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CríticaMorte: Mara

Tags: isso tinha medo
Ta com Medo de dormir? Deveria... 


Farei o possível pra não dar muitos spoilers.

Boa leitura!



Um amigo me recomendou e insistiu para que eu assistisse "Mara". Eu ache o nome meio esquisito, pensei logo naquela apresentadora infantil brasileira dos anos 90, mas ai fui pesquisar e vi que era um filme de terror.



Resumidamente, é um filme que fala da Paralisia do Sono, provocada por um demônio chamado Mara.


Sinceramente, eu não me espantei, muito menos surpreendi com nada mostrado no filme. Mesmo a aterrorizante figura diabólica de Mara não foi o suficiente, pra mim, pra gerar medo.

O enredo, é bem bobinho, e um tanto quanto forçado, onde a protagonista se envolve na treta por acaso, e acaba virando a grande heroína, e vítima, sem nem ter uma motivação real.


Ela é uma psicóloga, levada para ajudar numa investigação de assassinato, que acaba pegando as dores do caso pra si, e é atormentada pela praga que instigou o evento.

O grande mal, é uma versão afeminada do Freddy Krueger, mas com menos alegorias, inclusive ele é citado na obra em uma pseudo comparação.


O que tenho pra falar de bom nesse filme é algo de fora dele, algo sobre mim. Ele me fez lembrar de momentos bem assustadores da minha infância e confesso que eu dormi mal, e olha que nem assisti de madrugada.

A ideia de Mara é atribuir o fenômeno "Paralisia do Sono" à um demônio, mesmo no próprio filme os personagens citando e explicando as teorias reais por trás dessa anomalia, algo que inclusive, muitas obras que usam o tema fazem, por exemplo, na série "A Maldição da Residência Hill" uma das personagens sofre com paralisia do sono e a própria série também explica Isso, com as mesmas palavras inclusive:


Durante o sono, há um período de sono profundo em que nosso cérebro libera um hormônio que nos paralisa, para que não façamos o que nossa mente reproduz nos sonhos, no mundo real, como falar ou andar. As vezes, o cérebro nos desperta do sono profundo antes do hormônio perder o efeito, e com isso, ficamos num estado acordado, consciente, porém paralisado, por um tempo.


Isso causa muito medo a muitos, e inclusive gera alucinações, onde pessoas dizem ver fantasmas, demônios, ovnis, e por ai vai. Tudo durante a paralisia.

Em Mara, junto com a paralisia, todos enxergam a mesma criatura, uma mulher assombrosa e toda torta, que sobe sobre seus corpos e tenta enforca-los. Aqueles que vem ela, podem ser amaldiçoados com uma mancha vermelha nos olhos, a qual os condena à morte depois de 4 etapas, descobertas por uma das vítimas.

Na primeira etapa, as pessoas apenas sentem ela se aproximando, empurrando seus corpos contra a cama quando acordam, permanecendo imóveis. Também há relances da entidade ao longe, pra dar sustinho.


Na segunda etapa, a criatura pode ser vista com mais nitidez, e se aproxima da vítima, além da mancha nos olhos surgir.


Na terceira etapa, a criatura pode tocar na vítima, tentando enforca-la já, porém a pessoa acorda. Partindo daí, ela pode ver a personificação demoníaca mesmo enquanto estiver acordada, como uma assombração.


Na última etapa, a criatura mata a vítima, sem chance de escapar. Ou seja, depois da primeira tentativa de enforcamento, o próximo sono é o último.


E é em torno disso que o filme gira, pessoas em etapas diferentes da maldição, sendo condenadas por algo que tem em comum.

Bem, tudo isso é bobagem, porém, o esquema da paralisia seguida de alucinação, isso é real, foi real comigo, e eu decidi escrever isso para registrar e compartilhar o ocorrido.


Minha História:

Quando eu era mais jovem, eu Tinha muita paralisia do sono, isso era bem comum, e eu sempre tive muito medo. Porém, tiveram 4 situações que marcaram minha vida e até hoje, tenho as cicatrizes.

Primeiro, sempre que eu tinha paralisia eu acordava com medo por causa do barulho que vinha junto. Acontece que, eu sentia uma pressão dentro da cabeça, como se meus ouvidos estivessem sendo forçados, e isso gerava um barulho irritante e junto com o fato de ficar parado, eu morria de medo.

