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ALDOUS HUXLEY: AS PORTAS DA PERCEPÇÃO (1954) E CÉU E INFERNO (1956)

Aldous Huxley nasceu em Godalming, na Inglaterra, no dia 26 de julho de 1894, era neto do famoso biólogo Thomas Henry Huxley, grande defensor da “Teoria da Evolução” de Darwin, e sobrinho do romancista Humphrey Huxley. Graduou-se em literatura inglesa em Oxford e tornou-se um escritor de fama mundial após a publicação “Admirável Mundo Novo” (“Brave New World”) em 1932, onde apresentava uma sociedade distópica. Ele escreveu mais de sessenta obras, entre romances, poesias, contos, ensaios, guias de viagens e livros de não-ficção. O primeiro foi “Limbo”, um livro de contos, lançado em 1920, e o último “The Human Situation: Lectures at Santa Barbara, 1959”, lançado postumamente, em 1978. Huxley é reconhecido como um dos grandes intelectuais do século XX, além de grande humanista e pacifista.


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Huxley tinha grande interesse por assuntos espirituais, praticava meditação desde 1936, além de outras terapias alternativas, como a “Técnica de Alexander”, criada pelo professor australiano Frederick Matthias Alexander (1869-1955), que consistia em uma reeducação nos padrões de movimento e postura corporal. No final da década de 1930, ele se interessou pela Vedanta, uma das seis escolas de filosofia indiana. Todos esses interesses deram origem ao livro “Perennial Philosophy”, lançado em 1945, onde acredita estabelecer uma filosofia comum a todas as religiões.

As duas obras tratadas aqui geralmente são publicadas juntas, pois são, de certa forma, complementares. São frutos do aprofundamento de Huxley nos seus estudos sobre espiritualidade, a partir do suas experiências com a mescalina, substância psicoativa encontrada na flor do cacto peiote, endêmico do México. Ele ouviu falar pela primeira vez sobre o peiote ao chegar nos Estados Unidos, país que passou a habitar em 1936. Primeiro ele conheceu a Igreja Nativa Americana, onde o peiote é um elemento central do culto, depois, em 1952, ele leu o artigo do psiquiatra britânico, residente no Canadá, Humphry Osmond, que testou a mescalina (sintetizada em 1919), com resultados interessantes, no tratamento da esquizofrenia.

O homem que pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma múmia ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um mono maníaco fanático.

Aldous Huxley

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ALDOUS HUXLEY: AS PORTAS DA PERCEPÇÃO (1954) E CÉU E INFERNO (1956)

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CHARLES DARWIN: A ORIGEM DAS ESPÉCIES (1859)

Charles Darwin, com sua Teoria da Seleção Natural, revolucionou o conhecimento humano.

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Logo depois de ler o artigo, Huxley escreveu para Osmond, se oferecendo como cobaia para os seus experimentos e explicando que seu interesse estava no fato dele acreditar que o cérebro restringia a consciência e ele esperava que a mescalina o ajudasse a alcançar um grau de consciência maior, quebrando as barreiras do ego e o aproximando de uma iluminação espiritual. No dia 2 de maio de 1953, Osmond visitou a casa de Huxley, em West Hollywood.

Na ocasião, o psiquiatra administrou a mescalina a Huxley, na presença da esposa do escritor, Maria. A experiência durou oito horas. Com Huxley sobre o efeito da substância, eles andaram pela redondeza, passearam no jardim da casa do autor, ouviram músicas e foram até uma colina de onde se podia ver a cidade do alto. No dia seguinte, Huxley e sua esposa viajaram de carro por três semanas, visitando parques nacionais do noroeste dos Estados Unidos.

