há uma riqueza cultural inegável. Os detalhes são maravilhosos, não apenas nos gráficos, mas na fidelidade com a realidade. Por exemplo, chegamos no "Dia dos Mortos", feriado característico do México, e podemos vislumbrar como Tudo realmente é, pelos personagens andando e conversando, pela música tocando, pelos detalhes visuais, tudo é simplesmente incrível de se vivenciar.



Alias, o jogo é dublado, mas ele conta com um recurso de "Dublagem Natural", onde da pra escutar o áudio real de cada região, com os nativos falando seus idiomas, com apenas legendas para nos auxiliar. 



Isso é muito bem feito, inclusive os personagens movimentam suas bocas com base no idioma real, e mesmo com a dublagem, em qualquer que seja a escolhida, fica bem encaixada. Porém, nem tudo são flores nesse sentido...



Lara fala apenas o idioma principal, ou seja, se tiver em inglês, ela falará inglês, e os outros falarão seus próprios idiomas, ou inglês (se o jogador quiser). Não chegamos a vê-la conversar no idioma dos nativos, e isso é contraditório a própria comunicação.



Dentro da história do jogo, há até tentativas de explicar porque Lara consegue entender o que todos falam e vice-versa, mas, num convence nenhum pouco. Por exemplo, é dito que os caras de uma tribo aprenderam a entender inglês (ou o idioma que o jogador escolheu) pois os líderes religiosos estudaram com os forasteiros, e ensinaram a todos. Isso é bem forçado, principalmente pelo fato dos diálogos com a protagonistas soarem completamente naturais...



Chega a ser cômico ver ela falando frases inteiras e longas, e os nativos entendendo como se fosse a língua deles mesmo, respondendo entretanto no idioma deles, e Lara entendendo perfeitamente e até reagindo, mas sem falar uma palavra sequer de outro idioma.

É triste, mas valeu a tentativa. As coisas ficam sim um pouco mais dinâmicas com esses elementos, apesar de ficarem também meio estranhas. Na dúvida, da pra simplesmente ignorar esse recurso e jogar com geral falando em inglês, espanhol, português e etc. Os NPCs que não sofrem interação sempre vão conversar em seus idiomas nativos mesmo, então a imersão se mantém semelhante.

Referente ao detalhamento das catástrofes naturais, caramba, isso ficou lindo!



Lara agora destrói tudo usando a natureza mesmo, por causa de um tipo de maldição, o que acaba gerando coisas como tsunamis, desmoronamentos, tempestades elétricas e deslizamentos de terra. 



E ai, ela se vê no meio de tudo isso e sempre sai correndo ou nadando, e é bem legal.


Falando em nadar, agora Lara usa esse recurso com muito mais frequência, apesar de não contar com o aparelho de respirar embaixo d'água como no 2. Ela pode explorar a água e isso até lembra um dos TBs antigos, um que o foco eram mergulhos, só que aqui, isso é apenas um adicional.



Mas da uma agonia viu, principalmente na hora de passar por buracos. 




A sensação claustrofóbica desse jogo é iminente, com a protagonista tendo de escalar através de verdadeiras frestas em montanhas, e as vezes até de baixo d'água, com aquele desespero tomando conta do jogador, afinal, além de todo contorcido, ainda há falta de oxigênio, e é preciso passar pelos locais o quanto antes... é apavorante.



A movimentação ta bem mais realista, e dessa vez, há uma justificativa plausível para as mudanças de roupa. Parece um detalhe bobo mas, isso faz uma diferença lascada.



Lara troca de roupa pra se misturar, e ganha-se bônus e acesso a locais dependendo do que ela veste, como parte do enredo mesmo. Ainda da pra vestir coisas produzidas por peles que ela encontra de animais raros, ou rouba do varal da galera, e da pra colocar umas peças de DLC só por zoeira, como o visual clássico de Lara... clássico mesmo, dos peitos triangulares...



Mas, no geral, faz sentido ela mudar de roupas, tanto que a história da espaço pra isso várias vezes, então é um ponto positivo.

