A migração da população rural para as grandes Cidades é responsável pela drástica diminuição populacional das áreas agrícolas do Brasil nos últimos 50 anos. Felipe Fittipaldi é um fotógrafo carioca que retrata peculiaridades desse processo em regiões rurais isoladas durante os últimos anos: a preponderância de jovens movendo-se para as cidades e o conseguinte latente envelhecimento populacional.
A cultura do consumo e da tecnologia das cidades atrai principalmente a população mais nova, que busca novas perspectivas de vida, mesmo em áreas periféricas aos centros urbanos e em condição de marginalização. A série “Blacklands Sertão” trata de um estilo de vida remanescente de regiões semiáridas do Brasil, que permanecem resistentes à incorporação da atividade moderna. Mas, enfrentam, mais do que nunca, o isolamento, ao se separarem de familiares e amigos que participam desse êxodo juvenil.
Julio Leite Guimarães, 72, mora sozinho e trabalha na terra que pertenceu a seu bisavô, na cidade de Barriguda, Bahia.
O programa “luz para todos” criado pelo governo em 2003 permitiu a chegada de novas tecnologias, como aparelhos de televisão e celulares, que contribuíram para transformação cultural da população mais jovem.
Os burros, uma mão de obra essencial no trabalho dos habitantes do sertão. Agora, 85% estão abandonados, o que revela o fim de uma cultura de relação do homem com o animal.
Conceição Dos Santos e sua filha deixaram a área rural do interior para viver na periferia de uma cidade pequena chamada Xique-xique, na Bahia.
Pedro Oliveira dos Santos vive sozinho em uma casa sem água encanada ou eletricidade. Todos os seus nove filhos emigraram para as cidades.
Texto: Eduarda Pillar
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