Uma das melhores e mais importantes bandas da história do rock, o The Who foi fundado em 1964, em Londres, e continua na ativa, apresentando um dos melhores shows até hoje, como ficou comprovado no Rock in Rio de 2017. O grupo foi fundado pelo guitarrista Pete Townshend, o vocalista Roger Daltrey, ambos ainda ativos, o baixista John Entwistle, para muitos o maior baixista de todos os tempos, o primeiro a rivalizar com as guitarras, morto em 2002, e o insano baterista Keith Moon, morto em 1978, por uma overdose “acidental” de remédios e muito álcool, o grupo influenciou o rock pesado e o rock progressivo, e flertou com diversos estilos musicais, do folk ao psicodélico, do blues ao jazz. Suas performances ao vivo tornaram-se históricas e fizeram a fama da banda. Começaram como uma típica banda britânica da década de 1960, seguindo os passos dos Beatles e dos Rolling Stones, depois criaram discos cada vez mais complexos, frutos dos egocentrismos de seus integrantes. Os cinco discos apresentados aqui estão entre os mais representativos da sua extensa discografia.
1 – My Generation (1965)
O disco de estreia do The Who, chegou a ser, posteriormente, rejeitado pelos integrantes da banda, como um trabalho feito às pressas, mas desde o início a crítica especializada o considerou um dos mais importantes da década de 1960. O disco alcançou o quinto lugar nas paradas britânicas. Entre os destaques do disco devem ser citados “La-La-La-Lies”, “My Generation”, um dos grandes clássicos do rock, “The Kids are Alright”, outro grande clássico, “A Legal Matter”, além de duas covers de James Brown, “I Don’t Mind” e “Please, Please, Please”, e uma de Bo Diddley, “I’m a Man”.
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Sem querer, ajudei a inventar e refinar um tipo de música que faz com que seus maiores divulgadores fiquem surdos.
Pete Townshend
2 – The Who Sell Out (1967)
Um álbum conceitual, feito para parecer a transmissão de um programa de rádio, com comerciais falsos intercalando as músicas. Faz parte da fase psicodélica do grupo. O disco não fez o sucesso esperado pela banda (13º lugar na Grã Bretanha, 48º nos Estados Unidos), mas depois tornou-se um dos favoritos dos fãs. Destaques para as músicas “Armenia City in the Sky”, “Mary Anne With the Shaky Hand”, “Odorono”, “Tatoo” e “I Can See For Miles”, outro grande clássico do rock.
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3 – Tommy (1969)
A famosa ópera rock do The Who, quase toda composta por Pete Townshend. É a biografia fictícia de Tommy Walker, que fica cego, surdo e mudo depois de um trauma, e se torna um mestre do pinball e, depois, vira uma espécie de messias. Apesar de ser duplo, o disco fez um grande sucesso, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e o quarto lugar nos Estados Unidos. Em 1975, um filme homônimo foi feito, pelo cineasta Ken Russell, baseado nesse disco. É um disco rico em detalhes musicais, para ser ouvido inteiro, mas algumas canções funcionam isoladamente e tornaram-se clássicos do grupo, como a instrumental “Overture”, que abre o disco, e as clássicas “The Acid Queen”, “Pinball Wizard”, “I’m Free” e “See me, Feel Me”.
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4 – Who’s Next (1971)
Quinto álbum da banda e para muitos o melhor. O disco foi muito elogiado pela qualidade da produção e pela complexidade alcançada pelos músicos. Townshend abusa dos sintetizadores, explorando novos sons. Um grande sucesso comercial, repetiu o sucesso do disco anterior, “Tommy”, novamente alcançando o topo da parada britânica e o quarto lugar nos Estados Unidos. A obra traz algumas das melhores músicas da banda, como “Baba O’Riley”, “My Wife”, “The Song is Over”, “Behind Blue Eyes”, uma das mais belas composições do grupo, e “Won’t Get Fooled Again”.
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5 – Quadrophenia (1973)
Sexto álbum do The Who e a segunda ópera rock do grupo. Conta a estória de Jimmy e suas quatro personalidades, cada uma associada a um integrante do The Who, apresentadas nos quatro lados do disco duplo. Foi outro grande sucesso do grupo, alcançando o segundo lugar na Grã Bretanha e nos Estados Unidos. Um filme homônimo baseado no disco foi feito, em 1979, por Franc Roddan. Todas as músicas foram compostas por Pete Townshend e foram feitas para serem ouvidas na sequência apresentada no disco. Entre os destaques podem ser citados: “The Real Me”, “The Punk and the Godfather”, “I’m One”, “5:15”, “Sea and Sand”, “Bell Boy” e “Love, Reign o’er Me”.
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Eu não acho que o Who poderia ter deixado de fazer sucesso. Nós não conhecemos fracasso nesta banda. Nós não conhecemos fracasso.
Roger Daltrey