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Fotógrafo retrata solidão e silêncio na maior área metropolitana do mundo

(Por Thiago Flores)

Antes da pandemia ser uma realidade, milhões de japoneses pleiteavam, diariamente, seu caminho por dentre a multidão, num entrópico balé Pelas Ruas de Tóquio. Seus rostos visionariamente já estavam sob máscaras e suas mentes focadas nas telas dos celulares quase que de modo hipnótico.

Ainda que dividissem um disputado metro quadrado em um estreito vagão de metrô, seus olhares dificilmente se cruzariam em qualquer momento do trajeto. Em Tóquio, mesmo que você resolva ir ao mercado vestido como o Batman ou a Mulher-Gato, as pessoas respeitarão eu espaço e passarão por você como se nada fora do normal tivesse acontecido.

Embora essa característica demonstre, por um lado, o respeito às individualidades e pareça um ideal moderno de sociedade a ser atingido por todos, por trás da forte introversão pode esconder-se uma frequente companheira dos habitantes da capital japonesa: a solidão.

Segundo dados apresentados pela BBC, em 2019, estimava-se que 541 mil japoneses viviam inteiramente isolados, cerca de 1,57% da população do país. Há até uma terminologia em japonês para essas pessoas: “hikikomori”. Boa parte dos japoneses, entretanto, parece não se importar com uma existência ermitã. Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Populacional e Previdência Social do país, no ano de 2015, revelou que 48% dos homens e 36% das mulheres afirmavam que não se sentiriam solitários caso passassem o resto de suas vidas sozinhos.

Com seu olhar atento pelas ruas da área metropolitana mais populosa do mundo, com mais de 37 milhões de habitantes, o fotógrafo Hiroharu Matsumoto tentou expressar em preto e branco “a solidão da metrópole em um espaço artificial, através de uma composição simples”, conforme suas próprias palavras. “A solidão é um sentimento inerente às pessoas desta cidade. Eu a expressei em um grande espaço monocrático”, complementou.

Reprodução/ Hiroharu Matsumoto

Seu trabalho intitulado ‘Quiet Tokyo’ é embasado nos contrastes; sejam eles advindos de um jogo de luzes e sombras, sejam frutos da sobreposição entre o ser humano e a vibrante, e um tanto imponente, geometria da arquitetura das construções e dos espaços públicos.

Reprodução/Hiroharu Matsumoto

Com uma sensibilidade ímpar, Matsumoto é capaz de criar imagens grandiosas e, ao mesmo tempo, carregadas de um profundo silêncio e melancolia. Um feito digno de reconhecimento para um trabalho executado em uma área urbana extremamente densa e caótica. Incrivelmente, Hiroharu somente começou a fotografar em 2015, aos 50 anos de idade, sempre dedicando-se à vida urbana de Tóquio. Confira a seguir mais fotos do artista!



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