O grande problema é que eu sentia, junto ao som, que algo se aproximava, algo ruim. Como ele ia e vinha, com intensidades variadas, era como se algo chegasse perto de mim, e eu sentia isso, meu corpo temia isso, e era algo bem tenso, ao ponto de fazer os barulhos estranhos dentro da minha cabeça. É bem difícil explicar mas, era isso que eu sentia.

Uma noite, eu acordei e, eu estava virado pra parede, foi quando senti a presença incômoda e, travado, encarando a parede, vi uma esfera laranja flutuando. Era o reflexo de luz dela, na parede, e ela foi se movendo acima de mim em direção a cabeça. Eu temi tanto isso, que consegui fechar meus olhos com força e aguardar, até a sensação acabar, e eu voltar a dormir.

Foi a primeira vez que eu vi algo, além de apenas sentir... mas dai pra frente as coisas só pioraram. Alias, depois desse dia, eu nunca mais consegui dormir sem cobrir meus olhos com o cobertor. Inclusive, até hoje eu ainda faço isso. Envolvo minha cabeça com o cobertor deixando espaço pra respirar, apenas.


A Segunda situação foi em uma noite que eu estava dormindo junto com minha avó. Quando ela vinha na minha casa, eu gostava que ela dormia na mesma cama que eu, pois me sentia bem mais seguro.

Durante a noite, senti a presença, ouvi o barulho chato e, temi. Minha vó tava do meu lado e mesmo assim, nada mudou, a coisa ainda me alcançava. Mas, eu tinha uma proteção extra, o cobertor nos meus olhos, impedindo que, mesmo que eu quisesse, visse qualquer coisa.

Mas, pra variar, eu ouvi algo além do som na minha cabeça. Ouvi batidas de asas. Era como se algo estivesse sobrevoando eu e minha avó, algo que me causava tanto medo que me travava. Era assim que eu pensava. Quando as batidas de asas ficaram mais fracas, e sumiram, eu conseguia me mover novamente, mas, eu não queria. Então, dormi.


Na Terceira sessão de terror, eu tinha contado pra minha avó sobre as paralisias. Na época eu era muito pequeno, nem computador tinha, alias nem internet tinha, então eu tinha certo medo de comentar e ser julgado. Mas, me abri e contei que eu tinha esses episódios, alguns com sons estranhos, inclusive usava o cobertor pra me proteger. Foi quando minha avó disse "Se alguma coisa assim acontecer de novo, chame por Deus, que ele te salvará".

Ela sempre foi bem religiosa e eu seguia seus conselhos a risca, então, acabei por incorporar essa tática aos meus métodos defensivos. Logo, passou um tempo e eu tive a paralisia. Dessa vez eu estava virado pro lado aberto da cama, de costas pra parede, com o cobertor acima da cabeça e paralisado.

Senti a presença, ouvi os sons na cabeça, e ai quando eles estavam mais fortes, quase como se a coisa estivesse do meu lado, fazendo pressão, eu fiz muita força pra falar. Eu disse, bem baixinho "Deus me protege". Eu sussurrei, com todas minhas forças, e logo em seguida eu ouvi...

Uma risada, do outro lado da coberta, bem na minha frente. A risada era nefasta, eu não consigo descrever ela de outro jeito. Nem era como uma risada comum, não era um "haha" ou "hehe", "jejeje", "kkkk", "rsrs" nada disso... era um... rabisco. Como se vários sons se misturassem ao mesmo tempo, e debochassem de mim. Eu sabia apenas que era uma risada, e nunca tive tanto medo na vida.

Eu mantive meus olhos fechados com todas as forças, e esperei o som, a presença partir... e dormi.


A última ocorrência foi pouco tempo depois, se não me engano na noite seguinte, tanto que quando eu lembro da risada, lembro do que aconteceu nessa outra noite como se fossem em sequência no mesmo dia, mas sei que não eram.

Eu estava paralisado, coberto, novamente virado pra parte aberta da cama, e então, senti a presença. Eu sabia que se me esforçasse muito, eu conseguiria me mover, e estava com muito medo mas, a coisa tinha rido de mim. Então, eu queria ver.

Eu estava curioso pra saber o que tinha do outro lado, e tomei uma coragem que eu nem sabia que tinha. Me esforcei ao máximo pra mexer minha mão. Ela tava perto da minha boca (eu não chupava o dedo!) então, com meus olhos fechados, eu puxei bem devagar a coberta. Eu realmente consegui mexer minha mão, mesmo meu corpo todo parado...