Agora na questão de armamentos... sem novidades. 



É pistola, metranca, espingarda e Arco e Flecha, além da famigerada faquinha, tudo pra esquartejar os inocentes.



Os dois machados de escala também tão de volta, e temos cordas pra nos pendurar, balançar, sendo uma novidade o esquema de fazer rapel e bancar a mulher aranha.



Em uma parte do jogo é até obtido uma botinha pra escaladas que permite subir montanhas na extrema diagonal e até na horizontal. 




É legal, mas nem faz sentido. Lara equipa isso como se tivesse num jogo de Zelda, tirando as botas sabe-se la de onde, e instalando elas automaticamente na hora de passar de uma escalada simples pra uma escalada íngreme. Seria bem mais realista se as botas ficassem nela o tempo todo, ou tivesse a animação dela as vestindo, mas da pra ignorar vai.




Existe também a opção de camuflagem, que mesclada com a capacidade de enxergar a alma das pessoas e coisas importantes que a srta Lara possuí, faz dela uma perfeita assassina.




Também tem uma árvore de habilidades um pouco mais complexa que a vista nos outros jogos, mas sinceramente, é a mesma coisa. Você pega pontos, escolhe o upgrade nas habilidades da própria Lara e é feliz com o resultado, ou fica frustrado pelo efeito não ser la grande coisa.




E também, vale mencionar que os Saves Upgrades são feitos tanto em Fogueiras (como sempre) quanto automaticamente, conforme se progrede, onde Lara reflete um pouco sobre a vida.



Alias preciso falar da lojinha. Algumas armas e munições podem ser compradas em lojas comuns, onde Lara usa dinheiro obtido por ouro e pedras preciosas vendidas, ou qualquer coisa que ela queira se livrar, e pode comprar armamento pesado.



O legal disso, é ver por exemplo uma mercadora de frutas, numa vila no meio do nada, vendendo penas de pássaros, bolsas pra suprimentos, e uma AK-47, assim, de boa.



Bem, tirando isso, o jogo até que é bem realista, principalmente nas paisagens. Agora, como tudo se passa numa região tropical, tem muito mais vegetação e fauna que no primeiro jogo.

Me senti em casa, vendo os macacos pulando nas árvores, os pássaros voando de um lado pro outro, os sons da natureza, era a verdadeira Amazônia, só que no Peru.

Brasil quase fez parte do game, se Lara não fosse tão espertalhona e decifrasse a verdadeira localização da Faca que a Trindade buscava... eles iriam pro Brasil, e eu não duvido que a ambientação seria muito mais fidedigna que a de muitos jogos por ai...



Bem, o mais triste entretanto é a história. Apesar de sim, fazer mais sentido agora, ter um trabalho mais profundo, no geral a história desse jogo é a pior da atual trilogia.

O pior de tudo não é a falta de profundidade narrativa, na real até que tem muita coisa interessante e nova, mas... o pior é o fato de terem transformado o clifhange do segundo jogo, em algo completamente minúsculo.

A temida Trindade, misteriosa e poderosa, agora se resume a um grupo liderado por um cara que vive numa tribo.

Lembra de quem matou a Ana? Ele nem aparece, na verdade é apenas citado depois de morrer junto com todo o resto da Trindade, por puro acaso mesmo. A descoberta de quem ele era, e o que ele fez, e a razão por ter feito, é sem a menor importância.

E isso é lamentável. 

Mas nem tudo é de todo ruim... Esse TB conseguiu ao menos ter um belo momento de Terror.




Na hora que os "zumbis" passam a aparecer, é apavorante, pois eles correm muito, e são ameaçadores de mais. Os animais, os atiradores, os gigantes de pedra ou os samurais vistos no passado não são nada, perto de criaturas esguias com presas, humanoides e assassinas, obcecadas por sangue e violentas, além de extremamente rápidas e claro, imortais.



São tantas, e mesmo podendo enfrenta-las, é algo medonho.




