O início
Comecei a ouvir Rock ainda criança com meu pai. Queen, Deep Purple, Pink Floyd, entre outras grandes bandas clássicas do rock mundial.
No meu aniversário de 10 anos, em 1992, meu pai me levou à uma loja de discos no centro da cidade e me deixou escolher 2 CD´s. Em tempos em que a internet nem sonhava em ser o que se tornou atualmente, não tínhamos como pesquisar como pesquisamos hoje sobre música, então acabei escolhendo, de maneira aleatória, os dois discos. Eram o “Use your Illusion II” do Guns n Roses e o “Big Ones” do Aerosmith.
Ao chegar em casa e começar a ouvir os discos, minha mente fez um “bum”. Explodiu, abriu, se expandiu. As guitarras distorcidas, o peso dos riffs, a batida forte da bateria preencheram um vazio dentro de mim. Era como se eu estivesse encontrando as trilhas da minha vida.
O Grunge
Aos 12 anos conheci o Grunge, com Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e diversas outras bandas. A identificação com o Grunge foi muito intensa. Foi nesse momento que comecei a moldar minha visão de mundo. Mas 2 anos depois, uma nova descoberta mudou tudo. Conheci o Punk Rock.
O Punk Rock
A maioria das pessoas conhece um Punk Rock através de Sex Pistols ou Ramones. Eu conheci com Bad Religion, mais especificamente, a música Infected, do disco “Stranger than Fiction”, que, pra mim, até hoje, é o melhor disco da banda.
A sensação de ouvir um Punk rock pela primeira vez, foi parecida de quando comprei meus primeiros discos, aos 10 anos. O que diferenciou foi que, dessa vez, que havia encontrado um sentido para aquilo que, anos antes, havia preenchido o vazio interno.
Nada melhor para um recém adolescente, ardendo em hormônios, encontrar uma válvula de escape como o punk rock.
Com o punk rock, pude direcionar e canalizar minhas angústias e, o melhor, pude me expressar e me fazer entender através da guitarra. A revolta contra desigualdades sociais, miséria, violência tomava outra proporção. Consegui ver que eu não estava sozinho nessa visão de mundo. Pegar uma guitarra e toca-la enquanto berra no microfone é algo libertador (mesmo que sua avó não entenda o que você fala).
O bom do punk rock é que todos podem se expressar ao tocá-lo. O Punk rock não demanda uma guitarra cara. Não demanda uma habilidade Malmsteeniana para tocar. É uma realidade mais palpável para o jovem que arde de ódio e precisa, com urgência, se expressar.
A revolta e o conformismo conseguem se expressar melhor na simplicidade técnica do punk rock do que na virtuose que havia tomado conta do rock nas últimas décadas antes do surgimento do punk.
Junto com o punk rock, tive acesso à toda retórica estética do punk, como o anarquismo e demais filosofias libertárias. Esse acesso, de fato, moldou todo meu caráter, a forma como vejo a vida e como me comporto em sociedade.
Vi no punk rock a energia e a sinceridade que eu buscava desde o início, ao comprar os discos do Guns n Roses e do Aerosmith. Minha vida agora, tinha um caminho, um sentido.
O que aconteceu depois, é história para outros posts.
A Última Certeza
Enquanto isso, tenho o prazer de apresentar pra vocês a banda “A Última Certeza”. Banda de punk rock de Florianópolis-SC.
Abaixo segue a conversa que tive com o Rafael Gonçalves, vocalista da banda, no POTCAST – O podcast da Maconharia420.
#6 | A Última Certeza. Punk rock. Acabou Bolsonaro! – PotCast – Podcast da Maconharia420
- #6 | A Última Certeza. Punk rock. Acabou Bolsonaro!