Ao retornar a Los Angeles, Aldous Huxley começou a escrever “As Portas da Percepção”, cujo título foi tirado de um poema de William Blake, “The Marriage of Heaven and Hell”:

“Se as portas da percepção fossem purificadas, tudo pareceria ao homem como é: infinito. Pois o homem se fechou até ver todas as coisas através das estreitas fendas de sua caverna”

William Blake

O livro começa apresentando o estudo que Huxley fez sobre a mescalina, citando as pesquisas que leu. Logo depois, começa a descrever a sua experiência com a substância e as horas em que ficou sob o seu efeito. Relata que tomou 4/10 de uma grama às onze horas da manhã e que os primeiros efeitos foram visões de luzes e formas pouco precisas. Na sequência ele fala de como um vaso se tornou uma “visão milagrosa”, que o fez entender diversos conceitos das filosofias orientais, como o Satchitananda indu e o zen budismo, além do conceito do “eu” e do “não-eu”. Ele mostra que a sua habilidade de pensar não foi reduzida sob o efeito da mescalina e que as impressões visuais se intensificaram.

Outra experiência relatada por ele é sobre um livro de arte que folheou e como as obras de pintores como Botticelli, Cézanne e Vermeer lhe pareceram sob o efeito da mescalina. O mesmo relato acontece com as músicas “Concerto de Piano nº 24” de Mozart, os madrigais de Gesualdo e a “Suíte Lírica” de Alban Berg. O momento mais intenso da experiência aconteceu nos jardins de sua casa, onde ele diz ter quase se entregado à loucura e teve medo de não conseguir deixá-la. Ele associou essa experiência assustadora à origem da literatura espiritual, como o “Livro Tibetano dos Mortos”. O livro é concluído com reflexões sobre sua experiência.

Assista a entrevista com Aldous Huxley

Entrevista (1958) com Aldous Huxley sobre riscos à liberdade americana e seu livro: Admirável Mundo Novo.


“Céu e Inferno” é um ensaio filosófico lançado em 1956. O texto de 126 páginas discute a relação entre objetos brilhantes e coloridos, desenhos geométricos, psicoativos, arte e experiência profunda. O título, também foi tirado do poema de William Blake citado acima, refere-se metaforicamente a duas experiências místicas contrárias possíveis, quando se abrem as portas da percepção.

Ele descreve “estados mentais”, que ele chama de “antípodas”, que podem ser alcançados por diversos meios, como meditação, jejum, falta de vitaminas, privação de sono, autoflagelação e, principalmente, com a ingestão de substâncias químicas, como o LSD e a mescalina. Esses antípodas não ficam à disposição por serem biologicamente inúteis, por isso são bloqueados, mas seriam espiritualmente significativos, pois seria dessas “regiões” singulares da mente que teriam surgido todas as religiões.

Por exemplo, os cristãos medievais, com frequência, tinham “visões” do céu e do inferno durante o inverno, quando suas dietas eram severamente prejudicadas pela falta de nutrientes (como a vitamina B), originando alucinações. Os dois livros são, de cerca forma, complementares, aprofundando a questão da relação do misticismo com as diversas formas de acessar estados mentais que geralmente não estão disponíveis.

Aldous Huxley teve diversas experiências com a mescalina até sua morte, mas recusava falar do assunto fora de reuniões científicas. A mais intensa dessas experiências aconteceu em outubro de 1955, que, segundo ele, fez com que as experiências anteriores, incluindo a que originou “As Portas da Percepção”, fossem apenas “tentações de escapar da realidade central para o falso, ou pelo menos nirvanas parciais e imperfeitos de beleza e mero conhecimento”.

Nos seus últimos dias de vida (ele faleceu em 22 de novembro de 1963), sem conseguir mais falar e sentindo o fim próximo, ele escreveu um bilhete para sua esposa, pedindo que ela lhe injetasse 100 microgramas de LSD intramuscular. Ela o fez e repetiu a dose algumas horas depois. Aldous Huxley morreu naquele mesmo dia, por coincidência, no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos John Kennedy foi assassinado e no mesmo dia que o escritor irlandês C.S. Lewis, autor das “Crônicas de Nárnia” também morreu.

O silencioso nunca depõe contra si próprio.

Aldous Huxley

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