Eu até iria mencionar elas melhor num trecho sobre inimigos mas, não tem nada de mais. Temos apenas soldados, bandidos (que são soldados disfarçados), nativos (que também são soldados disfarçados, mas sem armas de fogo, pra se infiltrarem), alguns poucos animais (Onças Pintadas, mas só no começo, e alguns peixes, que nem da pra lutar pois são mais como armadilhas aquáticas, e umas raposas, só em uma parte), e esses "zumbis", que na real são apenas um povo, imortal, medonho, que vive isolado, e é violento, mas, curiosamente, se torna aliado no fim.




Também não vejo necessidade de re-apresentar as armas e o gameplay em si, afinal, é a mesma coisa (atirar no que se move, coletar itens do que morre, fingir que ta sobrevivendo mas na verdade ta exterminando, e as vezes resolver puzzles no cenário) então...



Eu vou falar dos personagens e já contar a história, tudo junto, mas confesso que não tem muito o que falar não. Em Shadow temos apenas Lara, Jonah, um vilão genérico, e um monte de personagens secundários.

No máximo, da pra dizer que o jogo insinua um romance entre Lara e o gordinho, mas Jonah acaba se dando bem com outra garota no final e, o que poderia ser o relacionamento perfeito se torna apenas uma doce ilusão e desejo por parte do jogador.

Lara

Certo certo, Lara retoma sua jornada já em um verdadeiro perrengue, caindo de avião, ao lado de Jonah, numa tempestade sem qualquer explicação. Dai o gordinho sai voando pelos ares e pronto, nossa heroína cai no meio de uma floresta, desacordada.



Após isso, os eventos anteriores são mostrados, com ela novamente num verdadeiro perrengue, presa numa montanha, escalando por sua vida. Resumindo, não importasse o momento, Lara tava lascada.



Ela e Jonah estavam investigando a Trindade depois da morte de Ana e, chegaram ali, naquele lugar, seguindo inúmeras pistas que não nos são mostradas. Lara pegou um atalho e quase morreu, mas chegou primeiro, enquanto Jonah chegou em segurança e, não fez a menor diferença.



O que eles buscavam? Era um artefato escondido dentro de uma montanha, e eles encontraram! Só pra destruir tudo mesmo pois a Trindade tinha deixado uma mina terrestre ou algo assim pra quando Lara chegasse. Aparentemente eles já tinham descoberto o local, mas evitaram mexer pra que Lara investigasse e encontrasse as pistas para um item que eles queriam, mas não conseguiam decifrar. Ai eles deixaram umas câmeras, gravadores e minas, e de fato funcionou.



Lara é pega pela adrenalina, decifra tudo, escapa da explosão e no fim, acaba descobrindo uma Adaga escondida num local que a Trindade nem imaginava, mas tava chegando bem perto. Só que ao pegar a tal Adaga, o mundo começa a acabar.



O apocalipse toma conta, muita gente morre, e Lara passa a se sentir responsável por isso. Visto que ela a essa altura do campeonato já manja que o paranormal existe pra valer, e certas maldições é melhor deixar quietas... ela percebe que ignorar a frase "Aquele que encostar na adaga iniciará o fim do tempo" não foi uma ação muito esperta.



Sendo assim, ela corre contra o tempo, desejando acima de tudo consertar a burrada que fez. Mas pra variar, não apenas as maldições, mas a própria Trindade, ficam na cola dela e ela se vê forçada a se converter em uma "Assassin's Creed" da vida, enquanto foge de um tsunami que arruiná uma cidade mexicana em pleno Dia de los Muertos...



Sobrevive a uma Tempestade Elétrica que derruba seu avião, e a desequipa completamente, jogando-a no meio de uma floresta no Peru, onde inclusive ela passa por uma vila recentemente devastada pelas fortes chuvas, e ainda enfrenta onças!



Depois ela encontra Jonah, vivo, e da a sorte de encontrar o povo perdido de Paititi, mais uma cidade lendária escondida. E é la que tudo se conclui.