E ai, sem a coberta, a pressão se manteve, o barulho se manteve, o medo também... mas eu tinha que abrir os olhos. Eu tava fazendo mais força pra mantê-los fechados do que pra abrir, porém, já tava lascado mesmo então acabei me entregando. Abri os olhos, e na minha frente, de é do lado da cama, olhando diretamente pros meus olhos, tinha uma entidade sombria.

Eu percebia a silhueta humana, baixa, como se fosse uma criança menor que eu, não me lembro de olhos, não me lembro de detalhes físicos... apenas do sorriso. Me sinto bem desconfortável só em lembrar.

Por incrível que pareça, eu não me lembro de nada que aconteceu em seguida naquela noite. Eu vi a coisa, e é isso. Minha mente da um branco mas me lembro do que houve depois que acordei.



O dia inteiro foi tranquilo, eu não tinha escola por isso acho que era fim de semana. Eu não conversei com ninguém, fiquei de boa... e ai uma moça, amiga da minha mãe, antiga baba minha, trouxe um presente pra ela, durante o início da tarde.

Era uma boneca, muito grande, que podia ficar de pé sozinha e me deu muito medo. Eu lembro que implorei pra minha mãe descarta-la, cortar a cabeça, jogar fora, queimar, enterrar, sei la. Eu pedi pra se livrar dela. Minha mãe fez isso, eu não sei o que, mas nunca mais vi a boneca.




E também, nunca mais tive paralisia do sono.

Pelo contrário, eu comecei a ter crises de sonambulismo, que seria o oposto.

Alias, eu, hoje, tenho uma teoria do que poderia ter sido tudo o que passei...


Meu irmão diz que já teve paralisia do sono, várias vezes na mesma noite inclusive, porém ele nunca teve medo, sentiu pressão ou ouviu coisas, muito menos viu coisas. Alias, ele não consegue entender o que eu chamo de barulho de pressão na cabeça, me olhando até como louco... porém...


Creio que isso possa ser explicado cientificamente de boa.


Hoje, acredito que quando eu dormia, as vezes tinha pesadelos tão intensos que meu cérebro me despertava, por segurança, antes do efeito do hormônio da paralisia encerrar.

Como eu estava sob muito medo, por causa dos pesadelos, acabava alucinando, e misturando as bolas.


No caso do meu irmão, ele teria algum problema com o hormônio mesmo, e acordava pois o cérebro dele bugava, então ele não tinha do que ter medo, apenas desconforto pela paralisia mesmo.

Eu parei de ter a paralisia pois, de alguma forma, meu cérebro desregulou a produção do hormônio e hoje, eu não fico totalmente paralisado em sono, razão pela qual eu falo enquanto durmo, me movo e as vezes até saio andando, conversando e interagindo sem estar de fato acordado.

Digo isso pois meus irmãos falam que eu fico recitando frases em outros idiomas enquanto eles jogam no meu PC de noite, e ainda, dizem que já me viram andar e fazer coisas, das quais eu não me recordo.

Teve uma vez que meus pais pediram pizza pro jantar e eu cai no sono antes dela chegar. No dia seguinte briguei com meus irmãos por eles não terem guardado pizza pra mim, e eles juraram que eu peguei várias fatias e comi antes de dormir, sendo que eu tenho certeza que não comi, inclusive eu tava com fome. Até achei que eles estavam me zoando, mas depois minha mãe confirmou que ela me viu comendo.


No fim, tudo pode ser explicado...


Ou, eu to viajando legal e na real quase fui abduzido por uma luz laranja, raptado por um pássaro diabólico gigante, debochado pelo tinhoso e abusado por uma boneca demoníaca, e cheguei ao ponto de ser possuído por uma entidade do sono que toma o controle do meu corpo sempre que eu durmo... 

Pois é...

Acho que é isso.

Eu falei de mais, e alias, eu até fugi do tema... no final queria apenas compartilhar algo bizarro em pleno halloween.


Pena que aqui no Brasil num comemoramos esse feriado, porque cara, eu ia adorar sair por ai pedindo doces... mesmo hoje em dia, apesar deu ser adulto... eu ia me fantasiar de criança fantasiada de adulto! Ia ser bizarro... 

Bem, falou!


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