Cara, tecnicamente a história é bem parecida, ela enfrenta soldados da Trindade, animais, encontra e desvenda mistérios bobos da própria cidade perdida, que na verdade é apenas uma cidade escondida mesmo, mas com entrada e saída até que nada difíceis, pra uma cidade milenar...



O fato de Lara falar o idioma da galera perfeitamente então, é de matar. Fica claro que a lendária cidade perdida, que inclusive é tratada assim pela trama, é apenas uma cidade isolada mesmo, que evita contato com a civilização externa.



Bem, no fim, ela acha um povo zumbi e participa de uma guerra entre todo mundo, enquanto as ruínas finais desmoronam... como visto nas outras duas grandes aventuras. Tem umas novidades mas no geral, é algo bem brochante.

O que importa é que, no final mesmo, ela meio que viaja no tempo, numa conferência espaço-temporal entre ela, ela mesma, sua mãe e seu pai. Pena que o Winstom não aparece pois, é mó mistério como ele é nessa versão.



Nem faz muito sentido também a tal viagem no tempo, pois isso ocorre quando Lara consegue colocar a Adaga na Caixa respectiva, e vence o maluco que queria rebornar o mundo.



Basicamente, o vilão do jogo queria usar o apocalipse gerado por Lara, para reescrever a história do mundo à sua vontade. Mas o poder em si não era "viajar no tempo", e sim, apagar tudo mesmo.



A Adaga dava ao portador o dom de destruir o mundo, e também o resplandor de um deus para assim, permitir que que este se convertesse num inegável líder.

Ou seja, na lógica, e prática também pois era o que o vilão conseguiu fazer, ou quase até Lara vencê-lo, o cara iria destruir o mundo, pra reergue-lo sob sua liderança como um deus, só isso. Esse era o poder que a Adaga dava, através do Ciclo dos Sois e Renascimento das Eras (conversões deturbadas e mistificadas dos calendários Maias).



E ai, Lara pega esse poder, e em cima da hora, visualiza seus pais, a si mesma, e diz que não poderá trazê-los de volta pois seria errado, e ai, decide parar o processo de devastação mundial. Só que a Adaga não permitia mexer no tempo...



Eu sinceramente fiquei bem perdido nessa parte da história, pois mais me pareceu uma adaptação forçada do Filme de Tomb Raider, e o icônico momento em que Lara conversa com seu pai, entre os tempos, e decide destruir o Triangulo do Tempo ao invés de usa-lo para distorcer o curso do tempo e trazê-lo de volta.



Se parar pra pensar, é basicamente isso que acontece... e no jogo, que é uma releitura do universo dos jogos, algum gênio decidiu inserir essa ideia de distorção temporal bem em cima da hora, numa história em que esse tema nem é abordado.

Alias, atiraram pra tudo quanto é lado nesse jogo viu, e nem to falando dos vilões e suas metralhadoras... Tem coisas como analogias ao cristianismo, referências à cultura inca, maia, azteca, chinesa, indígena, e putz, tem de tudo.




Por exemplo, a Caixa, onde a Adaga deveria ser posta pra ter seu poder liberado, ou contido (o portador escolhia) estava nas mãos de um pastor, que de alguma forma a conseguiu e fugiu com ela a centenas de anos. Ai Lara precisa procurar pelo local onde ele foi sepultado, fora de Paititi é claro, e encontra (facilmente), uma tumba cheia de puzzles cristãos, pra recuperar um artefato maia... é uma doidera.



No fim, o que importa, é que acabou... mas tenho mais a falar sobre os outros personagens.

Jonah

O gordinho, mano, eu nunca imaginaria que ele sobreviveria tanto depois do massacre na ilha la no primeiro jogo. O cara saiu de la junto com Lara e mais uma, e ganhou espaço garantido na trama como "coadjuvante gente boa". Ele cresceu tanto na história que rolou até um suposto relacionamento entre ele e Lara (deveria!), e ele ainda ganhou, quase, um momento jogável.



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